GATO POR LEBRE
BERNARDINO BARROS
(Editor de Desporto do PortoCanal)
(Editor de Desporto do PortoCanal)
A expressão “comer gato por lebre” é normalmente utilizada como significado de “ser enganado, recebendo algo de qualidade inferior ao que se esperava”. Pois vamos então apontar aqui alguns exemplos de enganos.
Deixei em suspenso desde a crónica do último mês um comentário sobre a situação de Leandro Lima, e como não quero dar gato por lebre…
O jogador voltou a semana passada, dois anos mais velho, é certo, mas voltou. Saiu em Dezembro de 2007 com 20 anos e regressa passados dois meses com 22 anos. É o que se pode chamar “envelhecimento precoce”. Quem tem culpa neste cartório? Todos sacodem a água do capote, jogador, clube brasileiro e até a selecção brasileira. Prejudicado? O FC Porto que comprou “gato por lebre”, pois o jogador vale menos que o valor pago.
Faço aqui um preâmbulo para dizer que esta crónica deveria ser entregue ao José Pedro na sexta-feira, dia em que a escrevo, mas sem lhe querer dar “gato por lebre”, só a vou enviar no Domingo.
Caro Zé Pedro, há oportunidades que não se podem deixar fugir, e assim aproveito para espreitar os três derbies da 21ª Jornada.
Caro Zé Pedro, há oportunidades que não se podem deixar fugir, e assim aproveito para espreitar os três derbies da 21ª Jornada.
Enquanto não começa o Braga-Guimarâes, aproveito para vos dizer que no “Apito Dourado” nos estão a dar gato por lebre, pois para além da palhaçada das escutas e de testemunhos baseados em coisa nenhuma, só alguns dos “pedintes” estão a ser julgados, enquanto outros assistem e até continuam a “vomitar sobre o assunto”. Para já não dizer que quem confessa crimes vê os processos serem arquivados.
O primeiro dérbi da semana, o do Minho, deu empate a zero, com mais matreirice do Vitória, mais nervo dos arsenalistas e muito desacerto de Paulo Costa. Ganhou Cajuda, ficou mais empatado Manuel Machado e a “pedreira” ganhou uma enchente graças aos adeptos…vitorianos. Excelente espectáculo.
Voltando ao cerne da questão, o gato por lebre, creio que Rui Patrício não cabe neste pote, apenas acho que é mais um caso do exagero em que se cai, quando se avaliam jogadores. O miúdo tem pinta, tem estatura e até tem qualidades, mas não é o futuro Vítor Damas. É apenas o Rui Patrício, que dá frangos, vai continuar a dar na sua, espera-se, longa carreira, mas também faz exibições fantásticas que indicam que se está perante um grande guarda-redes.
Quem anda a vender gato por lebre é o presidente da União de Leiria, que na época anterior poderia ter feito a ”limpeza de balneário” que Domingos Paciência preconizava, mas optou pela via mais fácil.
Ficou com os “sambistas e noctívagos” e mandou embora o treinador.
Agora, dois treinadores depois, e com a descida de divisão mais que certa, começou a mandar embora os sambistas e noctívagos. Tarde e a más horas.
Agora, dois treinadores depois, e com a descida de divisão mais que certa, começou a mandar embora os sambistas e noctívagos. Tarde e a más horas.
Antes do dérbi da Invicta, passo os olhos pelo Leixões-Académica, e assisto estupefacto a mais uma “Xistrada”, que pode ser definida como “ a arte de inventar grandes penalidades nos últimos minutos de desconto dos jogos”. Depois do Freamunde-Vizela , do Rio Ave-Vizela, este na semana passada, agora foi a vez do árbitro voltar a atacar em Matosinhos. Vítor Pereira anda a dar-nos “gato por lebre”, e o pior é que apesar de ter ele próprio essa noção, não faz nada para encontrar a panaceia para estes males. Vai descansar Carlos Xistra depois de duas seguidas?
Bem precisa, ele, e não só.
Dérbi da Invicta também com empate a zero. Que raio de coisa, será que o de amanhã vai ficar igual? Jesualdo Ferreira carregou na tecla da poupança, de jogadores que não de exibição, e apesar da boa réplica boavisteira, os dragões foram superiores, tiveram as melhores oportunidades e um regressado Quaresma em grande forma.
A vantagem pontual para o segundo classificado deu para gerir esforços, pensando no jogo com o Schalke 04. Excelente assistência no Bessa, 22.000 espectadores.
Dr. Hermínio Loureiro, com bilhetes a cinco euros os estádios enchem, chega de dar respostas à politico, redondas e demagógicas, e avance para medidas concretas. O futebol agradece.
Parabéns para Carlos Carvalhal que não anda a enganar ninguém, apresenta uma equipa sã e escorreita, que sabe jogar futebol e que apesar das saídas de Edinho, arma secreta, e Mateus, importante nos golos e no ataque sadino, soube manter a equipa com os mesmos índices de aproveitamento, que a colocam no quinto lugar do campeonato, nas meias-finais da Taça e na final da Taça da Liga. Eloquente.
Finalmente o dérbi lisboeta, o da 2ª Circular, com ausências de Luisão e Liedson, um empate que deixou tudo na mesma. O Benfica com vantagem pontual que lhe dá algum conforto na luta pelo segundo lugar. O Sporting começa a ter em perigo o terceiro lugar. Paulo Paraty em ano de despedida, não deixa grandes saudades, pois teve interferência directa, ao não assinalar falta na área de Léo sobre Vukcevic. Mais uma machadada na credibilidade de Vítor Pereira e da “sua arbitragem”.
Falta só referir que o grande vencedor dos Óscares foi o filme dos irmãos Coen , com o sugestivo título de “Este país não é para velhos”. Portugal como está não é para velhos, mulheres, homens ou crianças, pois sobem os bens essenciais, falta saúde e qualidade de vida e abunda a violência gratuita que mata pelo roubo de um euro. Matar tornou-se banal num País que, tornou banal a aplicação da justiça e onde já aparecem os lenços brancos. Não foi no futebol, foi na manifestação dos professores contra a ministra da Educação.
Que País este em que estamos metidos…
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