domingo, 19 de agosto de 2007

LEIXÕES S.C. - S.L. BENFICA: REPORTAGEM


REPORTAGEM GAZETA DO FUTEBOL


AMBIENTE FRENÉTICO EM NOITE DE REGRESSO



ANDRÉ MATOS LEITE



Sábado, 18 de Agosto de 2007, é o dia do regresso… O Leixões Sport Clube, após 19 anos de ausência, regressa ao principal escalão do futebol português. Pouco mais de três horas antes do jogo e já se vê em frente à casa emprestada do clube de Matosinhos alguns adeptos. São, ainda, muito poucos os que cá se encontram. No entanto, já se sente a emoção despertada por um apoiante a gritar a plenos pulmões pelo seu clube.


Viajando pelas imediações do estádio encontro os cafés vermelhos com um convívio calmo entre Leixões e Benfica. Ainda estamos longe do encontro da primeira jornada da Bwin liga, mas os adeptos que julgava serem poucos são, afinal, mais do que os portões do Bessa revelavam.

Uma hora passa desde que aqui cheguei. O número de adeptos na rua onde chegarão os autocarros dos dois clubes duplicou. Já sinto as discussões calmas entre amigos em lados opostos nesta “batalha”. “Eu consegui uma coisa que tu não. Eu venho aqui como campeão” dizia um adepto leixonense ao seu amigo benfiquista.


Meia hora após as sete. É a chegada da equipa de Lisboa. Os cachecóis esvoaçam no ar gritando “Benfica Benfica”. O jogo aproxima-se. 15 minutos depois estou na barraca das bifanas, essenciais a qualquer jogo de futebol. Alguns a quem a bebida já faz efeito estão impacientes e berram pelas suas bifanas.


Falta uma hora para a partida. Altura de entrar no estádio. As claques benfiquistas já encheram metade da sua bancada. As restantes ainda não têm senão algumas pessoas. A Máfia Vermelha, claque do Leixões, começa finalmente a entrar. É o frente-a-frente entre as claques dos dois clubes. Abrem-se as hostilidades e voam os insultos entre Norte e Sul do Bessa XXI. Durante os minutos seguintes assisto à entrada dos jogadores para aquecimento. Entre assobios e gritos de exaltação é difícil perceber se são mais os adeptos de Matosinhos ou os de Lisboa. Certo é que ambos se sentem felizes por ver, finalmente, as respectivas equipas em campo.


É hora de começar o jogo. A bancada dos Diabos Vermelhos e dos No Name Boys está completamente cheia. A bancada poente, parece-me estar igualmente cheia. A claque do Leixões pode não ter enchido a sua bancada, mas as “bandeiras” de plástico que consigo levaram enchem o que falta. Na parte mais baixa da bancada (Sul superior) pode ver-se uma faixa com as palavras “estamos de volta”. Apesar de aparentemente em menor número, os adeptos do clube de Matosinhos conseguem bater-se em igualdade com os benfiquistas no momento de entrada das equipas para o jogo. É agora.


Durante toda a primeira parte, com o domínio do Leixões, a Máfia Vermelha faz-se sentir com grande superioridade continuando a corrente do jogo nas bancadas. A primeira vez no jogo em que realmente os adeptos benfiquistas “apagam” os leixonenses acontece no minuto 55 com a saída de Nuno Gomes. Uma chuva de assobios e insultos cai sobre o avançado “encarnado”. E eis que no minuto 88 surge o golo. Após o desânimo completo Petit levanta as almas do Benfica com um golo que faz o “glorioso SLB” ecoar novamente nas bancadas. No entanto, esta felicidade foi de pouca dura. Após o minuto 90, a confusão junto à baliza de Quim, o golo de Nwoko, a morte da alma “encarnada”. A Máfia levanta-se e deixa toda a sua felicidade invadir os ouvidos rivais. E o jogo chega ao fim.


A caminho da linha de metro encontro grande parte dos adeptos do Leixões. Nas suas caras um sorriso satisfeito pelo empate contra um dos três grandes. No olhar, contudo, percebe-se que esperavam um melhor resultado depois da exibição que a sua equipa fez.

2 comentários:

Diana Vasconcelos disse...

o que foi q vos levou a pensar que este jogo era mais importante que o jogo do PORTO ou o do sporting? duas reportagens sobre o mesmo jogo?n axo nada bem, visto que o Braga - F.C.Porto já é considerado por muitos um clássico nortenho..

Anónimo disse...

parece-me um bocado óbvio que os dois textos se complementam, daí a sua razão de ser. parece-me um bom trabalho: escolheram um jogo, deram uma visão objectiva do que se passou nas 4 linhas e outra mais subjectiva da envolvência da partida.simples e funcional.agora têm que dedicar-se a outros clubes porque está visto que aqui as fans não perdoam...