sexta-feira, 23 de novembro de 2007

ESTA SEMANA, ESCREVO EU...

ASSOBIAR? NÃO, POR FAVOR.



Nos estádios portugueses os assobios já são imagem de marca. Mais do que uma forma de expressar o descontentamento tornou-se uma banalidade. Até que ponto isso é bom?




PATRÍCIA MARTINS


Numa altura em que muito se falou dos assobios aos jogadores da selecção portuguesa, há que parar para reflectir qual a lógica destes.

Em Portugal adoptou-se o hábito de assobiar por tudo e por nada. Ora é para desestabilizar os adversários, ora é para mostrar descontentamento, ou até mesmo para pressionar positivamente a própria equipa, dizem os adeptos.

Mas será que esse irritante método dá resultado? Na minha humilde opinião, não me parece. Numa altura em que a equipa está mal mas ainda pode mudar as coisas precisa de apoio e não de assobios. Os assobios apenas deixam os jogadores desorientados e se algo está a correr menos bem, ficar ainda pior não é, concerteza, o pretendido.

Quem está no campo quer ganhar. Pelo menos prefiro pensar assim, afinal, vitórias e boas exibições só trazem vantagens aos próprios protagonistas: ganham prestígio, dinheiro e oportunidades únicas. Os adeptos lusos precisam de confiar mais nessa força de vontade e predisposição que os jogadores têm para ganhar.

Grandes formas de contestação têm que ser guardadas para momentos realmente graves e não tornarem-se banais. Mas a tendência para dramatizar já está incutida na sociedade portuguesa e não só no futebol.

Aos adeptos das bancadas peço: Ponderem os assobios, afinal, são extremamente irritantes para todos, incluindo quem está ao vosso lado. Cânticos de apoio e palmas dá melhor resultado, acreditem.

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