MAGIA?
Os jovens esperanças (?) deram uma lição às crianças que viram o jogo, no estádio ou na televisão, e que sonham, eventualmente, ser, um dia, jogador de futebol. A mensagem foi clara: tudo o que não se deve fazer numa partida de futebol.
PEDRO ROCHA
Embaraçoso. Assim defino os dois jogos das nossas principais selecções (esperanças e AA) realizados esta semana. Mas vamos por partes.
Na terça-feira, os sub-21 portugueses realizaram uma exibição fraca, muito fraca. Se a memória não me falha (e ainda sou novo para isso) vi nesta terça-feira “negra” a pior exibição dos últimos tempos de uma selecção nacional. Os jovens esperanças (?) deram uma lição às crianças que viram o jogo no estádio, ou na televisão e que sonham, eventualmente, vir a ser um dia jogador de futebol. A mensagem foi clara: tudo o que não se deve fazer numa partida de futebol. Se os miúdos estiveram atentos, tiraram ilações importantes para o futuro. Uma equipa amorfa, sem ideias, cada um a jogar para si, sem táctica, enfim, só uma coisa eles tinham e vão continuar a ter: vaidade. Os media nacionais tratam de alimentar o ego a muitos pseudo-craques daquela selecção. Digo «pseudo» porque todos aqueles jogadores ainda não provaram, rigorosamente, nada. Vamos aos mais importantes: Manuel da Costa fez meia dúzia de jogos razoáveis no PSV, mas, na Fiorentina, nem nas reservas. Pelé traçou igual caminho no poderoso Inter, mas parece que a fama já lhe sobe à cabeça. Vejamos se de regresso a Portugal melhora. Manuel Fernandes tem rodado por tudo o que é clube e continua sem se afirmar (bom empresário ele tem). Miguel Veloso começou bem no Sporting mas esta época vai desaparecer (previsão). Vaz Tê há muitos anos no Bolton e a única coisa que fez foi um golo ao Guimarães que por acaso ajudou a eliminar a equipa portuguesa. No fim, Rui Caçador assumiu e bem a culpa. Não sendo fácil orientar um grupo destes a verdade é que eles estão lá porque alguém os chamou. Para mim, a falha no acesso ao Europeu sub-21 é uma excelente oportunidade para renovar toda esta selecção.
No dia seguinte, Carlos Queiroz não foi capaz de inverter a nossa triste tendência de, ultimamente, perder pontos em casa. No entanto, com uma inovação face a Scolari. O brasileiro, em três jogos, empatou todos (Polónia, Sérvia e Finlândia), Queiroz perdeu. A verdade é que qualquer pessoa que assistisse ao jogo frente à Dinamarca não diria que temos um novo seleccionador. Quim uma excelente aposta, certo, mas azar dos azares sofreu um golo à Ricardo. Antunes, lateral de raíz que o nosso treinador sempre (?) quis. Pois bem, no primeiro jogo a doer, o miúdo vai para a bancada e regressa Paulo Ferreira (uma aposta de Scolari no Euro).
Portugal jogou bem, mas parece sempre faltar qualquer coisa. Mais que atitude penso que começa a pesar nos jogadores lusos a pressão dos últimos minutos. Afinal, tanto a Sérvia como a Polónia roubaram-nos pontos da mesma forma que a Dinamarca. Portugal joga bem, não amplia a vantagem quando pode, e depois é a aflição total com jogadores baixos e sem mentalidade defensiva a defender nas bolas paradas.
Queiroz, este filme já nós vimos, trata de nos surpreender. Portugal está em quarto lugar e num grupo com somente seis equipas é fundamental começar a amealhar vitórias já na próxima jornada. Esperemos para ver.
PS: Uma simples pergunta de um adepto nacional que quer o melhor para a sua selecção (não só a A): que foi Djaló fazer à selecção AA nesta jornada dupla? Era fundamental a sua presença nos sub-21. Convocado com todo o mérito mas a verdade é que o técnico não o utilizou. Pena para Rui Caçador.
1 comentário:
Concordo em absoluto com a análise ao panorama que envolve a selecção de esperanças portuguesa. Não me surpreende a derrota, porque ela só materializou um problema que a maior parte dos seus jogadores evidencia: excessiva vaidade.
Chega a ser escandalosa a forma como Miguel Veloso, Manuel Fernandes e Pelé (os exemplos mais flagrantes) desperdiçam o imenso talento que têm em inconsequências repetidas. Com cabeça e profissionalismo seriam jogadores que, mesmo novos como são, teriam uma influência decisiva em qualquer equipa do mundo. Em lugar disso andam a estagnar por terem um ego maior que o Maracanã (mesmo sem fazer nada para o justificar). Entram agora uma época decisiva para as suas carreiras...
Já no caso dos AA, não iria pelos mesmos motivos.Não é que alguns não sofram do síndrome da vaidade, mas não foi por isso que a Selecção perdeu. Como se pôde ver no 2º golo sofrido, a falta de concentração continua a ser um problema (que já vem dos tempos de Scolari, basta ver a forma como perdemos com a Grécia em 2004 e Alemanha em 2008) que leva a erros infantis que amíude têm consequências desastrosas nas prestações da equipa das quinas. E o principal culpado aqui têm que ser os jogadores. De que vale um treinador insistir que os seus jogadores devem estar atentos, se para muitos deles estas recomendações entram a 100 e saem a 200?
Também acho que Yannick teria dado muito jeito para o jogo dos Esperanças, nomeadamente alinhando em dupla com Vaz Tê. Se Queiroz já contava não o utilizar em nenhuma circunstância, então porque o convocou?
Muito bom este blog, passarei a ser um visitante assíduo :)
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