sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

ESTA SEMANA, ESCREVO EU...

A CULPA NÃO É SÓ DE JANELA…



Alguém já apontou baterias ao empresário do jogador pelo prejuízo desportivo “oferecido” ao Belenenses e, sobretudo, ao próprio Meyong? Alguém anda esquecido de pedir explicações ao demissionário presidente do clube, Cabral Ferreira, pelo seu inusitado desconhecimento dos regulamentos? E a Madaíl, que mais uma vez preferiu esquivar-se a um mínimo de responsabilidades na inscrição do atleta?



JOSÉ PEDRO PINTO



Mais do que provocar uma crise desportiva no seio de um clube histórico como o Belenenses, a polémica utilização de Meyong no jogo frente à Naval, no passado domingo, veio evidenciar uma incompetência cujos contornos extravasam o microcosmos que é o sector administrativo da equipa do Restelo.


Carlos Janela, Director-Desportivo «belenense» até ao início desta semana, saiu rotulado como o grande responsável pela má gestão de todo o processo do avançado camaronês, mas… a culpa não é só dele. Alguém já apontou baterias ao empresário do jogador pelo prejuízo desportivo “oferecido” ao Belenenses e, sobretudo, ao próprio Meyong? Alguém anda esquecido de pedir explicações ao demissionário presidente do clube, Cabral Ferreira, pelo seu inusitado desconhecimento dos regulamentos? E a Madaíl, que mais uma vez preferiu esquivar-se a um mínimo de responsabilidades na inscrição do atleta?


Ponto 1: o empresário do jogador de futebol é um dos intermediários mais importantes (senão o mais importante…) em todo o processo de transferência deste para um clube. Não é admissível que não esteja a par das regulamentações da FIFA e que permita que uma situação idêntica à de Meyong aconteça.


Ponto 2: Cabral Ferreira comporta, às suas costas, o peso de administrar toda a história de sucessos (e desaires) de um clube imponente como o Belenenses. Desconhece, mesmo assim, os artigos que regulam as transferências que vai efectuando para dentro e para fora do Restelo. Agora, pergunto: conhecerá Cabral Ferreira os regulamentos do seu próprio campeonato, estabelecidos em Assembleia-Geral na sede da Liga de Clubes e revistos todos os anos?


Ponto 3: o velho “gira-discos” federativo e as desculpabilizações de um Madaíl que, uma vez mais, tenta retirar toda e qualquer responsabilidade à FPF por este caso. É certo que aos serviços administrativos da Federação apenas compete inscrever o atleta, não se preocupando com eventuais irregularidades regulamentares. Mas – e há sempre um “mas” – pede-se a um órgão que chama a si a gestão de todo o futebol profissional, uma atenção redobrada (ou deverei dizer “mínimo conhecimento do futebol mundial”?) para, pelo menos, avisar uma instituição de que algo não se encontra em ordem na ficha técnica de uma transferência.


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