quinta-feira, 1 de novembro de 2007

O MÊS EM REVISTA

A ARBITRAGEM VESTE DE NEGRO






BERNARDINO BARROS

EDITOR DE DESPORTO DO PORTOCANAL




O reino da arbitragem está a navegar em águas turbulentas.

Os erros são naturais e normais, porque estamos a falar de juízos onde entra a apreciação humana, e aí, vai valendo o velho refrão que, “errar é humano”.

Pararam durante duas semanas as competições profissionais, e esse hiato foi aproveitado para se fazer um balanço das primeiras sete jornadas, tendo Vítor Pereira manifestado a existência de muitos erros no início de época, afirmando que “a arbitragem é como as marés, umas vezes estão altas e outras baixas”.

O que se pede é que a embarcação navegue á vista e não ande à deriva, sob pena de encalhar a qualquer momento.
Acrescente-se que o regresso, este fim-de-semana, das competições dos campeonatos nacionais, não trouxe melhorias, com o regresso de arbitragens polémicas e de grandes penalidades claras e inequívocas que ficaram por assinalar.

Profissionalização, a menina dos olhos de Hermínio Loureiro e Vítor Pereira, Escola Nacional de Arbitragem, desejo reivindicado pela Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, Centros de Treino, adopção de novas tecnologias e maior contenção verbal dos intervenientes no jogo, são alguns dos temas que levam á discussão e análise da arbitragem em Portugal.

Os centros de treino foram um passo importante para a melhoria das condições no sector, mas os desejos são mais vastos e pretende-se que os árbitros tenham condições de treino, que lhes permitam treinar/competindo, para que deixem de correr à volta do campo, com ou sem supervisão, e passem a treinar como os demais intervenientes no fenómeno futebolístico, em situações reais de jogo.

Ainda muita “pedra há para partir”, muitas ideias para analisar, mas para que a arbitragem seja olhada com outros olhos, não o das câmaras que tudo detectam e analisam, é preciso que os árbitros, profissionais em “full-time” ou “part-time”, uniformizem critérios na interpretação das leis, melhorem a coordenação com os auxiliares, e sobretudo tenham a coragem que não têm tido: apitar de acordo com as leis de jogo.

Se errar é humano, não é menos verdade que outro dos aspectos da natureza humana, é “reclamar por tudo e por nada”, por isso o que se pede não é o impossível, deixar de navegar em águas turbulentas, mas o essencial, que o façam em águas transparentes.

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