sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

ESTA SEMANA, ESCREVO EU...


PROFISSIONALISMO INGLÊS
VS
PROFISSIONALISMO EUROPEU



Os jogadores dão o máximo de si, não só nos “grandes”, mas também nos “pequenos”. Não interessa se é o Aston Villa, o Manchester United, o Arsenal, ou o Ipswich. Todos os clubes merecem o máximo carinho dos seus adeptos porque estes dão-lhes espectáculo todas as semanas, mesmo que para isso abdiquem de mais uns dias de férias. A dedicação é total.



ANDRÉ MATOS LEITE



Já acabou a época das festas de fim de ano. Natal e Ano Novo só daqui a 12 meses. Pensariam os leitores que a primeira rubrica do “ESTA SEMANA, ESCREVO EU...” apresentaria o balanço do ano que passou… Estão enganados!

Como apreciador do desporto-rei que é o nosso amado futebol, pensei que iria passar uma autêntica “ressaca futebolística” com as bem merecidas férias de Natal e Ano Novo que os jogadores por todo o mundo têm a oportunidade de gozar. Mas, para minha imensa felicidade, redescobri (como tenho feito estes últimos anos) que a Liga Inglesa não pára. Em Inglaterra, país berço deste nosso desporto, não há paragem para o Natal. Enquanto os nossos atletas, assim como os das restantes ligas europeias (pelo menos as que são do meu conhecimento), gozaram uns dias de descanso, os clubes britânicos continuaram a treinar e a jogar como se nada diferente houvesse nesta época. Creio que este é um ponto ilustrativo da questão que pretendo levantar.

Não sou contra a existência de férias, antes pelo contrário! No entanto, há profissões e há profissões, há éticas de trabalho e há éticas de trabalho. No futebol de “terras de sua majestade” a ética é a do profissionalismo máximo. Os jogadores dão o máximo de si, não só nos “grandes”, mas também nos “pequenos”. Não interessa se é o Aston Villa, o Manchester United, o Arsenal, ou o Ipswich. Todos os clubes merecem o máximo carinho dos seus adeptos porque estes dão-lhes espectáculo todas as semanas, mesmo que para isso abdiquem de mais uns dias de férias. A dedicação é total. Só no fim das competições descansam. E mesmo este descanso, no caso dos jogadores internacionais, pode não ser total.

Alguém imagina isto a acontecer no resto da Europa? Alguém imagina Espanha, Itália, Portugal, Alemanha, entre outras grandes ligas europeias, a seguir o exemplo britânico? Creio que haveria mesmo uma revolução dos jogadores caso isto acontecesse. É, no entanto, estranho. Com tantos jogadores provenientes da Península Ibérica a actuar na Premier League, porque não seguimos o exemplo inglês? Sei que todos temos direito a gozar o Natal e o Ano Novo, mas não poderiam os jogadores abdicar de mais alguns dias de férias para se realizar mais uma jornada neste período? Se em Inglaterra e na Escócia podem, porque não podemos nós cá fazer o mesmo? Será que nas ilhas do Norte tratam os jogadores como escravos ou será que têm campeonatos mais profissionais?


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