sábado, 2 de fevereiro de 2008

O MÊS EM REVISTA




NÓ GÓRDIO



BERNARDINO BARROS
(Editor de Desporto do PortoCanal)




Nó Górdio é uma lenda que remonta ao Séc. VIII A.C. e que como expressão popular, segundo o Dicionário de Expressões Populares Portuguesas, significa “O fulcro da questão; o motivo principal, mais difícil; a dificuldade que não se consegue vencer”.


Não sei se o “Caso Meyong” está destinado a transformar-se num nó górdio, mas que promete, lá isso é bem verdade. Pode até tornar-se em caso policial, pois está envolto em mistério. “O mistério dos doze minutos jogados”, bem podia ser o título de qualquer um dos livros de Agatha Christie, que o grande Hercule Poirot poderia tentar desvendar.


Meyong foi contratado e jogou, até marcou de grande penalidade. Estava mal inscrito porque tinha jogado por três clubes na mesma época, e a lei, não igual para todos (pelo menos em Inglaterra não a cumprem), diz que na mesma época desportiva um jogador pode ser inscrito por três e jogar apenas por dois. O jogador tinha jogado doze minutos no Levante, foi emprestado ao Albacete, onde foi regularmente utilizado, e veio para o Belenenses. Depois de rolarem cabeças, Carlos Janela e Cabral Ferreira, eis que o caso ainda está parado nas gavetas das secretárias, porque a Liga ainda não deduziu acusação. Razão? No “passaporte desportivo” do jogador a Federação Espanhola não inclui os doze minutos jogados no Levante, por isso não há ilícito. E agora como resolver este nó górdio? Aguardem serenos porque isto ainda vai fazer correr muita tinta, seja qual for a decisão, e promete vir a aquecer o Verão desportivo português, onde o Euro 2008 vai ter lugar.


Por falar no Euro, não na moeda que essa cada vez escasseia mais nos bolsos dos portugueses, Scolari convocou os “mininos” para o jogo particular com a Itália, e deixou de fora Miguel Veloso (o da moda), Miguel (o da noite) mas convocou o da bunda grande (Deco), para além de ter chamado Rui Patrício (????). Esqueceu-se de Eduardo (Setubal) e Beto (Leixões) ou continua a não ver jogos ao vivo, só no sofá e de comando na mão?


Falando em comando, nada se alterou no campeonato português neste último mês, pois mais ponto menos ponto, o FC Porto lá vai na frente com vantagem suficiente para a saber governar até final do campeonato, assim o saiba Jesualdo Ferreira e seus comandados. Não surpreendendo também que Sporting e V. Setúbal sejam os finalistas, há muito esperados, da Carlsberg Cup, que a Liga instituiu esta época no futebol português, visando resolver o hiato competitivo de que muitos clubes se queixaram no ano anterior, aduzindo para o efeito ás suas queixas, que a falta de jogos durante largas semanas lhes enfraquecia os bolsos.


O que nos reporta para a “janela das transferências”, que foi apenas entreaberta, porque os clubes não têm euros para comprar jogadores.


Foi das mais fracas dos últimos anos, com os clubes a recorrerem ao empréstimo de jogadores excedentários dos “grandes”, a comprar nas ligas secundárias, a fazerem regressar jogadores que “rodavam” noutros clubes, e a comprar barato nos habituais mercados dos “300”, onde às vezes as “pechinchas” saem boas, mas onde invariavelmente os “bens” são de curta duração, por “defeito”.


Aproveitando a deixa, não é defeito, diria antes feitio, a “queda” de Cristiano Ronaldo para os golos, para gáudio dos adeptos do Manchester, dos portugueses e dos amantes do futebol, pois o último golo alcançado de livre frente ao Portsmouth, até arrepia só de o ver.


Aproveitando a deixa, vou até ao “YouTube” vê-lo mais uma vez, não sem antes me despedir.


Até Março, com um grande abraço, sem muitos aumentos nos bens essenciais, com as taxas de juro a continuarem a sua baixa e com melhor saúde para todos, e cuidadinho não vá a ASAE estar a espreitar à esquina.



P.S.: Não me esqueci do “Caso Leandro Lima”, mas aguardo pelos desenvolvimentos durante este mês, para o abordar mais a preceito.



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