MALTA 0-4 PORTUGAL
FASE QUAL. MUNDIAL 2010'
GRUPO 1 - 1ª JORNADA
ESTÁDIO TA QALI, LA VALETA, MALTA
PRIMEIRO PASSO DA CAMINHADA DADO COM O PÉ DIREITO
JOSÉ PEDRO PINTO
Custou a Carlos Queiroz perceber qual a estratégia mais adequada para ultrapassar um adversário que em nada ameaçou as cores nacionais e que assentou o seu jogo numa defesa em bloco, sem recurso a qualquer tipo de ataque e demonstrando uma clara inferioridade em termos qualitativos. Portugal acabou por golear, 4-0, numa exibição que valeu bem mais pela 2ª Parte do que pela etapa que a precedeu, mas que, ao longo dos 90’, foi sempre pautada por grande carga ofensiva e domínio expressivo das operações em La Valeta.
COMPLICADO. Portugal entrou em campo repetindo o mesmo onze apresentado na estreia da era Carlos Queiroz, frente às Ilhas Faroe (Antunes, Hugo Almeida e Carlos Martins de início). O seleccionador nacional optou por manter o «11» que mais garantias lhe tinha dado, até à data, mas os primeiros 20’ da partida ficaram marcados por muitas dificuldades. Ao habitual 4x3x3 português, Malta respondeu como se esperava: claramente na retaguarda, alinhada em 4x4x2, com todas as suas unidades jogando atrás da linha da bola e apostando em contra-ataques bem tímidos para explorar uma eventual desatenção lusa. Acresce a isto o facto de a maneira como Portugal atacava ser verdadeiramente obsoleta, não obstante o facto de que, pelo ar, Portugal ganhava aos pontos a Malta. A linha média portuguesa estava mais interessada em bombear bolas para as costas da defesa, na busca de Hugo Almeida, descurando o melhor caminho para o golo: pelas extremidades, com Nani e Simão, tanto mais que os laterais malteses pouco ou nada conseguiam fazer contra a velocidade imprimida nas alas. Assimilada a falha e corrigida a estratégia, a boa-nova deu frutos quando aos 25’, Nani e Bosingwa combinaram bem, na direita, serviram Almeida para o golo, mas seria Said, central maltês, a introduzir a bola na baliza. Estava aberta a porta para a goleada final.
CATEGORIA. A defesa em bloco alinhavada por Dusan Fitzel já tinha sido escalpelizada pelo ataque português e a 2ª Parte traria mais novidades: golos! Sem alterações, a Selecção apareceu no relvado do Ta Qali com mais acutilância ofensiva, mais pressão e mais esperteza na altura de enfrentar a muralha maltesa – a duas linhas. O apoio extra de Antunes, na esquerda (algo que não tinha acontecido na 1ª Parte), abriu mais espaços para a finalização e foi isso mesmo que Hugo Almeida acabaria por fazer, aos 60’: numa bola perdida pelo adversário, fuzilou, de fora da área, as redes à guarda de Haber, para o 2-0. Queiroz trocou Maniche por um muito apagado Martins logo após o golo tranquilizador de Simão (3-0, aos 70’) e até Nani haveria de marcar mais um (78’), selando o score e uma exibição colorida com assistências em todos os golos nacionais. E Portugal terminaria a partida com a certeza de que já é líder no seu grupo de qualificação para o Mundial 2010’. E (já só) faltam nove finais rumo à África do Sul.
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