DE TRÊS SOBRAM DOIS?
Para mim, nenhum dos três treinadores mostrou qualidade suficiente para permanecer nos respectivos clubes. Por falta de sorte, teimosia, incapacidade, não interessa a razão. Nenhum dos “três grandes” demonstrou um treinador à altura do clube.
ANDRÉ MATOS LEITE
Mais uma temporada do campeonato que está no seu final. A luta pelo primeiro lugar, há muito encerrada, deu lugar a uma renhida batalha pela honra (e o dinheiro) de conseguir o apuramento para a Liga dos Campeões. Mas se os clubes demonstraram e continuam a demonstrar o seu valor, que dizer dos treinadores dos afamados “três grandes”?
Comecemos pelo único que já não é. José António Camacho entrou após o início da época como salvador da glória benfiquista. Foi também o único a sair. Pediu alguns dias para conseguir criar uma equipa. Com o fim desse tempo chegou a parecer que os “encarnados” estavam no bom caminho. Fogo de vista. Camacho conseguiu bons resultados, mas as exibições não eram as melhores. Ainda assim conseguiu ter alguns bons jogos e um ou dois muito bons. Alguns por consentimento do adversário. Na “Champions”, faltaram os golos. No campeonato também. Acabou por se demitir com sentimentos de frustração por sentir que não conseguia motivar os seus pupilos. Ironicamente, saiu com o clube em segundo lugar enquanto que o congénere “leão”, na mesma altura em quinto, não saiu nem foi convidado a tal.
O que nos leva à avaliação de Paulo Bento. Sim, é verdade que o Sporting passa por uma grave crise financeira. Não, não é desculpa para um treinador continuar aos comandos de um dos “três grandes” quando se arrisca a deixar o clube em quinto lugar. Paulo Bento demonstrou teimosia em apostar em Ronny, um defesa que de defender nada sabe, esqueceu Stojkovic em detrimento do inexperiente Rui Patrício que, nos últimos jogos, tem acusado a pressão. A estratégia era tão previsível, empatado ou a ganhar, como “suicida” quando o marcador lhe era desfavorável. Com o plantel à disposição, o técnico leonino tinha a obrigação de fazer muito mais. Até porque, apesar de o plantel ser jovem, não se pode dizer que a estrutura tenha mudado muito relativamente à época passada.
Para concluir, o mais que confirmado bicampeão português, directamente do “Dragão”, Jesualdo Ferreira. Que dizer deste treinador? Um treinador que já revelou ao longo dos tempos demasiado medo para ser treinador dos campeões nacionais. O que Paulo Bento tem a mais quando está a perder, Jesualdo tem a menos quando está contra dez e a dominar o adversário. O general azul-e-branco não levou os seus soldados à vitória por ser o mais magnífico estratega… Levou os “dragões” ao título por demérito adversário. Podem argumentar que dos “três grandes”, o Porto foi o único a conseguir ultrapassar a fase de grupos da “Liga milionária”. Mas a verdade, é que contra um Liverpool com menos um membro e de cabeça perdida se exige mais coragem. A verdade é que, mesmo com o azar contra o Schalke, não é admissível ser eliminado quando necessitava da vitória no jogo em casa.
Para mim, nenhum dos três treinadores mostrou qualidade suficiente para permanecer nos respectivos clubes. Por falta de sorte, teimosia, incapacidade, não interessa a razão. Nenhum dos “três grandes” demonstrou um treinador à altura do clube. Como tal, nem Camacho, nem Paulo Bento, nem Jesualdo deveriam continuar na próxima época. As diferenças? Camacho teve a dignidade de o reconhecer, Paulo Bento tem uma direcção que já ninguém percebe porque o apoia e Jesualdo Ferreira teve sorte na concorrência e conquistou mais um “campeonato azul”.
1 comentário:
"Levou os “dragões” ao título por demérito adversário" huum?? nao andamos a ver o mesmo campeonato com toda a certeza!!Tirando isso Bom Texto; Continuem com o bom trabalho!!
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