quarta-feira, 31 de outubro de 2007

VALÊNCIA PROCURA NOVO TREINADOR


ANDRÉ MATOS LEITE


Após a derrota sofrida frente ao Sevilha por 3-0, o treinador Quique Flores foi despedido pelo conselho de administração do Valência. A direcção procura agora um treinador com um nome de peso que transmita à equipa a ambição necessária para ganhar títulos.

Os principais pretendidos pela equipa “ché” são Fábio Cappelo, Marcelo Lippi, Luiz Felipe Scolari e José Mourinho, mas todos eles recusaram o convite. Segundo o diário espanhol “Marca” e em virtude das recusas dos quatro primeiros nomes, o favorito para o cargo é agora Ronald Koeman, antigo treinador do Benfica que está actualmente no PSV.

Para além dos já mencionados desejados pela direcção do Valência também Didier Deschamps, Vicente del Bosque e Marco Van Basten são falados para o lugar deixado vago pelo despedimento de Quique Flores.


Fontes

LUÍS FILIPE VIEIRA GARANTE QUE NÃO SE DEMITE


O Presidente do Benfica deixou ontem claro que não colocou o seu lugar à disposição e que continua tudo como estava.


PATRÍCIA MARTINS


Luís Filipe Vieira foi alvo de insultos na assembleia-geral do Benfica da passada segunda-feira e, por isso, decidiu convocar um plenário dos órgãos sociais do clube para a tarde de ontem. A reunião teve início pelas 18h00 e conheceu um fim cerca de duas horas mais tarde, altura em que o presidente encarnado fez questão de dissipar todas as dúvidas face à possibilidade de abandonar o clube: “Não me demito".

O Presidente benfiquista garantiu que não há razão para ter tido alguma vez o lugar em risco: "Está tudo como estava antes. Continuo com o espírito de ajudar". Quando questionado pelos jornalistas sobre os insultos ouvidos na assembleia-geral de anteontem, respondeu prontamente: “Como devem calcular, não vou reagir a insultos".

No que diz respeito à relação com as claques, apesar de garantir alguma indiferença perante a exaltação dos membros destas, o líder encarnado não estava à espera de protestos daquela magnitude: "Ninguém estava minimamente preparado para o que se passou naquela assembleia-geral. Todos devem tirar ilações do que ali aconteceu, e creio que isso vai acontecer", adiantou, deixando uma certeza aos adeptos: "A Direcção continua a uma só voz."



FONTES:

terça-feira, 30 de outubro de 2007

MUNDIAL 2014': BRASIL VAI ACOLHER A COMPETIÇÃO


A FIFA DECIDIU ATRIBUIR A ORGANIZAÇÃO DO MUNDIAL DE 2014' AO BRASIL, PELO FACTO DE TER SIDO O ÚNICO PAÍS A APRESENTAR A CANDIDATURA. OS OUTROS POSSÍVEIS CANDIDATOS (PERU, FRANÇA E AUSTRÁLIA) DESISTIRAM HOJE, ABRINDO AS PORTAS DO CAMPEONATO DO MUNDO AOS BRASILEIROS.



JOSÉ PEDRO PINTO



O Brasil será o país organizador do Mundial de futebol em 2014. A decisão foi hoje tomada pela FIFA, após a desistência dos outros candidatos ao acolhimento da competição mais importante do mundo futebolístico - Peru, França e Austrália -, pelo que o Brasil terá assim nova oportunidade para organizar mais um campeonato do mundo (o último foi em 1950).


Joseph Blatter, presidente da FIFA, explicou as razões da escolha: "Gostámos bastante da apresentação feita pela delegação brasileira e sabemos que este evento representará um impacto social e cultural enorme para o país". O líder máximo do futebol mundial realçou ainda o facto de haver grandes expectativas quanto à organização brasileira, afirmando que "a fasquia está um pouco mais alta do que se tivéssemos dois candidatos a acolher este campeonato do mundo."



REACÇÕES


Lula da Silva, Presidente do Brasil, esteve presente, esta terça-feira, na sede da FIFA, em Nyon, na Suíça, para receber a boa nova e reagiu com grande satisfação à atribuição do Mundial de 2014' ao país a que preside. "Tudo faremos para organizar um Mundial que fique na história", afirmou Lula da Silva, aproveitando para fazer alusão à rivalidade com a Argentina: "Nenhum argentino terá motivos para criticar a organização do Mundial de 2014".


Luiz Felipe Scolari, seleccionador nacional de Portugal, também já reagiu. «Felipão» considerou a decisão da FIFA como "acertada" e "correcta" e aproveitou para enaltecer a ousadia da candidatura brasileira. "Acho que o Brasil foi ousado e pode trabalhar com muito afinco para que seja histórico em todos os sentidos. O Brasil tem grandes condições".


Já Dunga, seleccionador brasileiro, demonstrou o seu orgulho pela atribuição do Mundial 2014' ao Brasil.




FONTE




JORGE COSTA JÁ NÃO É TREINADOR DO S.C. BRAGA


PEDRO ROCHA

Jorge Costa foi despedido pelo Braga. Depois de quase uma época à frente do clube o técnico deixa o clube minhoto pelos resultados menos conseguidos. O empate na Figueira da Foz frente à Naval foi a gota de água. Em comunicado oficial o Sporting de Braga explica "após o jogo com a Naval, António Salvador, o presidente, reuniu-se com o técnico e comunicou-lhe a decisão, imediatamente aceite e entendida pelo treinador". A equipa ficará para já a cargo dos treinadores-adjuntos sendo que não deve demorar muito tempo para chegar um substituto. A direcção agradece o "brio profissional e a dedicação ao clube demonstrada por Jorge Costa". O técnico bracarense não têve um início de época fácil. Contudo a equipa parecia estar agora a melhorar. O Braga está no 7º lugar da Liga a 13 pontos do líder F.C. Porto. Na Taça Uefa encontra-se a disputar a fase de grupos. No único jogo disputado empatou, em Londres, frente ao Bolton a um golo.

REPORTAGEM GAZETA DO FUTEBOL: F.C. PORTO 3-0 LEIXÕES S.C.


A Gazeta do Futebol esteve no Estádio do Dragão a acompanhar todas as incidências de mais um clássico do Grande Porto, e viu a partida através de duas perspectivas: a dos adeptos do F.C. Porto, na bancada dos Super Dragões; e a dos adeptos do Leixões S.C., na bancada reservada para sócios e claque matosinhenses.


DO LADO DO F.C. PORTO



O REGRESSO DE UM «DERBY» REGIONAL HISTÓRICO

PEDRO ROCHA


Primeiros toques na bola, primeiros cânticos. As vozes iam aquecendo, à medida que os jogadores também o faziam no relvado. Ouvem-se os primeiros comentários sobre a constituição da equipa “da casa” enquanto se compõem os estandartes que vão ser levantados na altura da entrada das três equipas. 20 minutos para o apito inicial e a bancada pouco preenchida. O dia de trabalho e a hora a isso convidavam. As poucas pessoas que a compunham andavam em constante rodopio ora colocando fita numa haste para segurar a bandeira, ora ensaiando o bater do tambor. Com o aproximar da partida o estádio foi-se compondo. A bancada dos Super não foi excepção. O primeiro grande aplauso da noite vai para a saída da equipa no fim do aquecimento, como que um ultimo sussurro de motivação ao ouvido de cada jogador.

Pouco tempo depois o espectáculo está prestes a começar. As três equipas entram em campo e as colunas do estádio sopram o Hino do Clube. Momento surpresa: as centenas de adeptos da claque sabe o hino e canta-o com uma emoção e uma vontade de louvar. Com o início do jogo começam os cânticos a sério; todos guiados pelo “seu líder”( como gostam de chamar) cantam a uma só voz as primeiras canções de apoio à equipa. O líder passa 80 minutos do jogo de costas para ele. Inicia os cânticos e puxa pelos mais tímidos ou amorfos. “Quero ver tudo a cantar” foi das frases mais utilizadas por Fernando Madureira ,“o Macaco”, para os super. A equipa da casa empurrada pelos seus adeptos entra forte e aos 5 minutos faz o primeiro golo. A bancada explode de alegria. Os adeptos atiram-se uns contra os outros e a felicidade é total. Talvez por isso se perceba a paixão pelo futebol. Na bancada esquece-se tudo. Durante 90 minutos cada pessoa anónima tem oportunidade de esquecer os problemas e viver só o clube. Mas são só 90 minutos.

“Lisandro Lopez” “Lisandro Lopez” “Lisandro Lopez” “Lisandro Lopez” – foi o grito mais ouvido imediatamente a seguir ao golo como forma de idolatrar o marcador do primeiro.

Os cânticos não pararam com o golo. Todos continuaram a cantar. As músicas de apoio têm uma forte ligação à cidade e à região do Porto. O estilo é inconfundível e as letras só fazem sentido se cantadas com o “sotaque” tripeiro. Quando havia pequenas paragens logo o líder se insurgia a cantar e a acordar toda a companhia. A equipa do dragão ampliou a vantagem pouco tempo depois e a euforia já não foi tão grande. Nada como o encanto do primeiro. Ainda assim festejaram e gritaram a bom som o nome do seu marcador. Ainda que Tarik Sektioui seja um nome manifestamente dificil de dizer. Pior de cantar. 2-0 mas a claque não se calou. “Até ao intervalo sempre a cantar” dizia o líder, e assim foi. Chegado o intervalo foi tempo de refrescar as gargantas ou então aconchegar o estômago. Mais de metade da claque seguiu estes exemplos. A outra metade ficou em amena conversa. Grande parte desta gente conhece-se há longos anos. Acompanham o Porto para todo o lado, e ao compartilharem o mesmo espaço acabam por surgir naturais amizades ou relações de empatia.

Chegado o segundo tempo voltaram os cânticos. Agora com menos intensidade. O jogo já practicamente decidido convidava a isso mesmo. A equipa adormeceu por momentos e ouviram-se os primeiros assobios. Do resto do estádio porque nos super ninguém assobia a equipa. Em resposta a este facto os cânticos ganharam nova vida como que tentando acordar a equipa. Cada jogador tem música personalizada. E com o aproximar tranquilo do fim da partida foi tempo para as cantar. Os 11 jogadores em campo tiveram direito a cântico. Excepto Mariano Gonzalez mas( e quero acreditar que sim) por mero esquecimento. Os jogadores respondiam quando podiam, ou batendo palmas, ou levantando o polegar em forma de agradecimento pela ovação. O final da partida não chegou antes do 3-0 e nova onda de euforia. “Lisandro Lopez Lisandro Lopez” voltou-se a ouvir mas muito mais baixo. O final chegou pouco depois e o aplauso à equipa foi unânime. Os adeptos sairam felizes mas sem grandes loucuras, afinal foi só mais uma no reino do Dragão.

E vão oito.





DO LADO DO LEIXÕES S.C.


SE O APOIO DOS ADEPTOS DESSE VITÓRIAS…



JOSÉ PEDRO PINTO


Foi pouco antes do início da partida, quando as duas equipas perfilavam para a Tribuna Presidencial do Estádio do Dragão, que a festa começou na bancada que albergou, por 90 minutos, os adeptos leixonenses. Com o hino do F.C. Porto em fundo, os matosinhenses ergueram os cachecóis e aplaudiram a sua equipa. “Matosinhos, allez!”, repetido vezes sem conta, durante a partida, ecoou pelo Dragão: era o sinal de que os forasteiros não se tinham deslocado ali para entregar a vitória aos «azuis-e-brancos» de mão beijada. Predominantemente encarnada, a bancada cedo se compôs, e não havia nem uma alma que não pensasse nos 18 anos que já passavam desde o último encontro frente ao F.C. Porto.

O esférico girou, e os primeiros minutos da partida foram fatais: o apoio era incondicional, apaixonante até, mas o F.C. Porto cedo se encarregou de estragar a festa aos cerca de 1500 leixonenses que ao Dragão se haviam deslocado: primeiro Lisandro, depois Tarik a colocarem o score, à passagem do madrugador minuto 8’, em 2-0. Era o desânimo entre os sócios, mas apenas mais uma oportunidade para a claque «Máfia Vermelha» exprimir todo o amor que sentia pelo clube… através da música. Instantaneamente, as gargantas inflamadas pela dor da derrota deixaram de o ser, entoando a plenos pulmões todas as indicações que o líder do grupo lá ia dando através do altifalante.

A equipa do Leixões esboçava uma reacção? Era imediatamente recompensada com palmas e o “Muito bem, pá!” da praxe. Um jogador arruinava uma jogada colectiva com um mau passe? “Eh pá, este gajo é sempre a mesma coisa!”. A paixão do adepto que, bem agasalhado contra o frio lá conseguia bater palmas à exibição pouco inspirada da equipa demonstrava uma só coisa: a esperança em que a 2ª Parte fosse um pouco melhor…

Não o foi, de facto. A reacção ténue continuava, com processos lentos por parte da equipa e os espectadores começavam a ficar impacientes nos seus lugares. “Sabes que mais?”, dizia um deles para o amigo. “Devíamos era ser sócios de um clube que não nos fizesse sofrer. E nem vimos a Carolina (Salgado)!”. Os risos espalham-se a toda a periferia, não obstante a turma que apoiavam não estar numa das suas noites de inspiração. A 20’ do fim, as opções tácticas de cada adepto começavam a surgir, com o alvo preferido a ser o treinador, Carlos Brito. “Como é que uma equipa só remata uma vez à baliza em 90 minutos?!”, lá se conseguiu insurgir um adepto mais “tocado” pela bebida.

80’: o canto final do cisne. Mais uma das jogadas brilhantes de Quaresma, a ir à linha de fundo e a cruzar para a pequena-área onde Lisandro cabeceou, de cima para baixo, fechando o marcador em 3-0. A debandada geral de adeptos leixonenses foi a consequência. Na cabeça de cada um, já estava o próximo jogo. Ainda assim, se uns saíam, a claque ficava até ao fim. Desde o minuto 1’ ao 90’, coloriram o Estádio do Dragão, apresentando-se a 100% e prontos a apoiar a equipa, de forma incansável, até que recolhessem, pela última vez, aos balneários.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

RESULTADOS SONDAGEM GAZETA DO FUTEBOL




REDAÇÃO GAZETA DO FUTEBOL


Embora só tenha conseguido mais um voto do que o brasileiro Káká, Cristiano Ronaldo é o preferido pelos nossos ciberleitores para a nomeação de Melhor Jogador do Mundo da revista
France Football.

O jogador do Manchester United, apesar do um início de época um pouco abaixo das expectativas, está novamente a revelar-se uma das principais “armas” do ataque do clube inglês e da selecção portuguesa.

REPORTAGEM GAZETA DO FUTEBOL


F.C. PORTO - LEIXÕES S.C.



18 anos depois... o regresso de mais um clássico do Grande Porto: hoje, no Estádio do Dragão, F.C. Porto e Leixões S.C. defrontam-se no duelo mais aguardado da jornada 8 da Bwin Liga, e a GAZETA DO FUTEBOL estará presente nesta aliciante partida.


Não perca, amanhã, as reportagens de José Pedro Pinto e Pedro Rocha sobre o jogo.



GAZETA DO FUTEBOL

domingo, 28 de outubro de 2007

BENFICA VENCE MARÍTIMO E CHEGA AO SEGUNDO LUGAR DA PRIMEIRA LIGA

IMAGEM: abola.pt


ANDRÉ MATOS LEITE


O Benfica venceu o Marítimo por 2-1, em jogo a contar para a Bwin Liga. Com este resultado, os “encarnados” atingem o segundo lugar na classificação da Primeira Liga Portuguesa.

O encontro não começou da melhor forma para as “águias”. Ainda não haviam passado dez minutos quando os madeirenses marcaram o primeiro golo da partida por intermédio de Kanu. Quim, guarda-redes do Benfica, sai mal da baliza e permite ao avançado do Marítimo realizar um chapéu. O clube da Luz reagiu, atacou mais e, aos 17 minutos de jogo, Ricardo Esteves, lateral-direito do clube madeirense, impede dentro da área e com o braço um cruzamento de Rui Costa. Cardozo é chamado a converter a grande penalidade e não falha, restabelecendo a igualdade na Luz.

A equipa da casa renovou a moral, mas continuava a evidenciar fragilidades na defesa. Quando o encontro atingia a meia hora, Kanu surge isolado na grande área “encarnada” e é derrubado por Quim. O guarda-redes viu o cartão vermelho e Camacho substitui Edcarlos por Butt, recuando Katsouranis para o eixo da defesa. Makukula marca o penalti, mas o guarda-redes alemão consegue defender o remate, causando os festejos dos adeptos da casa. Com o Benfica reduzido a dez unidades o Marítimo atacou mais sem conseguir, no entanto, chegar ao segundo golo.

Ao intervalo, o treinador das “águias” tirou Di Maria para a entrada de Luís Filipe, fazendo subir Maxi Pereira. Os “encarnados” jogavam melhor e atacavam mais, conseguindo, apesar da inferioridade numérica, dominar o Marítimo que ofensivamente quase só aparecia em contra-ataque. O marcador, contudo, não se alterava e aos 80 minutos Camacho faz entrar o jogador que conseguiu dar a vitória ao Benfica. A três minutos do fim da partida, Freddy Adu responde da melhor maneira ao cruzamento de Léo estabelecendo o 2-1 final.


Ficha do Jogo


Estádio da Luz


Árbitro: Pedro Proença


BENFICA – Quim; Maxi Pereira (Freddy Adu, 80 m), Luisão, Edcarlos (Butt, 30 m) e Léo; Katsouranis e Binya; Di Maria (Luís Filipe, 46 m), Rui Costa e Cristian Rodriguez; Cardozo.


MARÍTIMO – Marcos; Ricardo Esteves, Ediglê, Van der Linden e Evaldo; Mossoró, Olberdam, Wénio e Marcinho (Djalma, 78 m); Makukula (Briguel, 81 m) e Kanu.


Fontes


LEÕES CONTINUAM SEM VENCER


Depois de duas derrotas consecutivas (Fátima e Roma), o Sporting empata na Choupana, frente ao Nacional.


PATRÍCIA MARTINS


O Sporting empatou (0-0) esta noite, na Madeira, diante do Nacional. Os maus resultados de que tem sido alvo parecem ter pesado na equipa e assim. Não conseguiram somar mais do que um ponto e o primeiro lugar do campeonato está mais distante.

O Sporting mostrou-se sempre bastante apático, o que facilitou aos madeirenses segurar, sem problemas, a formação verde e branca. Durante a primeira parte houve apenas um remate perigoso (39’), após um bom cabeceamento de Yannick Djaló, que o guarda-redes suíço defendeu com segurança. O Nacional defendia bem e sempre que podia contra-atacava. Lipatin chegou mesmo a marcar (8’), mas o seu remate foi invalidado por fora-de-jogo de Cássio.

Na segunda parte, o espectáculo não melhorou. Os nacionalistas entraram melhor, mas o jogo foi-se equilibrando com os visitantes mais ofensivos. Foi a vez dos guarda-redes mostrarem serviço e ambos corresponderam à altura, fazendo boas defesas.

Numa partida sem grande emoção, o empate pode-se considerar justo. A equipa leonina acordou tarde demais e, para um candidato ao título, deixa a desejar.


NACIONAL
Benaglio; Patacas, Ávalos, Ricardo Fernandes e Igor Pita; Cléber, Bruno Amaro, Juninho e Fellype Gabriel; Cássio e Lipatin.
Treinador: Predrag Jokanovic

SPORTING
Stojkovic, Abel, Tonel, Miguel Veloso e Marian Had; João Moutinho, Izmailov, Vukcevic e Romagnoli; Liedson e Yannick Djaló
Treinador: Paulo Bento
FONTE:

sábado, 27 de outubro de 2007

REPORTAGEM GAZETA DO FUTEBOL

UMA NOITE COM O “LIGA VITALIS”





O programa Liga Vitalis, que vai para o ar todas as terças-feiras no Porto Canal, é único no que toca a acompanhar os denominados “parentes pobres” do nosso futebol. A Gazeta do Futebol foi assistir, na última terça-feira, nos bastidores, a tudo o que faz mexer um dos segmentos com maior sucesso deste canal regional.


JOSÉ PEDRO PINTO


São 21h45m – o programa principia às 22h – e o primeiro convidado a chegar aos estúdios do PortoCanal é Paulo Costa, árbitro internacional. Não admira: a transmissão de hoje incidirá sobre o actual momento da arbitragem. De seguida, o moderador e a cara de todo o programa, Bernardino Barros, desce a escadaria que dá acesso à recepção do canal, envergando um fato escuro e uma camisa branca, sem gravata. Está munido do alinhamento do “Liga Vitalis” e cumprimenta Paulo Costa de forma amistosa: “Isto está atrasado, pá! Vamos lá a ver se nos despachamos…”.

A entrada em estúdio processa-se de forma rápida. O cenário, predominantemente claro, contrasta com o escuro que caracteriza o fundo deste espaço. Operadores de câmara a postos, técnicos de som de microfones em punho, assistentes de realização dando os últimos retoques nos pormenores. Bernardino Barros e Paulo Costa sentam-se à mesa, faltando os restantes três convidados: José Leirós, Isidoro Rodrigues (ex-árbitros) e José Neto (Professor e Metodologista de treino físico). “Vamos avançando, senão nunca mais começamos e eu quero despachar isto!”, desabafa Bernardino, comunicando com a régie através do auricular, pouco antes de ajudar a produção a testar todos os microfones.

Entra em estúdio José Neto, e Bernardino Barros parece aliviado por vê-lo: “ Professor, vamos embora, despache-se!”, vai dizendo com um sorriso pelo meio e um cumprimento rápido. “Isto não é o «NJogadas», pois não?”, responde o Professor, sob a forma de uma questão, aludindo ao célebre programa de debate sobre futebol da extinta NTV.

Leirós e Isidoro tiveram falta de atraso… mas conseguem chegar a tempo do início da transmissão. Apressados, lá se sentam, e, às 22h03m, Bernardino Barros dá o tiro de partida para uma hora de conversa: “Boa noite e bem-vindos a mais um «Liga Vitalis», numa semana sem campeonato. Espaço para uma paragem e reflexão no sector da arbitragem”.

Está dado o mote. Num programa em que o tema principal foi intercalado com resumos da Taça da Liga e o concurso «Penalty Cup» (os telespectadores marcam “penalties” através das teclas do telefone), os temas que vão marcando a actualidade da arbitragem juntam-se a uma mesa e são discutidos de uma forma algo informal. Paulo Costa aborda as dificuldades deste sector, José Leirós a gestão da arbitragem jovem, José Neto as metodologias de treino dos juízes e Isidoro Rodrigues a necessidade de haver apenas um modelo de gestão para toda a arbitragem. Bernardino Barros introduz as questões em tom coloquial, desprendidas de qualquer tipo de tabus, e atribui ao programa um cariz familiar, pondo à vontade os seus convidados.

Fora do ar, quando passam os resumos da Taça da Liga, a postura séria e comprometida com o estereótipo de uma transmissão televisiva em directo dá lugar ao relaxamento nas cadeiras, a risos e gargalhadas sobre situações banais do dia-a-dia mas também a uma autêntica amena cavaqueira à qual nem os três operadores de câmara conseguem escapar. Curiosidades (Paulo Costa gabava-se, a José Neto, de ter sido o introdutor dos célebres centros de treino para árbitros…), mais críticas lançadas à gestão da arbitragem… e, de novo, no ar.

Agora, a profissionalização. Sob o olhar atento e a capacidade de Bernardino Barros em alimentar o debate, os intervenientes nesta conversa lá vão opinando sobre a matéria. Paulo Costa deseja a semi-profissionalização da arbitragem, porque se coaduna com a “realidade nacional”; José Leirós prefere abordar a “clivagem” da arbitragem sob a égide de Vítor Pereira; José Neto termina o seu discurso com a frase forte de todo o programa – “O árbitro continua a ser o herói do jogo”.




22h57m: ponto final em mais um «Liga Vitalis». “Não vale a pena olhar para o relógio”, vai dizendo Bernardino Barros, ao encarar a câmara e o telespectador. “Os minutos acabam, mas prometemos voltar para a semana, já com o campeonato a rolar”.

Desligam-se as câmaras e os microfones; continua o painel a conversar, agora em verdadeiro off. A boa disposição que reinava no início continua a imperar no epílogo de mais uma transmissão. Levantam-se das cadeiras e de pronto os assistentes de realização se apressam numa súbita mudança de cenários.

Em relação a promessas, Bernardino Barros não fez só uma: ficou ainda assente a ideia de um debate mais alargado no tempo sobre o tema da arbitragem. Faltou definir a data.



3 QUESTÕES A BERNARDINO BARROS

GAZETA DO FUTEBOL: Como é que se têm “portado” as audiências do programa?

BERNARDINO BARROS: Depende muito dos temas, mas posso dizer que varia muito entre mínimos e máximos. Em termos de share, anda à volta dos 8%-11%. O primeiro pico dá-se das 22h às 22h30m e, depois, há um decréscimo porque dão os resumos da “Liga Vitalis” entre esse espaço de tempo e, depois disso, as pessoas desligam completamente. Estamos a gostar imenso de fazer este programa e, ao contrário do que foi sendo dito, este é o único programa que vai dando atenção à Liga de Honra portuguesa. A Liga de Clubes disse, no início da época, que haveria de surgir um programa nos mesmos molde que o nosso. Ainda não apareceu…


G.F.: A estratégia de uma “conversa familiar” que vem reiterando, programa a programa, é o grande segredo para o sucesso deste programa?

B.B.: É isso mesmo! Eu não vou convidar as pessoas para este espaço, que durante uma hora é a minha casa, para as tratar mal. Tenho que lhes dar hipótese de conversar, para que estejam à vontade para falar como se estivéssemos num café a discutir o fenómeno desportivo que é o futebol. Não é necessário que se fale mal; é necessário que se discuta, no bom sentido, tudo isto.


G.F.: Uma hora é pouco tempo para este programa?

B.B.: Em algumas situações sim, noutras não… No de hoje, por exemplo, penso que faltou tempo para abordar outras questões como a implementação das novas tecnologias e outros assuntos. Mas quando se começa a falar de arbitragem, é sempre assim: nunca se consegue esgotar os temas de conversa!

JUANDE RAMOS DEIXA SEVILHA


JUANDE RAMOS JÁ NÃO É TÉCNICO DO SEVILHA F.C. . TAL COMO A GAZETA AVANÇOU À POUCO TEMPO O TÉCNICO ESPANHOL SAI DO CLUBE ANDALUZ E PREPARA-SE PARA TREINAR O TOTTENHAM HOTSPUR.


PEDRO ROCHA


Já é oficial. Juande Ramos demitiu-se do Sevilha, clube pelo qual venceu 5 troféus : 2 taça UEFA, 1 Supertaça Europeia, 1 Copa do Rei e uma Supertaça Espanhola. Tudo isto, em somente 2 anos. Esta temporada, o clube andaluz viveu momentos conturbados sobretudo devido à morte em campo de Puerta. O clube está no 11º lugar da Liga Espanhola e em 2º do grupo da Champions. Juande Ramos não deverá ficar muito tempo sem clube visto que fala-se já no convite para assumir o comando do Tottenham que despediu ontem Martin Jol.

FONTE

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A SEMANA VISTA POR…

FAIR PLAY OU ANTI-JOGO?



O tema já não é novo, mas volta à baila numa altura em que a UEFA toma uma posição e os clubes se vão adaptando: quando um jogador se lesiona deve a outra equipa colocar a bola para fora?


PATRÍCIA MARTINS


O F.C Porto deixou recentemente vincada a sua posição, pela voz de Pinto da Costa e Raul Meireles, no que diz respeito à interrupção do jogo para os jogadores serem assistidos em campo. Tenho que concordar que está na hora de acabar com o hábito de colocar a bola para fora sempre que alguém decide atirar-se para o chão.

Verdade seja dita, muitos jogadores aproveitam-se do cliché “Fair Play” para cortar o ritmo de jogo à equipa adversária e ganhar algum tempo. Mergulham no chão ao mínimo toque e a equipa adversária, com medo das acusações, atiram o esférico para fora das quatro linhas. Qual não é o espanto, quando ainda mal a bola foi reposta em campo e já o jogador está como novo, pronto a correr.

Ora aí está uma das questões que faz com que o futebol português seja um mau espectáculo. Se cronometrarmos um jogo do desporto rei, tal como se faz em outras modalidades, não é difícil de concluir que a bola está muito mais tempo parada do que em jogo. É necessário que apenas se tomem essas medidas quando, de facto, forem situações graves e necessárias.

E a quem cabe tomar essas decisões? Aos árbitros, claro está! A UEFA é clara nesse ponto e, se assim não fosse, o homem do apito não era necessário. Todas as decisões poderiam ser tomadas pelos jogadores (cada um a puxar a brasa à sua sardinha, como é de esperar).

É preciso que haja uma posição firme dos jogadores, dos clubes e do público. Tudo em nome de um bom espectáculo e… do bom senso.

INTERNACIONAL: MOURINHO NO MILAN?


ANDRÉ MATOS LEITE


De acordo com o jornal inglês “Daily Express”, Carlo Ancellotti, treinador do AC Milan, pode estar com o lugar em risco. O irregular início de época da equipa italiana estará a causar algum descontentamento junto da direcção. Ainda segundo o mesmo jornal, a direcção “rossoneri” só aguarda o começo da próxima temporada para anunciar a contratação de José Mourinho, treinador que já afirmou que gostaria de tentar ganhar o “calcio”.

Outra contratação que pode estar ainda mais próxima do Milan é Ronaldinho Gaúcho. O diário espanhol “Marca” revelou que o clube italiano, que já planeava contratar a estrela brasileira no fim desta época, pensa adiantar o negócio para a reabertura do mercado em Janeiro. Kaká, jogador do Milan, afirma que o companheiro de selecção, Ronaldinho, lhe pergunta sempre pela equipa “rossoneri” quando estão nas concentrações do Brasil. No entanto, é pouco provável que o Barcelona liberte a sua estrela, mesmo com um negócio que se estima de 60 milhões de euros.


Fontes

MARTIN JOL DEIXA TOTTENHAM



O técnico holandês foi despedido após a derrota de ontem, em casa, frente ao Getafe, em jogo de abertura da fase de grupos da Taça UEFA.


PEDRO ROCHA


Martin Jol foi despedido na noite passada, imediatamente a seguir à derrota frente ao Getafe. No entanto, Jol estava já em risco antes do jogo. A equipa têve um péssimo arranque de campeonato. Em 10 jogos venceu somente 1. Na última segunda-feira, o clube de Londres perdeu 3-1, frente ao Newcastle, e caiu para a antepenúltima posição da tabela. A derrota ontem foi a gota de água. Em comunicado o clube confirmou o acontecido "Podemos confirmar que a admnistração do clube pediu a Martin Jol e ao treinador-adjunto Chris Hughton que cessassem as suas funções com efeito imediato". O clube não deixa de admitir o excelente trabalho do holandês "Não tomamos esta decisão de ânimo leve e sem reconhecer o contributo dado ao clube pelos dois treinadores".

3 anos de sucesso
O técnico Jol chegou a Londres para adjunto do françês Jacques Santini, em 2004. Quatro meses depois foi promovido a técnico principal. Jol conseguiu o 5º lugar, logo no primeiro ano. Na época passada repetiu o feito e ainda levou o Tottenham aos quartos-de-final da UEFA.

Substituto procura-se
Há vários nomes já em cima da mesa para substituir o técnico. O mais falado é Juande Ramos, técnico do Sevilha. Por agora Clive Allen, técnico da formação, e Alex Inglethorpe, tomam conta da equipa provisoriamente.

Fonte

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

SPORTING DE BRAGA EMPATA COM O BOLTON

O Braga consegue um bom resultado (1-1) em Inglaterra, no primeiro jogo da fase de grupos da Taça UEFA.


PATRÍCIA MARTINS


O Sporting de Braga empatou esta noite a uma bola com o Bolton, no Reebok Stadium, em Manchester, no jogo da primeira jornada do Grupo F da Taça UEFA. Este é um resultado animador para a equipa portuguesa.

Na primeira parte o Braga saiu-se melhor, conseguiu contrariar as investidas do adversário e criar oportunidades de perigo. César Peixoto aos 11’, na marcação de um livre directo, deixou um sério aviso.

Na segunda parte o treinador do Bolton tomou uma posição mais ousada e fez entrar El-Hadji Diouf. Aposta ganha, pois aos 65’ Davies cruzou para o segundo poste e Diouf cabeceou para o fundo da baliza, fazendo o 1-0 para a equipa inglesa. Aos 70’ o árbitro esloveno Darko Ceferin não assinalou um penálti cometido por O’Brien sobre Zé Manel que poderia render, na altura, o empate para a equipa portuguesa. Jorge Costa fez a sua última aposta em Jaílson, que justificou a chamada, desviando com precisão um cruzamento de João Pereira (81’). Estava assim conseguido o empate.

Este foi um resultado importante para o objectivo dos arsenalistas na UEFA, no entanto, fica a sensação de que poderia ter conseguido mais. Recorde-se que o Braga é a única equipa portuguesa a participar nesta competição.


BOLTON
Jaaskelainen, Nicky Hunt, Andy O'Brien, Meite e Gerald Cid; Ricardo Gardner, Danny Guthrie, Gavin McCann e Gary Speed; Kevin Davies e Nicolas Anelka
Treinador: Archie Knox

SP. BRAGA
Paulo Santos, João Pereira, Rodriguez, Paulo Jorge e César Peixoto; Vandinho, Castanheira e Andrés Madrid; Jorginho, Linz e Linz
Treinador: Jorge Costa
FONTES:

BRAGA: JOÃO PINTO SUSPENSO

IMAGEM: uefa.com


EM CAUSA ESTÁ O INCUMPRIMENTO DE REGRAS INTERNAS DO CLUBE. O VETERANO AVANÇADO DA EQUIPA BRACARENSE ESTÁ TEMPORARIAMENTE SUSPENSO E FOI AFASTADO DOS CONVOCADOS PARA O JOGO DE MAIS LOGO COM O BOLTON, A CONTAR PARA A TAÇA UEFA.



JOSÉ PEDRO PINTO


João Pinto está a contas com uma inquirição disciplinar interposta pela Direcção do S.C. Braga. Em causa está o incumprimento de regras internas do clube minhoto, razão pela qual o avançado português foi afastado da lista de convocados para o jogo que a sua equipa realizará mais logo, em Inglaterra, frente ao Bolton, a contar para a fase de grupos da Taça UEFA.

Oficialmente, trata-se de uma mera opção técnica de Jorge Costa, treinador do S.C. Braga, mas fontes próximas dos diários desportivos O JOGO e A BOLA deixaram transparecer que não se trata apenas de um simples afastamento da convocatória. As mesmas fontes confessaram a O JOGO que "da mesma forma que o Braga cumpre escrupulosamente com os seus profissionais, também esperamos que os profissionais cumpram os seus deveres. Quem não cumpre, tem de ser penalizado. O clube tem regras bem definidas e a SAD não permite que sejam quebradas". A juntar a isto, Jorge Costa não esclareceu, na conferência de imprensa de ontem, já em solo inglês, quais as razões para a ausência de João Pinto do lote de convocados, preferindo compará-la com a ausência de Lenny dessa mesma lista.

Desta forma, tanto o jornal O JOGO como A BOLA referem, nas suas edições online, que o problema que envolve João Pinto se prende com o facto de o avançado se ter ausentado de algumas sessões de treino para tratar de problemas pessoais, problemas esses indevidamente justificados perante a administração da turma bracarense.




FONTE





ENTREVISTA GAZETA DO FUTEBOL

3ª Parte

JAIME PACHECO


"O BOAVISTA ESTÁ NUMA FASE MÁ"


PATRÍCIA MARTINS



GAZETA DO FUTEBOL: Como avalia o actual momento do futebol português?

JAIME PACHECO: Acho que o futebol português está carenciado de algumas coisas, tal como a própria sociedade. Vivemos numa sociedade em que “são mais as vozes do que as nozes”. No futebol também é um bocado assim. Há muita ilusão em relação a tudo e devemos ser mais realistas com o nosso futebol. Nós poderíamos ter mais qualidade, mas é difícil porque os clubes apesar de estarem relativamente bem estruturados e organizados têm a falta do principal que é dinheiro. Podemos ter a nível que qualidade de técnicos igual ao dos melhores do mundo, mas falta o principal, que é a mão-de-obra, que neste caso são os jogadores. O fundamental no futebol são os jogadores. Os nossos clubes, comparados com os de Itália, Espanha, França ou Inglaterra faz lembrar um pobre e um rico. Nós sabemos onde estão os melhores jogadores, mas não há dinheiro para os ir buscar. Não é que estes não tenham gostos e aqueles ali ao lado tenham, é uma questão de poder económico. Quando temos dinheiro, podemos comprar dois jogadores iguais para cada posição, e se tiver houver uma má disposição, uma baixa de forma ou um castigo, tenho um substituto á altura. Muitas vezes temos jogadores que são muito trabalhadores, mas que lhes falta a qualidade e dai a diferença que reside dos três denominados grandes para os demais, e do futebol português para os de elevado nível de que falei há pouco. Penso que apesar de tudo se tem feito um bom trabalho desta parte a nível de clubes e a nível de selecção. Basta ver os jogadores que transitam a custos altos para os melhores clubes do mundo.
Um dos nossos problemas é termos o culto de falar mal, da inveja e das coisas negativas, o que é de lamentar. Deveríamos ter o culto de apelar à auto-estima. Portugal ganhou muitas medalhas em competições com um número restrito de participantes porque nos somos pessoas de sacrifício, de trabalho, de carácter, de qualidade. É pena que às vezes não façamos um apelo à nossa qualidade. Recuso-me a fazer parte dessa sociedade negativa, as coisas positivas faço sempre questão de aflora-las e deixo sempre para trás das costas as negativas. Sempre fui assim e sou uma pessoa feliz, ando sempre a rir e pretendo que as pessoas que vivem à minha volta mantenham sempre esse estado de espírito.


"VIVEMOS NUMA SOCIEDADE EM QUE «SÃO MAIS AS VOZES QUE AS NOZES»"


G.F.: Há bocado falou na questão do poder económico e dos jogadores acabarem por sair. No fundo é um bocado à imagem do Boavista, porque houve uma altura em que tiveram bons jogadores, mas acabaram todos por sair.

J.P.: Todas as equipas e selecções têm jogadores criados e nascidos neste clube. Por aqui passou muita gente, isto é um clube genuíno, porque as pessoas que vêm para aqui são talhadas, com mais ou menos dificuldade, para terem sucesso. O Boavista sempre foi o sustento das grandes equipas. É obvio que se nós pudéssemos ficar todos os anos com os melhores e ainda requisitar alguns daqui e de acolá, seríamos também dos melhores. O Boavista está numa fase má, como também já esteve o Manchester United ou o Liverpool, em que têm um ciclo alto, e depois, por isto ou por aquilo caem um pouco. Mas isso acontece em todos os clubes do mundo. As pessoas têm que entender que com a união, o esforço e a dedicação de todos será mais fácil superar este momento menos fácil. Não é virando as coisas nem destruindo, nem criticando. Muitas vezes penso que ter um dia menos bom, um jogo menos bom ou uma fase pior, é Deus que nos está a testar, pois é muito fácil andarmos de bem com Deus e com todos quando as coisas correm bem, quando as coisas correm pior é que temos que mostrar solidariedade, amizade, união. Não é ser amigo quando se está bem, é ser amigo quando as pessoas precisam de ajuda. É isso que de alguma forma pratico e a que tento avivar a memória das pessoas.


G.F.: Acredita que esta crise do Boavista se deve unicamente à construção do estádio, tal como é muitas vezes referido?

J.P.: Eu penso que é a questão principal e depois isso vai-se ramificando a outros níveis. Esta crise acaba por contagiar tudo. Noutros anos, em Fevereiro o Boavista já tem o plantel construído para a época seguinte. Agora não é assim. As pessoas que faziam isso antes, também o podiam fazer agora. Mas porque não fazem? Porque agora não temos condições financeiras para o fazer. Eu acho que quem gosta do Boavista a sério, gosta sempre, não é só quando se ganha ou se conquistam coisas impensáveis. Sempre disse que “os amigos se vêm na cadeia e no hospital”, nem que seja com a sua presença ou uma palavra amiga e de apoio. E o Boavista precisa disso, porque eu sou o mesmo treinador que era há uns anos atrás, se calhar até muito mais valorizado por estudos que faço, por coisas que vou vendo, por experiência. Já tive clubes que me deram oportunidade de sair e melhorar a nível desportivo e financeiro, mas o Boavista está numa situação difícil e precisa de mim. Eu fico se entender que posso ser útil, quando entender que posso ser uma pessoa que estorvo e incomodo tudo bem, porque deixei valores fundamentais para estar aqui. Eu gosto do Boavista, empenho-me, trabalho, não durmo e sacrifico-me, porque acho que este clube também já me deu muito. Tenho que lhe ser grato. Tenho uma vida lá fora e uma família para sustentar, mas não estou aqui por questões materiais, porque senão já tinha deixado o clube há muitos anos. Nem toda a gente compreende, mas sofrendo e dedicando-me a tempo inteiro a isto vou demonstrando às pessoas que estou aqui porque gosto do clube.


G.F.: Acredita que os adeptos do Boavista não lhe dão valor?

J.P.:
São uns adeptos especiais. Apesar de sermos muito poucos, entendo que eles deviam ser mais participativos de uma forma positiva, porque o Boavista é um clube diferente. É um clube que durante estes anos arranjou antipatias e invejas porque batia-se com os melhores e ganhava. É pena que as pessoas não percebam que quem está aqui a servir o Boavista gosta tanto do clube como eles ou mais. Naturalmente que se calhar eles também não têm conhecimento de tudo, deviam ser mais elucidados, mas têm que perceber que já tive no Boavista muitos anos e sai, depois de mim já passaram mais quatro ou cinco e nenhum acaba por aguentar isto. E eu, todas as vezes que o clube esteve mal, vim a correr. E não digo isto para terem pena de mim, digo isto para serem mais compreensivos para quem trabalha aqui, em benefício do próprio clube, porque quem vai perder com isto tudo é o Boavista. E se nós não nos unirmos podemos destruir uma coisa que custou muito a todos nós (aos sócios, a mim, ao presidente, aos directores) construir. Estão a ver o momento e coisas que muitas vezes não condizem com a verdade. Acabam por ter uma participação em que consideram que estão a ajudar, mas não estão. Começo a ver que os jogadores chegam a uma altura que têm medo de jogar, de ter a bola, de treinar e isso é manifestamente crucial para eles. Porque, independentemente de nós sermos fortes com a situação e respeitarmos, os jogadores é que têm que estar ao mais alto nível para jogar. E quem for mais consciente, quem tiver de alguma forma mais influencia, que pense bem nisto. Não é o presidente nem o treinador que está em causa, porque se eu sair agora o clube não vai ter mais 10 pontos amanhã. Sinto que se forem abandonados pode ser muito mau, porque amanhã os jogadores vão-se embora e nós gostamos do clube e ficamos. E se não ficarmos vamos viver sempre com aquilo que aconteceu de negativo para o clube. Eu estou na história pela positiva e não quero ficar pela negativa. Como já disse, não sou de abandonar nem amigos, nem instituições. Sempre colaborei, sempre me dispus e acedi a tudo. Espero é que aqueles menos positivos façam um exame de reflexão e só mediante o estado de espírito positivo e de apoio e em consideração à maior importância, que é a instituição, que apoiem os jogadores e quem cá trabalha, porque só assim o clube poderá melhorar.


"QUEM GOSTA DO BOAVISTA A SÉRIO, GOSTA SEMPRE, NÃO É SÓ QUANDO SE GANHAM OU SE CONQUISTAM COISAS IMPENSÁVEIS"




G.F.: A claque muitas vezes talvez esteja a contestar a pensar que vai dar um “abanão” positivo…

J.P.: Não dá. Apesar da equipa ser muito nova, são jogadores habituados noutros campeonatos e divisões e geram muita ansiedade, pressão e responsabilidade. Se eles não tiverem psicologicamente bem, são as questões técnicas que acabam por se diluir. Num ambiente de contestação de espírito e naquela idade é complicado. Acho que os jogadores e quem cá trabalha dão o seu melhor. É o que estamos a fazer. Mas quem esta de fora e gosta do Boavista, que nos apoie.


G.F.: Fala-se no afastamento de pessoas de referência, como o Alfredo, o William, etc… Será que não falta um certo misticismo ao clube?

J.P.: Eu vou entrar num campo muito íntimo. Nós temos uma coisa muito importante, neste plantel temos para ai sete ou oito jogadores formados aqui. Todos os anos, eu e a direcção, fazemos questão de ficar no mínimo com dois jogadores da formação no clube, para manter essa mística. Em relação aos quadros do clube, é ver que temos lá o Mané, o Mário João, o Moinhos, entre outros que já passaram. Soube que o Paulo Sousa foi convidado e não quis. Em tempos, o Alfredo, o Jaime Alves e o Pedro Barney fizeram parte do meu Staff e alguns deles não estão aqui porque não quiseram, foram embora por iniciativa deles. O Alfredo foi um treinador que esteve cá e ficou comigo, quando eu fui embora ele manteve-se, depois eu regressei outra vez e mais tarde saiu por ele. O Jaime Alves foi a mesma coisa. Há situações que nós não controlámos. Foi por vontade deles. O clube não pode ser de alguma forma criticado por eles, até porque muitas vezes abdico de alguns princípios e valores para ter alguém da formação, portanto não é justo falarem disso. Este ano tínhamos o Bobo e única e simplesmente desapareceu. São coisas que não controlámos. Estamos a trabalhar em relação às outras equipas técnicas em número diminuído. Somos só três e muitas vezes eu tenho de carregar balizas. Eu não me importo, mas quando tivermos que escolher alguém para aqui tem de ser alguém que faça parte do passado do clube. Não é justo estarem a criticar a direcção ou os departamentos por não darmos continuidade, porque somos das equipas que sempre deu a possibilidade a jogadores da formação de fazer parte do plantel sénior.


G.F.: Esta semana vi no Porto Canal o Alfredo a comentar a situação do Boavista e referiu que gostava de estar lá, deixou no ar que se não estava foi porque alguém não quis.

J.P.: Não, não é justo. Ele esteve cá e depois simplesmente deixou de aparecer. Não é verdade, porque aqui também há regras e rigor. Não pode ser “hoje não me apetece, não vou, amanha vou, daqui a oito dias não me apetece e não vou”, isto não é assim, é uma questão de exemplo. É verdade que eu faço questão de ter sempre alguém que sinta o clube, agora se por este motivo ou aquele que nós desconhecemos não vêm trabalhar, são coisas que nos ultrapassam. E neste momento para estar no Boavista é preciso fazer muitos sacrifícios. Eu faço-os e quem trabalhar comigo também tem que os fazer. Eles não suportam fazer sacrifícios, independentemente de serem ou não do Boavista e de terem os terem feito no passado. Não é justo falarem de coisas que muitas vezes não são verdades.


G.F.: João Loureiro referiu na conferência de imprensa, que existem culpados pela situação em que se encontra o clube. Concorda com ele?

J.P.: Somos todos culpados. Quando fomos campeões, adeptos, sócios, directores e funcionários disseram-me “ eu também ajudei”. Quando ganhámos fomos todos campeões. Eu vi este estádio e a toda a cidade a festejar “somos campeões” e quando perdemos só perde o treinador ou o presidente? Não! Somos todos! Cada um com a sua responsabilidade, mas somos todos. Portanto não é justo apontar quem quer que seja, ou vocês acham que o presidente ou o treinador não queriam ter melhor equipa? Não se tem porque não há dinheiro. Nós não podemos gostar só quando temos a mesa farta.
Ah! Mas há muita gente boa dentro e fora do clube. Há pessoas que andam desde o início da época atrás de nós, muitas vezes abdicam do seu trabalho e das coisas relacionadas com a família para nos acompanhar e essa gente eu jamais esquecerei. Eu estou atento e quando puder retribuir vou faze-lo de uma forma forte porque são pessoas que sabem estar connosco quando ganhámos e agora também. E é por essas pessoas que eu também não desisto.


G.F.: Acha que é fundamental ser o treinador a escolher a equipa?

J.P.: (Pausa) Acho que é muito importante. Cada chefe no seu departamento devia ter a possibilidade e facilidade de escolher com quem vai trabalhar. Isso às vezes não acontece porque não é possível.


G.F.: Se pudesse escolher um jogador português para ter na sua equipa, sem pensar em problemas financeiros, qual seria a sua escolha?

J.P.: (Pausa grande) Eu acho que estou a pensar muito e nem devia. Era o Cristiano Ronaldo (risos). Era ele que eu queria. É o melhor.


G.F.: Que conselho daria aos jovens que estão agora a iniciar-se no futebol?

J.P.: Eu acho que não deviam fazer nem mais nem menos do que aquilo que eu fiz. Tenho um filho que tem 10 anos e joga nas escolas do Boavista, e eu nunca vi se ele joga bem ou mal, a questão é que em qualquer actividade tem que dar o máximo e o máximo é empenhar-se do maior ao menos exercício, com concentração e enquanto lá estiver que se aplique, que se apaixone e que se entregue de corpo e alma ao que está a fazer. De uma forma geral e acima de tudo que respeitem muito quem os lidera, porque quem os lidera é a pessoa mais interessada em que eles tenham sucesso. Isso é o que eu digo ao meu filho, se não foi ao treino por alguma razão quando chegar lá amanhã que justifique com a verdade, que seja sincero, para ter a credibilidade da pessoa que o orienta. Chega lá e não questiones se jogas aqui, ali ou acolá. Aplica-te e empenha-te ao máximo, que é para seres respeitado. Isso para mim é a melhor prenda que posso ter dele. Não quero que seja o melhor jogador e depois que falhe noutras coisas.
Uma das coisas de que me orgulho muito é ter jogado e treinado muitos clubes e o maior troféu da vida é ir a qualquer lado com os meus filhos e eles sentirem e ouvirem que ali o pai é respeitado, admirado muito ou pouco, mas respeitado pela honestidade e pela forma como sempre trabalhou lá. Para mim, acima dos títulos que ganhei, esse é o maior troféu que tenho na minha vitrina.


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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

LIGA DOS CAMPEÕES: BENFICA VENCE CELTIC JÁ AO CAIR DO PANO

IMAGEM: rr.pt


JÁ POUCOS ACREDITAVAM NUM EVENTUAL TRIUNFO DOS «ENCARNADOS»... QUANDO CARDOZO, AOS 87', GARANTIU A VITÓRIA DA SUA EQUIPA, FRENTE AO CELTIC.



JOSÉ PEDRO PINTO



O Benfica venceu esta noite o Celtic de Glasgow por 1-0, a contar para a 3ª Jornada do Grupo D da Liga dos Campeões. A equipa comandada por Camacho dominou toda a partida -sobretudo na 2ª Parte - mas só ao cair do pano conseguiu marcar o tento da vitória.

A formação portuguesa entrou em campo a todo o gás, controlando o jogo a seu bel-prazer, mas as oportunidades só apareceram a partir dos 20': Léo, na esquerda, foi dos mais irrequietos, não olhando a meios para servir os seus colegas, embora sem efeitos práticos (Cardozo falhou uma grande oportunidade, aos 23'; Katsouranis, no final desta primeira etapa, deu a Boruc, guarda-redes do Celtic, a oportunidade de brilhar e safar para canto). Os golos não apareciam (apesar do domínio «encarnado») muito graças à boa organização defensiva dos escoceses.

Na 2ª Parte, tudo mudou: Camacho redefiniu as instruções ofensivas no balneário, e as oportunidades sucederam-se com relativa facilidade. Rui Costa, Rodriguez e Léo comandavam o capítulo das assistências para que tanto Bergessio como Cardozo pudessem finalizar. O que é certo é que nem as insistências de Rui Costa, com um remate portentoso de ângulo apertado, nem a mais flagrante, saída dos pés de Cardozo (de baliza completamente escancarada, conseguiu acertar no ferro) deram em golo para o Benfica. Somente já nos instantes finais da partida, aos 87', as «águias» conseguiram dar a machadada final no score da partida: Di María, entrado a meio da 2ª Parte, serviu com categoria Cardozo que, isolado na grande-área, não perdou e facturou o único golo do jogo.

Para além de justa, esta foi uma vitória fundamental para as aspirações do Benfica na «Champions». Face ao outro resultado registado no seu grupo (A.C. Milan 2-0 Shaktar Donetsk), a turma lusa fica com mais hipóteses de se qualificar para a próxima fase desta competição, estando a 3 pontos do 2º classificado do grupo, o Shaktar.


LIGA DOS CAMPEÕES - 3.ª JORNADA (GRUPO D)
BENFICA-CELTIC
Estádio da Luz, em Lisboa
Árbitro: Massimo Busacca (Suíça)


BENFICA: Quim, Maxi Pereira, Luisão, Katsouranis e Léo; Binya, Nuno Assis, Rui Costa e Rodríguez; Bergessio e CardozoSuplentes:Butt, Luís Filipe, Edcarlos, Zoro, Romeu Ribeiro, Di María e Adu
Treinador: José Antonio Camacho

CELTIC: Boruc, Caldwell, Kennedy, McManus e Naylor; Donati, Hartley, Jarosik, Scott Brown e McGeady; KillenSuplentes: Mark Brown, Baldé, Sno, Nakamura, McDonald, O'Brien e O'Dea
Treinador: Gordan Strachan



FONTE


F.C.PORTO: EMPATE SOUBE A POUCO



O PORTO EMPATOU A ESTA NOITE NO VÉLODROME, EM MARSELHA, A UM GOLO. NUM JOGO EM QUE DOMINOU GRANDE PARTE DO TEMPO O F.C. PORTO ACABA POR SER PENALIZADO DADA A SUA INEFICÁCIA OFENSIVA.


PEDRO ROCHA


O minímo que se pode dizer desta noite europeia é que o Porto voltou a desperdiçar dois pontos. Num jogo totalmente dominado o Porto ficou a dever a si mesmo não ter conseguido vencer. Jesualdo surpreendeu no onze inicial com a colocação do argentino Mariano Gonzalez. O Porto entrou no jogo motivado e autoritário empurrando a equipa da casa para a sua defensiva e criando oportunidades de golo. Foi nesta fase que R.Meireles abanou os ferros da baliza por duas vezes. Aos 20 minutos o Porto já tinha 6 remates à baliza. O Marselha nenhum. Aliás, só aos 32 minutos os franceses foram capazes de incomodar Helton, num livre directo de Zenden.

No segundo tempo o Porto não foi tão forte mas, mesmo assim, criou excelentes ocasiões através de Lisandro e Hélder Postiga, que substituiu Mariano G. ao intervalo. Pouco a pouco o Marselha conseguiu equilibrar a partida sem, contudo, criar oportunidades de golo. Os franceses culminaram este ascendente com o golo de Niang. Após um bom cruzamento da direita o avançado antecipa-se a Stepanov e acaba por marcar. Jesualdo mexeu imediatamente colocando Leandro Lima por Meireles e o Porto voltou à carga. Assim, após uma excelente diagonal, Lisandro é derrubado por Mandanda e o árbitro assinala grande penalidade. Na conversão Lucho não perdoou e colocou um pouco de justiça no resultado. Até ao final do jogo não houve mais oportunidades, as equipas aceitaram o empate.

Com este empate, o F.C.Porto mantêm-se imbatível, no Grupo A, com 5 pontos. Já no outro jogo o Liverpool perdeu na Turquia, frente ao Besiktas por 2-1 complicando assim as suas contas. O Marselha soma agora 7 pontos, seguido do Porto com 5, Besiktas com 3 e Liverpool com 1.


LIGA DOS CAMPEÕES - 3.ª JORNADA (GRUPO A)
MARSELHA-FC PORTO
Estádio Vélodrome, em Marselha
Hora: 19:45
Árbitro: Mejuto González (Espanha)


MARSELHA Mandanda; Bonnart, Zubar, Faty e Givet(Taiwo 62min.); Cana, Cheyrou, Niang, Valbuena e Zenden(Arrache 56min.); Djibril Cissé
Suplentes: Hamel, Taiwo, Oruma, M'Bami, Arrache, Moussilou e Ayew.
Treinador: Eric Gerets

FC PORTO Helton, Bosingwa, Stepanov, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Lucho González, Raul Meireles(Leandro Lima 72min.) e Mariano González(Postiga 45min.); Lisandro López e Ricardo Quaresma
Suplentes: Nuno, Pedro Emanuel, Cech, Bolatti, Tarik Sektioui, Leandro Lima e Hélder Postiga.
Treinador: Jesualdo Ferreira

Ao intervalo:0-0.

Fim do jogo:1-1 (Niang 70 min.; Lucho Gonzalez 79min g.p ).

BOAVISTA: NENHUM LOUREIRO SE CANDIDATA

Na Assembleia-geral, realizada ontem à noite no Bessa, Valentim Loureiro deixou claro que não há a possibilidade de se candidatar.


PATRÍCIA MARTINS


Cerca de 600 associados marcaram presença no Estádio do Bessa para se inteirarem da situação financeira do clube, entre os quais o candidato Joaquim Teixeira, que brevemente irá a votos. O Relatório de Contas do Boavista apresenta um passivo que ronda os 46 milhões de euros e foi aprovado por maioria.

Desta Assembleia sai também a garantia de que a família Loureiro cessará, em termos oficiais, a sua ligação ao Boavista. João Loureiro expressou essa certeza: "Nem eu nem ninguém da minha família se candidatará". Mais tarde, o seu pai, Valentim Loureiro, confirmou: "Eu não sou candidato, isso nem sequer me passou pela cabeça".

Valentim Loureiro dirigiu o seu apoio para Joaquim Teixeira: "Trata-se de uma pessoa responsável e é disso que o clube precisa. Desejo-lhe muita sorte e estarei na primeira linha a apoiar quem quer que esteja na próxima Direcção do Boavista", referiu sobre o candidato à liderança do clube.

No final da reunião, Joaquim Teixeira afirmou que "não estava à espera da manifestação de apoio dos Loureiro" e prometeu que brevemente dará a conhecer "planos concretos" para o futuro do clube.
FONTES

ENTREVISTA GAZETA DO FUTEBOL

2ª Parte


JAIME PACHECO




"TENHO JOSÉ MARIA PEDROTO COMO TREINADOR DE REFERÊNCIA"



PATRÍCIA MARTINS




GAZETA DO FUTEBOL: Como é que o futebol surge na sua vida?

JAIME PACHECO: Eu penso que como todos os miúdos. Tenho um filho de 10 anos e vejo-o entusiasmado a jogar e a participar naqueles jogos de escola e de amigos, no local onde vivemos. Comigo tudo aconteceu de uma forma muito simples. Eu sou oriundo de uma aldeia e na altura a sociedade não nos dava tantas oportunidades como agora. Agora participa-se de forma mais activa em tudo. Na escola, cada espaço e momento que tínhamos jogávamos futebol. Havia mais espaço para o fazer do que agora, mas era sempre difícil ter uma bola. Os anos foram passando e como todos eu entendi que queria jogar futebol lá no clube da minha paixão, que era o Aliados do Lordelo. Mas por coincidência até comecei a jogar no clube rival que era o Rebordosa. Ao principio contra a vontade dos pais, porque entendiam que aquilo não era futuro nem principio de vida. Mas eu contrariando um bocado a vontade deles e fazendo jus à minha paixão acabei por me inscrever, não à revelia, porque naquela altura tinha que haver consentimento dos pais e o facto é que gradualmente fui conciliando a actividade desportiva com o trabalho. Mais tarde senti que os responsáveis pela minha área entenderam que eu podia ter grandes condições de fazer parte de um futebol profissional. Quando dei conta estava a jogar futebol na 1ª divisão e no F. C. Porto, uma coisa que eu achava inconcebível na altura que comecei. Mas tudo aconteceu de uma forma muito rápida.


G.F.: Tem algum jogador e treinador que lhe tenha servido de referência?

J.P.:
Desde miúdo habituei-me a ouvir falar no Eusébio e gostava muito dele. Evidentemente que depois também tive outros ídolos, mas o maior foi sempre o Eusébio. Como treinador, foram muitos os que me ajudaram na minha projecção, no meu crescimento, na minha função. Mas tenho um como referência, que provavelmente é o treinador com quem trabalhei e joguei menos, mas que foi o que me marcou mais. É o senhor José Maria Pedroto.


G.F.: Sente que tem sido fiel a um estilo de jogo específico por onde tem passado?

J.P.: Sim. Quando era jogador tive a felicidade de jogar em todas as posições. Algumas por questões de estratégia, outras por questões de momentos em que a equipa tinha menos ou mais jogadores. Eu tinha que passar de uma posição para a outra e isso ajudou-me a ter algum conhecimento em relação àquilo que é o futebol na sua plenitude. Muitas vezes mudava de posição e de sector, jogava aqui e acolá. De forma característica, fazia com que a partir daí adaptasse um esquema de jogo àquele a que se habituasse a minha forma de jogar. Mas era de uma forma mais acentuada um jogador de meio campo. Quando jogava com três jogadores avançados eu sentia que tinha mais disponibilidade e possibilidade de dar sequencia à minha qualidade de jogo. Se tivesse só dois, eu tinha que me cingir só a dois caminhos. Enquanto que com três tinha mais uma alternativa. E acontece que adaptei este sistema porque acho que de uma forma geral a equipa fica muito mais preenchida no campo, capaz de poder atacar de todos os lados e também de defender a equipa de uma forma sustentada e disciplinada. Mas o 4x3x3 é aquele estilo de jogo que eu gosto mais. Precisamente por isso, porque tem três avançados e pode-se jogar a bola por qualquer um dos lados e defender de qualquer um dos lados também. E se virmos o gráfico, olhando de cima para baixo, uma equipa em 4x3x3 fica mais bonita, mais disposicionada no campo de um modo muito mais equilibrado.


"SOU UMA PESSOA FELIZ"



G.F.: Quais os momentos, positivos e negativos, que mais o marcaram?

J.G.: Uma das coisas que condiciona a nossa carreira futebolística é as lesões. Eu tive algumas. Fui operado à peralgia, ao joelho, parti o perónio, abri o sobrolho, parti o nariz e tive entorses. Há uma série de coisas que me marcaram pela negativa, porque me condicionavam a minha vontade de jogar.
Mas acima de tudo tenho a consciência de que o futebol a mim deu-me tudo, possibilidades de fazer o que gosto, e isso para mim é que é determinante e fundamental. Sou um privilegiado da sociedade porque tinha a felicidade de passar por muitas cidades e muitos clubes e de uma forma geral deixar amigos, conhecidos, alguém com que me relaciono agora e de alguma forma fazer também com que eu tivesse o privilégio de usufruir disso. Tive a felicidade de poder ter uma vida muito melhor do que teria se não fosse desportista e naturalmente que foi das coisas que mais me marcou. Consigo compreender a sociedade e aqueles mais carenciados e prejudicados por não terem sorte na vida, precisamente porque conheço as duas situações. Sou uma pessoa feliz porque faço o que gosto, nunca é demais frisa-lo, e tenho uma vida muito mais facilitada que consegui com o meu trabalho, sacrifício, empenho, rigor e disciplina. Tive que abdicar de muita coisa enquanto era jovem, mas sinto-me compensado e sinto que valeu a pena porque tenho uma vida que permite que eu possa ter muita coisa que se calhar noutra altura não teria. Sem ser uma pessoa rica, tenho uma vida a nível financeiro estável, que me permite dar aos meus filhos aquilo que se calhar eles não teriam.


G.F.: É aquela velha frase “ Faço o que gosto e ainda me pagam por isso”…

J.P.: É isso, embora em todas as actividades haja sempre o reverso da medalha, mas não há dúvida de que me sinto privilegiado por isso.


"TODOS OS DIAS ME DEDICO DE CORPO E ALMA"



G.F.: Esteve muitos anos ligado ao futebol e ao mediatismo que isso envolve. Há alguma lição que tenha retirado desse meio?

J.P.: Não sei. Eu acho que vivo muito o dia a dia, mas completando a pergunta de ao bocado, eu fiz sempre as coisas em função da minha consciência, sempre fui muito ponderado, sempre pensei bem, sempre, de alguma forma muito sustentável, aceitei conselhos das pessoas que mais gosto e das pessoas que viviam perto de mim. Sempre levei a minha vida com algum equilíbrio, mas sempre fiz as coisas que no meu entender eram as melhores no momento e nunca fui de me arrepender nem de me lamentar. Sempre fiz tudo em consciência: vou fazer isto agora… mais cedo ou mais tarde se não der certo, não me vou lamentar nem arrepender, nem culpar quem quer que seja. E a minha vida sempre foi assim. Sou uma pessoa muito equilibrada, a ponto de fazer as coisas de uma forma normal. Ver o que fiz melhor, o que fiz pior, o que é que devia ter feito e devia ter alterado, e depois fazer as coisas que eu amo. Acho que nem seria melhor nem pior se tivesse que voltar a fazer as coisas ou passar pelas coisas outra vez. E digo assim: se eu voltasse a ser jogador, acho que não seria melhor pois acho que dei tudo em cada dia, em cada momento, em cada minuto e como tudo era igual, eu tenho a consciência que dou o melhor de mim todos os dias. Todos os dias me dedico de corpo e alma, senão, não vou, não venho, não estou, não participo. Não tenho que lamentar-me e dizer que podia ter feito assim, podia ter sido melhor jogador, melhor treinador, podia ser melhor amigo. Não. Fiz sempre as coisas em consciência e o que estava a fazer evidentemente seria bom para mim e para todos. Não tenho nada que possa estar aqui a pôr em causa ou a questionar.



AMANHÃ: TERCEIRA PARTE DESTA ENTREVISTA

"O BOAVISTA ESTÁ NUMA FASE MÁ"


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