sexta-feira, 27 de junho de 2008

ESTA SEMANA, ESCREVO EU...



ARBITRAGENS:

PROTAGONISTAS IMPREVISTOS DO EUROPEU




Quando os erros são demasiados, a questão não é o erro devido aos limites humanos, é o erro devido às limitações daquele indivíduo para aquele cargo. Isto é algo que os senhores da FIFA e da UEFA não podem continuar a ignorar. É preciso forçar as Ligas a encontrarem uma maneira de treinar os seus árbitros para que, pelo menos, os europeus e mundiais futuros possam decorrer com todo o protagonismo nos jogadores e não no “gajo do apito”.




ANDRÉ MATOS LEITE




A Europa é conhecida como um continente com grande qualidade no que toca ao futebol. Diz-se que o desporto-rei nasceu na Inglaterra e de terras de Sua Majestade partiu para ocupar o seu lugar no mundo. No velho continente, estão os talentos de todos os outros. Os melhores dos quatro cantos do mundo ambicionam jogar na Europa onde está o dinheiro do futebol.

Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha, Portugal, Holanda, França… As ligas europeias são sempre emocionantes de ver. O futebol praticado, especialmente pelas melhores equipas, é sempre uma forma rara de arte, mesmo dentro da modalidade. Os portugueses estão entre os povos que mais adoram este desporto. Aliás, provavelmente é o país onde mais pessoas associam ao desporto o futebol. Adoramos ver a bola no relvado na batalha dos 22 de tal forma que muitas vezes nos esquecemos dos outros desportos. A liga portuguesa tem sempre as maiores audiências ao longo do ano, mas há algo de que nenhum adepto pára de se queixar: as arbitragens. “Os nossos árbitros são maus”, “roubam sempre para o mesmo lado”, “são todos uma cambada de gatunos!”… São alguns dos comentários mais simpáticos que já ouvi ou já proferi em relação aos nossos homens do apito. Serão eles assim tão maus?

Neste europeu, o Euro 2008, vimos algumas arbitragens que deixaram muito a desejar. O primeiro caso que levou à “revolta” foi o lance do primeiro golo do encontro entre Holanda e Itália, um golo manchado pela discussão do costume: era fora-de-jogo ou não? Desde então os lances multiplicaram-se. Na maioria dos jogos que vi (e acreditem foram muitos) a arbitragem tomou demasiado do palco que pertence aos jogadores. Árbitros de todas as nacionalidades cometeram erros que não se permitem a senhores que querem apitar partidas tão importantes que já ultrapassam os clubes, partidas entre selecções nacionais.


Um bom exemplo disto mesmo, um exemplo que tocou a Portugal, foi a arbitragem do encontro entre lusitanos e helvéticos. Pode não ser desculpa para a derrota e não é. Com a nossa equipa B (que tem nomes como Nani, Quaresma ou Fernando Meira) deveríamos ter ganho. No entanto, isso também não invalida a questão da má arbitragem.


No Alemanha – Turquia, foram demasiados os lances mal avaliados pelo trio de arbitragem. Não foram só para um lado, é certo, mas isso não despenaliza ou diminui a questão. Se um árbitro comete tantos erros que consegue beneficiar as duas equipas que se enfrentam é porque ou o árbitro ou a sua equipa ou ambos são maus! A questão, meus amigos, é esta mesmo! Não interessa se só há erros para um lado ou não, não interessa se são propositados ou não.


Quando os erros são demasiados, a questão não é o erro devido aos limites humanos, é o erro devido às limitações daquele indivíduo para aquele cargo. Isto é algo que os senhores da FIFA e da UEFA não podem continuar a ignorar. É preciso forçar as Ligas a encontrarem uma maneira de treinar os seus árbitros para que, pelo menos, os europeus e mundiais futuros possam decorrer com todo o protagonismo nos jogadores e não no “gajo do apito”.


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