quinta-feira, 9 de abril de 2009

Beto, uma "estrela numa equipa de segunda linha"

Por: Cláudio Carvalho

Não é minha pretensão desvalorizar o Leixões Sport Club, simpática e centenária colectividade e com muitos pergaminhos no desporto nacional, mas actualmente tenho que destacar o atleta António Alberto Bastos Pimparel, mais conhecido por Beto na gíria futebolística.

Este jogador começou com oito anos no União Ponte Frielas, mas só nasceu para o futebol no Sporting Clube de Portugal, aos 11 anos deidade. A partir daí nunca mais parou, tendo marcado presença em todosos escalões da formação da selecção nacional e treinado juntamente com Peter Schmeichel, entre 1999 e 2001.
Todavia, quando tudo parecia bem encaminhado, eis que Beto acaba emprestado ao Casa Pia. Dois anos volvidos, chega a Chaves e em 2005/06 acaba em Marco de Canaveses. Todavia, após um jogo terrível para Beto, perdendo por 5-0 em casa frente ao Leixões, acaba por entrar em negociações com o clube pelo qual viria a brilhar mais tarde na Liga Vitalis e Liga Sagres.

É verdade que Beto agora já tem quase 27 anos, mais 7 do que quando saiu do Sporting em 2002, mas o talento continua lá e o salto estará para breve e, ainda a tempo de muito dar à selecção de todos nós.

Já lhe apontaram a falta de altura como defeito, mas compensa com uma enorme agilidade e poder de impulsão. Muitos terão a tendência a confundir a segurança que transmite e o instinto e garra que emprega dentro de campo com exibicionismo. A verdade é que ninguém fica indiferente ao estilo do jogador.

Beto é um dos muitos exemplos de que clubes com menor expressão também formam ou reavivam excelentes atletas. As equipas de segunda linha em Portugal têm peças que poderiam encaixar em qualquer um dos clubes denomeada. Estes só têm que abrir a pestana em vez de procurarem no mercado internacional, um mercado bem mais caro e onde a relaçãoqualidade/preço sai a perder com certeza.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quantos médios tens, Sporting?

Por: Filipe Dinis
Não é minha intenção alongar-me muito nesta crónica e por isso mesmo vou responder já à pergunta que coloquei sob título deste meu espaço de opinião.

Pois bem, o Sporting tem, hoje, quarta feira dia 8 de Abril, dois médios disponíveis. As contas são fáceis de fazer, até para quem nem é muito bom em matemática, como é o meu caso.
Paulo Bento tem 8 médios no seu plantel. São eles: Miguel Veloso, Adrien Silva, João Moutinho, Bruno Pereirinha, Romagnoli, Vukcevic, Izmailov e Rochemback.
Analisando caso a caso, rapidamente percebemos que o treinador dos leões tem, nos sete jogos que faltam disputar no campeonato, uma árdua tarefa para construir um losango bem ao seu gosto.
Ora então vejamos: Rochemback lesionou-se no jogo frente ao Leixões e terá pela frente um mês de paragem e, sabendo as características do 26 leonino, o facto de voltar a ganhar o ritmo necessário para competição não será fácil. Pelas minhas contas, o brasileiro vai falhar os jogos com a Naval, Vit. Guimarães, Estrela da Amadora, Académica e, muito provavelmente, com o Vit Setúbal, sendo por isso uma carta fora do baralho leonino.
Depois há Vukcevic, que não joga mais esta época, pois tem pela frente a recuperação à lesão no ombro, que tanto tem incomodado o montenegrino. Já Izmailov, que tem estado a recuperar de uma tendinite, já há alguns jogos que tem estado ausente, sobretudo, e o mais marcante, na final da Taça da Liga frente ao Benfica.
Já falámos em três, faltam cinco. E se desses cinco tivermos em conta o caso enigmático de Miguel Veloso, Paulo Bento não tem por onde escolher. Veloso ainda pode recuperar algum do tempo perdido mas, se olharmos para trás, recordar-se-ão de uma pergunta de um jornalista a Paulo Bento sobre se contaria com o jogador até final da época. O treinador disse que a resposta estava na lista de convocados e a verdade é que Veloso ficou de fora. Portanto, será interessante verificar até que ponto Miguel voltará a jogar pelo Sporting e em que condições, isto apesar de o já ter feito em Matosinhos.
Restam, assim, quatro jogadores, precisamente os necessários para formar o meio campo de Paulo Bento. Mas, se olharmos novamente com atenção, verificamos que Adrien e Romagnoli também não estão nas condições físicas ideias. Os dois jogadores apenas integraram o treino de hoje quase sem limitações e, para a Naval, deverão mesmo ser titulares embora não acredito que estejam a 100 % para tal.
Como disse no princípio, o Sporting tem hoje dois médios disponíveis: Pereirinha e João Moutinho.
Paulo Bento tem, por isso, razões para estar preocupado...

terça-feira, 7 de abril de 2009

A (des) ilusão de Quique

Por: Duarte Monteiro
dmonteiro@ogolo.net

O campeonato 2008/2009 caminha a passos largos para o final e numa qualquer oficina de costura na baixa portuense já carbonizam as máquinas que vão fabricar as faixas do “tetra” para o FC Porto.

É não é só uma normalidade mas igualmente um lugar comum no futebol português. “FC Porto campeão”, mais uma vez. E isto, quando a temporada até começou com “ilusões” megalómanas bem mais a sul, dos dois lados da segunda circular.

O Sporting, com a sua equipa de continuidade e o seu treinador de sempre, aposta indestrutível de um presidente derrotado, nas suas próprias palavras, chega à meta com o sonho do título na mente, mas pouco real. Uma Taça da Liga perdida em contornos bem “nacionais” e uma história europeia ambígua.

Mas do Sporting se poderá falar noutra altura, porque este texto pretende versar sobre a história de “fadas” no universo encarnado, a “ilusão” de um espanhol que chegou à Luz envolto numa esfera de euforia, aposta na modernidade personificada na figura de Rui Costa.

Com quase duas décadas de sofreguidão e momentos raros de felicidade, a imensa nação benfiquista renovava os votos de esperança, espelhando-a no rosto do novo “homem do leme” da nau encarnada.

E cedo Quique Sánchez Flores começou a fazer o que melhor saber. Vender sonhos e “ilusões”, porventura assentes na sua enorme capacidade de charme e elegância que a todos imbuiu num espírito de mistificação. Quique estava cá, e trazia o sonho de “iludir” os adeptos, num discurso tão bem articulado como falso.

A tudo isto, Rui Costa e Luís Filipe Vieira juntaram um plantel rico e pesado em nomes, pouco normais para a realidade do futebol lusitano. Reyes, Aimar e Suazo apareciam na linha da frente de uma armada que tinha, e tem, ainda outros nomes sonantes.

Pois bem. Os jogos, os meses e as jornadas foram passando e as desculpas, porventura até correctas, no início, foram servindo para “calar” a crescente desilusão que se instalava.

Enquanto a norte, um tradicional FC Porto triturador ia sendo raridade, caindo aqui e acolá em desgraça, mais a sul, a “fábrica de sonhos” do mestre Quique ia produzindo cada vez menos… ilusões.

À eliminação na Taça de Portugal, relativamente precoce para um clube da dimensão do Benfica, e a uma prestação europeia ao nível de uma qualquer equipa medíocre da Liga do Uzbequistão, o Benfica foi somando exibições enfadonhas que foram evoluindo até atingir o limiar da dor humana.

E é aqui que se deve declarar o fracasso redondo e inquestionável de Quique Flores. Que não conquistasse o título na sua primeira época no Estádio da Luz era um dado (quase) garantido.

Que até venceu um troféu, importante para uns e secundário para outros, é uma certeza positiva num clube que tem “penado” por conquistas.

Agora, o processo natural de uma evolução pressupõe precisamente isso: evolução. E o que se viu, e tem visto no Benfica, é um retrocesso acelerado e alarmante nos processos e rotinas de jogo, na tentativa de criar algo que um dia se assemelhe a uma equipa de futebol.

A isto, acrescenta-se um lote de jogadores fora do seu “habitat” natural e um desconhecimento, diria, completo da maioria das equipas do nosso campeonato, e temos espremido o trabalho do ilusionista espanhol: Um desastre futebolístico em, quase, toda a linha.

A equipa do Benfica é hoje uma soma de onze jogadores, desconectados e desligados entre si, a jogar, muitos deles, em posições novas e inventadas pelo espanhol, incapazes de produzir, uma vez que seja, qualquer lance de futebol combinado.

O que se viu na Amadora foi a prova última e cabal de tudo isto. E sem medo de exagerar nas palavras ou de tocar em pontos sensíveis, digo com franqueza: O Benfica de hoje não tem equipa de futebol. Equipa, essa tinha Fernando Santos e foi “corrido”, porque talvez não sabia vender “sonhos”, apenas o tinha, no seu coração benfiquista.

E por cá se sabe que, na Luz, e por detrás das portas de aço, possa haver quem suspire pelas ideias do engenheiro…

segunda-feira, 16 de março de 2009

Jesualdo, um campeão a caminho do desemprego?

Quando ainda se jogam vários dos objectivos desta temporada e com os azuis e brancos a manterem aspirações à vitória nas três frentes em que estão ainda envolvidos, antecipadamente e como sempre, já se começa a jogar nos bastidores muito do planeamento da próxima temporada.

A passagem aos quartos de final da Liga dos Campeões, com os inevitáveis dividendos desportivos e económicos decorrentes, teve o mérito de atrair ainda mais a atenção dos “tubarões” europeus para os melhores jogadores da equipa portista. Não será portanto de espantar se no final desta época, o plantel veja partir os seus activos mais valiosos. Precavendo esta situação, a administração aponta já baterias para a definição do plantel que atacará a próxima época. Miguel Lopes e Varela já estão confirmados, mas notícias recentes apontam Eliseu, Beto e Rúben Micael como negócios praticamente certos. Parece começar assim, a ganhar forma o próximo plantel, apesar da definição do técnico que irá liderar a equipa deixe ainda vários pontos de interrogação que nem a passagem da eliminatória da Champions ajudou a esclarecer. Jesualdo Ferreira sempre vai afirmando que se mantém tranquilo e focado nos objectivos. Mas poderá estar verdadeiramente tranquilo quando as contratações que vão sendo anunciadas na imprensa representam uma alteração de rumo face à política de reforços que seguiu desde que assumiu o comando técnico dos Dragões?

Todos os esforços apontam para jovens nacionais, com margem de progressão e com experiência de campeonato nacional. Uma clara contradição com a política de contratações assumida pelo técnico, já que pelas suas mãos chegaram ao Dragão 21 jogadores estrangeiros num total de 24, num investimento a rondar os 40 milhões de euros. E prendem-se nestes pontos as reticências da administração e dos adeptos, para os quais aliás nunca foi um treinador consensual, em renovar com o técnico. Mas não será este o prenúncio de que os tempos de Jesualdo no Porto terminam no final desta temporada? É que aliado ao enorme investimento efectuado no extenso mercado sul-americano sem resultados aparentes, preferencialmente o argentino que época após época foi engrossando o plantel, o técnico negligenciou por completo a aposta assumida da administração em jogadores formados no clube e não rentabilizou jogadores com os quais o Porto tem ainda contrato, como Ibson ou Pitbull. Pior, engrossou o lote de jogadores emprestados, sem que daí tenha resultado aproveitamento desportivo e consequentemente dividendos económicos para a SAD desses jogadores. E já se sabe o quanto é importante a rentabilização de jogadores para a sanidade das contas da SAD.

Apesar do discurso coerente e sempre ambicioso do técnico, não é pacífica entre os adeptos a contenção defensiva com que enfrenta as partidas com os eternos rivais de Lisboa. Jesualdo Ferreira tem somado desilusões em jogos com os rivais e as competições a eliminar têm ditado alguns amargos de boca aos adeptos, como as derrotas com o Atlético para a Taça de Portugal e mais recentemente com o Sporting para a Taça da Liga. As recordações das últimas edições da Supertaça também não serão as melhores. No Porto ganhar é um hábito adquirido e uma exigência permanente dos adeptos e administração, nas palavras do técnico “é como lavar os dentes”. Pelo que, a conquista do título de Campeão Nacional não representa por si só a garantia de permanência no cargo. Jesualdo Ferreira pode ter mesmo o lugar em perigo! Mas sempre que penso nesta matéria, imediatamente me ocorre quem o poderá substituir?

Jorge Jesus, que tem demonstrado em Braga todo o potencial que se lhe adivinhava depois das brilhantes campanhas em Belém? Uma aposta de risco como Jorge Costa, que tem entusiasmado em Olhão, onde parece capaz de devolver o Olhanense à elite do futebol nacional? Um técnico estrangeiro, que seria uma solução não menos arriscada se tivermos em conta as desilusões recentes que foram Co Adriannse, Víctor Fernandez e Luigi Del Neri? São poucos os treinadores capazes de neste momento de assumir o comando técnico dos Dragões e apontar um será sempre um exercício complicado. Mas, neste momento parece-me óbvio que muito do futuro de Jesualdo Ferreira no FC Porto passará pelos resultados desportivos que a equipa conseguir até ao final da época e como os objectivos que se avizinham são exigentes, exigem-se-lhe dias de glória.

Por: Ricardo Carvalho (Colaborador ogolo.net)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Ana Ivanovic: "Michelle Brito tem muito talento"


A tenista sérvia Ana Ivanovic, que acabou de disputar o torneio do Dubai, falou em entrevista ao ogolo.net sobre a portuguesa Michelle Larcher de Brito, com quem já jogou, e confessou ainda um desejo: “Gostaria de visitar Portugal no futuro”.

Entrevista completa em www.ogolo.net

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Os desportos de sonho dos americanos

Se há país que se sobressai a nível mundial, são os Estados Unidos da América (EUA). Pelo menos tem sido assim até agora.

Ao nível desportivo, o cenário não se altera muito, quando vemos, por exemplo, os EUA a ficarem quase sempre no topo das tabelas olímpicas de quatro em quatro anos. Ou pelo menos tem sido assim nas últimas décadas, se esquecermos Pequim.

Então hoje vou debruçar-me um pouco, não sobre o impacto daquele país no desporto, mas sim sobre as modalidades mais vistas e aplaudidas no próprio território norte-americano. Deixo desde já o esclarecimento que, apesar das críticas que se seguem, limito-me à visão do espectador; além disso, já assisti com gosto a vários desafios de cada uma das quatro modalidades, com excepção da primeira.

Comecemos precisamente pelo basebol, a Major League Baseball (MLB): muito tempo parado. E com uma musiquinha a meio do sétimo inning, ou período, se preferirem. Mas é assim que eles se divertem, pronto.

A National Football League (NFL), conhecida por cá como futebol americano. Três ou quatro horas no estádio para ver um jogo de sessenta minutos. Muita estratégia (ou tentativas de algo parecido). Muito estilo e vários festejos ridículos só por mandarem alguém ao chão. Treinadores a tapar a boca quando dão orientações, talvez com a ideia que escondem planos militares para a Guerra Fria. Violência a mais.

Segue-se a National Basketball Association (NBA). Duas horas e mais alguma coisa no pavilhão para ver 48 minutos de jogo. Ou seja, mais jogos com imenso tempo parado. Noto isso quando estou a assistir a um período no qual faltam cinco minutos para o fim e, depois de ver durante dez minutos um outro canal qualquer, volto à Sporttv e ainda faltam três minutos para o mesmo período terminar. Pouco tempo útil. Depois, há outro aspecto: considerem-me oficialmente maluco, mas continuo a achar que não há assim tanta qualidade naquela liga. Muitas perdas de bola, inúmeros lançamentos falhados… Já vi vários jogos europeus que se revelaram mais entusiasmantes. E não adianta usarem o argumento do “olha para os resultados finais: as equipas marcam quase sempre mais de cem pontos!”, porque respondo logo: “olha para a duração dos jogos: eles têm praticamente mais um período do que nós!”

Por fim, a «grande» National Hockey League (NHL), ou hóquei em gelo. Não hesito: muita violência. Acho muito curioso quando ouço um comentador português a dizer algo do género: “Há muita gente que pensa que o hóquei em gelo é um desporto violento, mas estão enganados!” – pois, devem estar. Eu também estou, já agora. Devo ver mal, porque assisto muitas vezes a jogadores a serem quase esmagados contra o muro, segundos depois de passarem o disco a um colega. Ou então quando assisto àqueles combates de boxe deveras ridículos em plena partida de hóquei, nos quais os árbitros se limitam a observar e que deixam em delírio aquele povo norte-americano tão parolo. Preciso mesmo de ir ao oftalmologista. Além disso, apesar da grande dinâmica e ritmo desta modalidade, há vários momentos confusos e atabalhoados, pode jogar-se com o patim e com a mão, depois aqueles passes estranhos para a equipa adversária, discos enviados propositadamente para trás da baliza contrária para poderem efectuar a troca de linhas…enfim, jogadas desagradáveis e tempo perdido para quem está a ver. Mas eles divertem-se. E se houver porrada, é o culminar da festa!

Após todas estas indicações, congratulo a Sporttv por oferecer mais uma vez a diversidade desportiva que tanto gosto, apesar de ainda se centrar muito no futebol. Além da NBA e da final da NFL, para esta época adicionaram a NHL. No início, iria ser apenas um jogo por cada sete dias, mas essa oferta alargou-se poucas semanas depois. Fiquei agradado com isso. Só falta a MLB…
Por: Nuno Miguel

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A Taça da Liga que ninguém ligava

Já se jogaram as meias-finais da Taça da Liga, a prova mais recente do futebol português. O Sporting ganhou ao FC Porto, depois o Benfica venceu o Vitória de Guimarães. Há assim derby na final.

Quem chega agora ao país e lê apenas este parágrafo, parece que está tudo bem. Mas não está. Nem esteve. Apesar do recurso do Belenenses ser mais antigo, o primeiro ponto que vou focar são as já famosas declarações de Soares Franco no sábado, penso.

Em conversa com a comunicação social, o presidente do Sporting Clube de Portugal contou que o presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, o tinha avisado que talvez não houvesse jogo entre os dois clubes hoje. Tal e qual um porta-voz ou assessor de imprensa dos “dragões”.

Desde logo, parece-me uma atitude infantil (entre muitas outras que existem no futebol em Portugal). Depois, sem fundamentos, porque não é por mais um ou menos um jogo que Porto ou Benfica jogam melhor ou pior na próxima jornada. A minha experiência confirma-o. O ridículo deste aviso aumenta quando se prevê que quase nenhum, ou mesmo nenhum dos habituais titulares alinhou no jogo. Qual é a diferença então, se equipa joga ou não? Os jogadores que mais interessam descansam na mesma...enfim.

Além disso, para quem se orgulha tantas vezes de nunca pensar nos restantes clubes, que o FCP apenas se interessa em si mesmo porque é superior a todos os outros…afinal está muito preocupado com o que o Benfica faz ou deixa de fazer. E outra prova disso foi a expulsão de Fucile em Belém, que demonstrou claramente que preferia jogar contra o Benfica do que no embate frente ao Sporting. Afinal talvez preocupe.

Como se estes “teatrinhos” estúpidos não bastassem, também o Benfica subiu ao palco. A direcção do clube da Luz pediu para adiar o jogo caso o Vitória fosse mesmo o adversário, alegando “não ter condições logísticas para realizar o jogo com tão pouco tempo de antecedência”. Pois, é capaz.

No final de toda esta história, afinal sempre houve um Sporting-Porto e um Benfica-Vitória Guimarães.

Ora, na minha opinião, não se fez justiça. É verdade que foram aos pormenores da regulamentação tentar arranjar uma maneira de ultrapassar a segunda fase de grupos, mas o facto é que o Belenenses tinha razão. E tem razão. O termo “goal-average” significa divisão, e não subtracção entre golos marcados e sofridos.

Pelo que ouvi, uma das justificações da Federação Portuguesa de Futebol em frente aos microfones foi algo do género: “é uma expressão usada por muita gente, pela maioria das pessoas”. Sim, é. Mas estamos a falar de regras e de princípios, não do senso comum ou do que o povo diz. Infelizmente, parece-me que, mais uma vez, protegeram os do costume.

E tanto foi dito sobre esta Taça da Liga, que não tinha qualquer importância no panorama futebolístico…afinal dá muito que falar. Superior a este episódio, só os árbitros, claro.


sábado, 31 de janeiro de 2009

EDITORIAL


ATÉ…




Demos o pontapé-de-saída em Julho de 2007. 16 meses depois, apitamos para o final de uma fase da nossa carreira de jornalistas que nos treinou para o que iremos enfrentar no futuro. Um caminho com mais calma do que percalços, onde a amizade imperou mas em que a responsabilidade de cada um também teve um peso considerável no sucesso que, achamos, este projecto alcançou.




Segunda-feira, dia 26 de Janeiro de 2009. Despida de gente, a redacção do Jornalismo Porto Net / Jornalismo Porto Rádio via abrir-se uma tarde chuvosa e fria de Inverno. As 14h tinham já passado há muito quando os primeiros elementos da redação da Gazeta do Futebol, resistentes mas atrasados, começavam a chegar. A antecâmara de mais uma reunião semanal (por sinal, a última), para determinar a agenda da semana, decidir quem assinava o comentário da sexta-feira que se aproximava, escolher temas para o editorial, distribuir trabalho para os jogos dos quartos-de-final da Taça de Portugal.

Pelo meio, impropérios e palavras que jamais ousarão sair do nosso seio, muita boa-disposição, comentários bem-humorados, provocações mesquinhas entre o André e o Pedro, trocas de ideias entre a Patrícia e o Zé, com o Guilherme a espicaçar as discussões em duas frentes. Por força de compromissos académicos, tínhamos todos prometido à Patrícia que a reunião seria breve. Nada mais errado. 30 minutos em que a distribuição de trabalho se processou em três tempos, mas que o “bichinho” de analisarmos, no início de cada semana, os casos da jornada, os melhores golos ou os falhanços se encarregou de alongar o último encontro da Gazeta do Futebol.

Demos o pontapé-de-saída em Julho de 2007. 16 meses depois, apitamos para o final de uma fase da nossa carreira de jornalistas que nos treinou para o que iremos enfrentar no futuro. Um caminho com mais calma do que percalços, onde a amizade imperou mas em que a responsabilidade de cada um também teve um peso considerável no sucesso que, achamos, este projecto alcançou.

Relembramos os bons momentos que passámos entre todos na cobertura de jogos da Liga Portuguesa. Quando entrávamos nas zonas reservadas à comunicação social dos estádios, o nervoso miudinho apoderava-se de nós, mas rapidamente nos sentávamos e ligávamos os computadores. Era ver as equipas destacadas a rir que nem umas desalmadas com um golo perdido de baliza aberta ou um erro grosseiro do guarda-redes. Era ver as equipas destacadas saírem apreensivas dos estádios onde nos deslocávamos quando os adeptos, irados, esperavam alguém à porta.

E que dizer da cobertura do Euro 2008’? Inolvidável. Verdadeiramente inolvidável. Os relatos sentidos e emocionados do André, do Pedro, do Zé. A reportagem volante e activa da Patrícia. A alegria de ver a nossa Selecção marcar um golo e de poder presenciar toda a festa, in loco, com os portugueses.

Olhando para trás, fica já o sentimento de nostalgia. Não foram poucas as vezes em que, nas salas do curso de Ciências da Comunicação, na Praça Coronel Pacheco, escrevíamos as notícias, acompanhávamos conferências de imprensa através da web, da rádio, da televisão, divagávamos nos comentários semanais. Os vídeos mais engraçados do mundo do futebol eram vistos em grupo «n» vezes e o barulho do júbilo chamava mais boa gente lá do curso para se juntar a nós.

E podíamos estar aqui a escrever muita coisa sem sentido, mas que só iria ajudar a traçar o perfil da sua Gazeta do Futebol. Um pequeno grupo de aspirantes a jornalistas (exceptuando o Pedro, cujo coração há muito pende para o lado da assessoria da comunicação) que quis colocar em prática todos os conceitos que assimilou nas aulas.

Na tal última reunião, as palavras de encerramento ficarão para sempre na memória. O Guilherme, no seu jeito gingão, começou: “O melhor corpo redactorial possível”. As palmas seguiram-se. Prosseguiu o André, apoderando-se do gravador: “Os meus colegas mais antigos concordam, este editor até hoje ainda não nos pagou um único ordenado. Nada!”. O Pedro ainda alinhou pelo mesmo diapasão: “Estou pior que os jogadores do Estrela… já não recebo há 15 meses e as Finanças já hipotecaram o meu plasma e a minha Playstation!”. A Patrícia continuou na toada das críticas: “Aí está a explicação de eu ainda não ter passado a Int. à Economia. A culpa é do Zé que não paga”. O visado preferiu optar pela diplomacia e por uma posição salomónica: “Foi um prazer ter trabalhado convosco… apesar de tudo!”.



(NOTA DO EDITOR


A ideia fervilhava na minha cabeça há meses: arranjar um espaço onde pessoas como eu, interessadas em seguir jornalismo desportivo (ou não…), pudessem treinar e cometer todos os erros possíveis antes de saírem para as redacções de muitos órgãos de comunicação social. Entrou o André, logo de início; seguiram-se-lhe a Patrícia e o Pedro; o Guilherme seria o último a entrar para este grupo. A juntar a estes nomes, Bernardino Barros, Nuno Moutinho, Rita Oliveira, Diana Vasconcelos, David Fernandes, Adriano Cerqueira. Sem prejuízo de outros nomes, compreenderão quando as palavras que abaixo reservo vão direitinhas para os primeiros 4. Os 4 «magníficos».

A todos eles o meu muito obrigado. Fizeram com que vivesse o sonho que acalentava há muito, empenharam-se, sacrificaram-se e fizeram desta Gazeta do Futebol aquilo que ela foi, é, e será para todo o sempre.

Os louros, os créditos os elogios: todos para vocês. Fui apenas a pessoa que vos distribuía trabalho, um mero peão no meio de um xadrez repleto de mais-valias para o meio das Ciências da Comunicação.

Conseguimos assentar, em 5 estacas, as bases de um projecto que, esperamos, possa vir a servir de inspiração para outros “delfins” no campo do jornalismo.

Mas é a vocês, André, Guiherme, Patrícia, Pedro, que quero dizer um “até…”. Não um “até já”, porque será difícil, no futuro próximo, conseguirmos erguer mais uma maluqueira destas. Simplesmente um “até…” porque teremos sempre na memória o que passámos nestes últimos 16 meses e porque, um dia bem mais tarde, estaremos todos a beber um copo e a relembrar esses belos momentos.)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

BENFICA TENCIONA RENOVAR COM NUNO GOMES



PATRÍCIA MARTINS


O Benfica apresentou hoje um comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) onde deixa espelhada a intenção de renovar contrato com o avançado Nuno Gomes. Contudo, os encarnados afirmam que ainda não existiu «qualquer negociações de verbas».

O clube da luz acredita que mesmo que a renovação se venha a confirmar, isso não acrescerá de uma grande despesa para o Benfica e as contas da SAD não vão sofrer com isso.

Recorde-se que esta é a décima temporada que Nuno Gomes emberga o emblema da águia (com excepção de dois anos ao serviço da Fiorentina) e o contrato acaba no final desta época.


FONTE:

ESTA SEMANA, ESCREVO EU...




OS TOMBA-GIGANTES


Os tomba-gigantes são as melhores equipas do país porque nos relembram do mais importante do futebol. Não são os mais ricos que, necessariamente, são os melhores. Não é apenas na Primeira Liga que estão os candidatos a vencer a Taça de Portugal.




ANDRÉ MATOS LEITE




Esta semana tivemos Taça de Portugal. Muitas vezes olhamos para esta competição como o "patinho feio" do nosso país. Pelo menos eu e muitas das pessoas com que falo sobre futebol temos tendência a desvalorizar aquela que é, na realidade, a mais maravilhosa das competições portuguesas no desporto-rei.

Esta temporada foi uma agradável surpresa ver o Atlético de Valdevez. Uma humilde equipa da II Divisão B conseguiu chegar aos quartos-de-final da Taça, tendo derrotado, para conseguir tal feito, nada menos que quatro emblemas da Liga Vitalis, incluindo os três primeiros classificados e, portanto, os três principais candidatos a subir à Liga Portuguesa, principal escalão do futebol nacional.

Quem se esqueceu da magnífica campanha de uma outra equipa, actualmente da Primeira Liga e antiga líder do campeonato, mas que na época 2001/2002 militava, também, na II Divisão B e que conseguiu o notável feito de chegar à final com o Sporting? Já então foi uma febre por todo o país assistir aos jogos para a Taça de Portugal do Leixões. Foi algo que nos relembrou de uma coisa importantíssima, algo que temos tendência a muito esquecer…

Os tomba-gigantes são as melhores equipas do país porque nos relembram do mais importante do futebol. Não são os mais ricos que, necessariamente, são os melhores. Não é apenas na Primeira Liga que estão os candidatos a vencer a Taça de Portugal. Qualquer equipa, com o seu esforço, o seu suor e a sua paixão pelo jogo, tem hipóteses de chegar ao fim com o troféu na mão. Mais ainda e com importância ainda maior, relembra-nos que não só nos três grandes há grande qualidade a nível de jogadores. Em todas as divisões, em todos os clubes, há e haverá sempre jogadores cheios de qualidade à espera de serem chamados aos principais palcos portugueses e europeus, à espera de uma oportunidade para brilhar e de se mostrarem ao mundo como jogadores cheios de potencial que teriam ficado perdidos se ninguém lhes tivesse dado uma hipótese… ou se eles não tivessem colocado de lado todos os medos e todas “verdades” do costume e lutado para chegar até à vitória final. Ontem, quando defrontou o Nacional, o Valdevez foi eliminado da Taça. O sonho terminou. Contudo, a força e paixão demonstrada por aqueles atletas permanecerá por anos a fio. Tudo porque mostraram que até uma humilde equipa da II Divisão B pode obrigar um poderoso emblema da Primeira Liga a bater-se nos penaltys após ter visto a sua hipótese de triunfar gorada nos 90 minutos regulamentares e no prolongamento…

A fechar, afasto-me um pouco do tema. Neste que será, provavelmente, o meu último comentário neste projecto que tanta alegria trouxe a uma mão cheia de badamecos do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto… temos sido, também nós, os outsiders de Portugal. Cinco alunos, cinco jovens com amor incondicional por este grandioso desporto e um espírito de amizade como pouco se vê já no mundo, tornaram-se nos tomba-gigantes do jornalismo desportivo. Bem, talvez não tomba-gigantes no verdadeiro sentido da expressão. O que é certo, no entanto, é que podemos fechar esta semana, mas conseguimos sentir que fizemos um bom trabalho. A todos os que nos acompanharam todo este tempo, a todos os que só nos acompanharam no início, no fim ou pelo meio da Gazeta do Futebol e também, porque não, a todos os que nunca souberam ou quiseram saber de todo o trabalho que desenvolvemos, deixo esta mensagem: se os tomba-gigantes, os pequenos que conseguem provar ser grandes, existem no futebol, não deixam de ser uma analogia para a realidade de todas as áreas do mundo. Nós provámo-lo e espero que por todo o mundo sigam o nosso exemplo. Na vida, tal como no futebol, não são necessariamente os ricos que triunfam. Qualquer um com o seu trabalho e o seu suor pode chegar ao topo, com paixão e esforço tudo se consegue. Mas se não conseguirmos chegar mesmo ao topo da montanha, pelo menos damos umas gargalhadas pelo caminho, levantamo-nos e sabemos que basta o nosso desejo para voltarmos a tentar a escalada “impossível” outra vez.



TAÇA DE PORTUGAL: ATLÉTICO VALDEVEZ DESPEDE-SE DEPOIS DE LEVAR NACIONAL A PENALTIS




ANDRÉ MATOS LEITE


E nos quartos-de-final o sonho acabou. O Atlético de Valdevez foi eliminado da Taça de Portugal pelo Nacional da Madeira, mas não sem assustar os insulares. Até à marcação de grandes penalidades (após prolongamento o marcador mostrava 1-1), o jogo não tinha vencedor previsível, com a formação teoricamente inferior a dispor de algumas boas oportunidades para conseguir fazer o segundo golo.

O Valdevez apresentou-se em casa emprestada como a surpresa da presente edição da Taça de Portugal. A equipa natural de Viana do Castelo milita na segunda divisão B, mas já tinha eliminado os três primeiros classificados da Liga Vitalis. Esperava-se um bom espectáculo de futebol e os adeptos do desporto-rei não se podem dar por desiludidos: vienenses e madeirenses, por toda a primeira parte, trocaram entre si ataques, remates… e até golos. Aos 38’ o Nacional colocou-se em vantagem por Mateus que aproveitou da melhor maneira um erro da defesa contrária. No entanto, o Valdevez estava apostado em surpreender uma equipa da Primeira Liga e respondeu rápido: Léo Souza, na direita, livrou-se dos adversários e jogou em Diego que só teve mesmo de encostar. Foi o empate aos 44’ minutos.

Na segunda metade esperava-se que os pupilos de Manuel Machado acelerassem o ritmo, mas acabou por ser a formação de Micael Sequeira a conseguir os melhores momentos. A baliza de Bracalli viu-se em permanente ameaça e só por muita sorte é que o guardião do Nacional não viu a bola tocar novamente as suas redes. Aos 87’ Rafael rematou com sele de golo da direita, mas Bracalli conseguiu defender. Contudo, ainda houve tempo para a bola bater tanto na barra como no poste antes de ser definitivo que não era desta que se decidiria o jogo.

Chegado o prolongamento o Nacional conseguiu ganhar ascendente sobre a turma de Valdevez. Os vienenses começaram a sentir o peso dos mais de 90 minutos que já levava a partida, mas apesar da melhor forma física dos insulares não baixaram nunca os braços. A marcação de grandes penalidades revelar-se-ia o ponto mais fraco da equipa da II Divisão B: Léo Souza, Telmo e Alan falharam três das grandes penalidades batidas pelo Atlético de Valdevez e nem a parada de Hugo Ferreira ao penalti de Bruno Amaro permitiu a salvação da grande surpresa da Taça de Portugal.

Ficha de Jogo

Taça de Portugal - quartos-de-final
Complexo Desportivo de Melgaço
Hora: 20:15
Árbitro: Vasco Santos (Porto)

ATLÉTICO VALDEVEZ: Hugo Ferreira, Cara, Edson, Pedro Maciel, Sérgio, Carlos Miguel, Diego, Amaral, Rafael, Léo Souza e David.
Suplentes: Vítor Nuno, Bruno Sousa, Alan, Nandinho, Tiba, Telmo e Cássio.
Treinador: Micael Sequeira.

NACIONAL: Bracalli, Patacas, Maicon, Felipe Lopes, Nuno Pinto, Edson, Luis Alberto, Alonso, Ruben Micael, Mateus e Nené.
Suplentes: Douglas, Cléber, Bruno Amaro, Igor Pita, Duje Cop, Miguel Fidalgo e Leandro Salino.
Treinador: Manuel Machado.