sábado, 28 de junho de 2008

EDITORIAL


DIAGNÓSTICO: «FLOP»



O futebol está diferente. A Rússia é o paradigma de uma nova visão e a ela se juntam a Espanha e, a espaços, a própria Alemanha. Para equipas que demonstram debilidades, como a França ou a Itália, o aeroporto é o caminho indicado. Há um «espaço vital» deste mundo, ao qual só os bons têm acesso. Os restantes, os «flops», são recambiados para casa.



29 de Junho, Viena: data e local da final de mais um campeonato da Europa de Selecções nacionais. Chega ao fim uma organização a dois – Áustria e Suíça – de um Euro 2008 em que, mais do que analisar o segredo do sucesso russo ou a garra turca, importa chegar a uma breve e cruel conclusão: não vale a pena antever partidas no plano teórico e estatístico.

A queda precoce dos favoritos a erguer a taça Henry Delaunay, no Ernst Happel, coloca-nos perante o assumir dessa evidência, em que os media desportivos apenas se limitam a colorir as páginas de jornais, as transmissões televisivas e as reportagens radiofónicas antes das partidas. Contam, isso sim, apenas as indicações estatísticas no final do jogo, aquelas que demonstram que a equipa «A» rematou mais vezes à baliza do que a equipa «B» e que, por isso, acabou por sair pela porta grande, vencendo.

Um autêntico «flop» foi o que redundou na campanha das Selecções nacionais que almejavam o título de campeãs europeias. Falta de qualidade? Sobranceria? Venha o diabo e escolha. O que todos vimos foi uma França a ser afastada sem um único relance de bom futebol e uma Itália cujo cinismo finalmente saiu vergado perante um estilo ofensivo de «nuestros hermanos». Falando de Portugal, pecou apenas por não ter perdido o respeito perante a «Mannschaft». Pormenores que se tornaram em “pormaiores”.

Em Junho de 2004, a Grécia surpreendeu o mundo do desporto-rei, depois de uma saída triunfal do Estádio da Luz, erguendo o caneco e vencendo um europeu à defesa. Em Junho de 2006, foi a vez da Itália dar também ela um ar da sua graça, com Marcelo Lippi a orientar os transalpinos num «catenaccio» bem eficaz mas em nada bonito de se ver. Contudo, Berlim viu Cannavaro erguer a copa do mundo.

O futebol está diferente. A Rússia é o paradigma de uma nova visão e a ela se juntam a Espanha e, a espaços, a própria Alemanha. Para equipas que demonstram debilidades, como a França ou a Itália, o aeroporto é o caminho indicado. Há um «espaço vital» deste mundo, ao qual só os bons têm acesso. Os restantes, os «flops», são recambiados para casa.

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