TAÇA UEFA: BENFICA "ARRASTA" A ELIMINATÓRIA PARA A LUZ

Guilherme Braz

O Benfica iniciou hoje a sua campanha europeia com uma derrota por 3-2 contra os italianos do Nápoles. Apesar da derrota, o resultado acaba por ser melhor do que a exibição dos "encarnados".

Foi um Benfica ousado aquele que Quique apresentou hoje no Estádio San Paolo, ao colocar no mesmo onze Reyes, Di Maria, o estreante Suazo, e a grande surpresa do onze, Urreta. Já a equipa napolitana apresentou-se com o habitual 3-5-2, com Lavezzi, Hamsik e Denís como grandes referências atacantes.

Foi um início de jogo intenso. Com apenas cinco minutos jogados, já Reyes e Denis tinham protagonizado dois lances perigosos. À passagem do quarto de hora, surge o golo do Benfica, num canto superiormente marcado por Carlos Martins, que encontrou a cabeça de David Suazo. O Hondurenho estreou-se, assim, a marcar pelo clube da luz. Mas a reacção do Nápoles foi muito forte e, volvidos 5 minutos do golo "encarnado", Vitale e Denis deram a volta ao resultado. A aposta na velocidade por parte de Quique acabou por jogar, nesta fase, contra si, com Yebda muito sozinho no meio-campo defensivo, e com Maxi Pereira e Léo órfãos nas laterais. Foi uma primeira parte com pouco Benfica, muito por culpa de Urreta e Di Maria, que pouco ou nada trouxeram ao sector ofensivo das "águias". De resto, o Nápoles dispôs mesmo das melhores oportunidades até ao final do primeiro tempo. Hamsik aos 21 e 44 minutos testou os reflexos de Quim, e Denis, na sequência de um canto, viu o golo ser-lhe negado em cima da linha por Léo.

A segunda parte também não começou bem para o Benfica. Já com Balboa em campo, os "encarnados" continuaram algo nervosos, com muitos passes falhados, e foi sem surpresa (embora com alguma infelicidade) que o Nápoles ampliou o resultado aos 54 minutos. Um cruzamento de Maggio bateu em Léo e acabou por trair o guarda-redes Quim, que teve de ir buscar a bola às redes do San Paolo pela terceira vez. Porém, e mesmo sem uma reacção efectiva por parte do Benfica, Luisão conseguiu facturar aos 58 minutos, e voltar a colocar o Benfica na rota do jogo. O oportuno central "encarnado" aproveitou a confusão na área napolitana para fuzilar as redes de Navarro. Depois do golo de Luisão, a partida foi melhor controlada pelo Benfica, que conseguiu inclusive, em alguns momentos, ter o domínio de jogo. Quique Flores leu bem o jogo e as entradas de Katsouranis (que conferiu maior apoio a Yebda no meio-campo defensivo), de Nuno Gomes (maior presença física ao lado de Suazo) e de Balboa (bem mais mexido do que Urreta) conferiram outra dinâmica de jogo aos pupilos do treinador espanhol. Balboa podia mesmo ter marcado ao minuto 86, numa boa arrancada que culminou num remate para defesa de Navarro.

O Benfica volta a defrontar o Nápoles no Estádio da Luz, no dia 2 de Outubro. É lá que tudo se decide.

Ficha do Jogo:
Estádio S. Paolo, em Nápoles
Árbitro: Bjorn Kuipers (Holanda)

NÁPOLES – Navarro; Santacroce, Cannavaro e Contini; Maggio e Blasi (Pazienza, 46 m); Gargano, Hamsik (Pia, 76 m) e Vitale; Denis (Zalayeta, 67 m) e Lavezzi.

BENFICA – Quim; Maxi Pereira, Luisão, Sidnei e Léo; Urreta (Balboa, 46 m), Yebda, Carlos Martins (Katsouranis, 55 m) e Reyes; Di Maria (Nuno Gomes, 63 m) e Suazo.

Ao intervalo: 2-1
Golos: 0-1, Suazo (16 m); 1-1, Vitale (18 m); 2-1, Denis (20 m); 3-1, Maggio (54 m); 3-2, Luisão (59 m).
Resultado final: 3-2

Cartão amarelo a Blasi e Carlos Martins.