sábado, 10 de maio de 2008

EDITORIAL


A TEMPO E HORAS, POR FAVOR





Em Espanha, há uns anos atrás, o Comité de Arbitragem da Real Federação Espanhola distribuiu relógios por todos os seus árbitros no início de uma época. Estavam pontualmente acertados com os dos dirigentes desse mesmo comité e os juízes eram punidos se as partidas não começassem todas à hora certa. Simples, não?





O último fim-de-semana marcou a penúltima jornada da Bwin Liga com alguns encontros derradeiros para as aspirações de equipas nas competições europeias mas também de equipas que ainda fazem contas de cabeça para garantir a manutenção no mais alto escalão do futebol português. E, tal como em outros momentos e contextos de uma época tão atribulada como esta que agora se encaminha para o fim, mais polémica e mais confusão marcaram a 29ª Jornada da Liga Portuguesa.


Com os jogos entre formações que ainda competiam pelo acesso a um lugar de destaque a serem agendados e marcados, com a devida antecedência, para as 19h15m, houve campos em que, por força de uma entrada tardia em campo, só muitos minutos depois do inicialmente aprazado a bola começou a rolar. Foi o caso da Amadora. Foi o caso do Restelo.


É lamentável que, em semana do «tudo ou nada» que sempre marca a última jornada de um campeonato, um dos temas de topo tenha sido o atraso no início de algumas partidas de futebol e que treinadores e dirigentes se tenham insurgido contra um facto que pode muito bem ser evitado se as duas turmas e a equipa de arbitragem entrassem em campo a tempo e horas. Quantos não são os jogos em que, aprazados para as 21h00m, vemos os protagonistas a entrar no relvado exactamente às 21h00m? Um minuto mais para a saudação; um minuto mais para a escolha de campo e de bola; dois minutos mais para a disposição táctica das equipas e a conferência entre árbitro e seus assistentes para confirmar se o «bip» funciona. Começamos às 21h05m com tudo isto.


Mas olhemos para o nosso vizinho do lado. Em Espanha, há uns anos atrás, o Comité de Arbitragem da Real Federação Espanhola distribuiu relógios por todos os seus árbitros no início de uma época. Estavam pontualmente acertados com os dos dirigentes desse mesmo comité e os juízes eram punidos se as partidas não começassem todas à hora certa. Simples, não?


Mas vamos mais longe. O mesmo se passa na UEFA, com delegados encarregues de dar o «tiro de partida», com um sinal ao árbitro, para que o espectáculo possa começar. Isto sim, é organização. Isto sim, é futebol.

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