MUITO LEIXÕES
Admito que fiquei surpreendido. Este Leixões é, para mim, a grande surpresa do campeonato. Após uma pré-época muito fraca, a equipa de Matosinhos encontrou-se à segunda jornada e liderados por Wesley ocupam agora o terceiro posto com 10 pontos.
PEDRO ROCHA
Com cinco jornadas cumpridas no nosso campeonatozinho chegou a hora de fazer um curto balanço. Esta época marcou a diferença, nesta fase prematura já se jogaram todos os grandes clássicos. Jogos Grandes só na segunda volta.
Ao fim das primeiras jornadas, o Porto lidera. Sem demonstrar uma grande consistência, os dragões lá chegaram ao primeiro posto depois de uma vitória frente aos rivais leoninos. A equipa de Jesualdo Ferreira continua, contudo, a demonstrar mais fraquezas do que forças. Uma defesa incapaz, sobretudo nas alas, um meio-campo pouco seguro e um ataque que não explode, que não marca. A equipa precisa de mais jogos para crescer e de uma ida ao mercado em Janeiro. Benítez e Mariano (novamente) já deram provas que não são deste nível. Tomás Costa, Fernando e Rolando estão a ser as grandes surpresas.
No Sporting, tudo é muito diferente. A equipa está feita, rotinada e pronta a competir, mas Paulo Bento teima em inventar. Os adeptos leoninos mostram-se cansados com os caprichos do técnico e começam a desligar-se perigosamente da equipa. Equipa que até começou bem com três vitórias consecutivas, mas nos jogos com Benfica e Porto colocou tudo a perder. No jogo frente ao Benfica o Sporting não mostrou “ganas” de campeão. Mostrou, sim, um leão receoso e sem confiança. O jogo frente ao Porto só comprovou a teoria de que Bento não tem carisma de campeão. Com alguns problemas disciplinares, os leões têm agora tempo para resolvê-los e encarar o resto da época como gostam – de trás para a frente.
O Benfica tem sido a equipa que mais evoluiu desde a pré-temporada. Com ideias fixas e coerentes, Quique Flores conquistou os adeptos com exibições em crescendo que culminaram com a vitória sobre o Nápoles na UEFA. Contudo, falta ainda consistência a esta equipa. A equipa perde-se durante longos minutos e os problemas físicos não têm ajudado. O empate frente ao Leixões comprovou isso mesmo.
Surpresas!
Admito que fiquei surpreendido. Este Leixões é para mim a grande surpresa do campeonato. Após uma pré-epoca muito fraca, a equipa de Matosinhos encontrou-se à segunda jornada e liderados por Wesley ocupam agora o terceiro posto com 10 pontos. Sim, tenho a noção que provavelmente não vão conseguir manter este estatuto mas o jogo frente ao Benfica provou que nada é por acaso. Bem organizados defensivamente, com um meio-campo certo e forte (China e Sousa são um regalo a batalhar) e um ataque entregue à magia de Wesley. Jogador para outros palcos, certamente, mas com mais empenho.

1 comentário:
Boa análise Pedro, concordo na generalidade!
O Leixões tem realmente marcado este ínicio da campeonato pela positiva, com uma equipa de grande personalidade e que luta muito durante os 90m, imagem de marca das equipas de José Mota. A isto junta-se o talento de Wesley (jogador certamente para o nivél de um Braga ou Guimarães. Para mais que isso acho que não...), que acrescenta qualidade na definição das jogadas, porque nem só de esforço pode viver uma equipa.
Os problemas que o FCP devem-se ao facto de, para cada um dos seus sectores, ter perdido um jogador nuclear: Bosingwa, Paulo Assunção e Quaresma. Eram jogadores já perfeitamente enquadrados nas rotinas de jogo da equipa, e que já jogavam de olhos fechados com os outros. Não está em causa a qualidade de Sapunaru, Fernando (prevejo um grande futuro a este míudo) e Rodriguez, que na minha opinião já mostraram tê-las. Precisam é de tempo para melhor comunicarem com a equipa.
O meu Benfica mostra sinais entusiasmantes, ao qual não será alheio a indiscutivél valia de reforços como Reyes, Yebda, Sidnei, Carlos Martins, Aimar e Suazo (embora estes dois últimos ainda tenham mostrado pouco, dadas as lesões). Mas uma equipa não se constrói em tão pouco tempo, e o jogo com o Leixões (após as boas exibições com Sporting e Nápoles) prova mesmo isso. Com a necessária paciência (que existe em pouca quantidade nos adeptos benfiquistas) penso que se poderá erguer uma equipa de grande nivél para os lados da Luz, porque matéria-prima não falta.
O Sporting atravessa uma fase mais complicada, dado que baquear frente aos dois principais rivais traz sempre consequências psicológicas, com a agravante de estes desaires poderem ser decisivos em caso de igualdade pontual no fim do campeonato... A chave para a equipa entrar novamente nos eixos será o regresso do Liedson, que oferece outro tipo de garantias que Derlei e Djaló nem com muito esforço conseguem oferecer, nomeadamente uma maior eficácia ofensiva e qualidade nas movimentações atacantes. Outro dos problemas a ser resolvido é o apagamento de Rochemback nos últimos jogos, ele que começou a época a ser um dos grandes maestros da equipa. Voltando á forma, os leões têm tudo a ganhar.
Mas as coisas ainda estão no ínicio, sendo que a melhor conclusão que se pode tirar é mesmo que nada está concluído:)
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