sábado, 1 de dezembro de 2007

CRÓNICA GAZETA DO FUTEBOL

S.L. BENFICA 0-1 F.C. PORTO





LÍDER DILATA VANTAGEM



CRÓNICA GAZETA DO FUTEBOL DE:

JOSÉ PEDRO PINTO




E já são 7 os pontos de margem com que o F.C. Porto se distancia do segundo classificado, o S.L. Benfica. A vitória desta noite explica-se, de uma forma sucinta, com recurso a um substantivo expressivo: justiça. O F.C. Porto foi sempre superior ao adversário, depois de uma 1ª Parte onde soube aproveitar as numerosas falhas defensivas patrocinadas pelos «encarnados», e mesmo na 2ª Metade soube gerir com mestria e brio a magra vantagem de que usufruía, sendo premiada por aproveitar bem… o pormenor. O Benfica, esse, demonstrou que os famigerados “grandes jogos” nem sempre se repetem e falhou redondamente na hora de encontrar o caminho para a baliza de Helton. E Camacho também não esteve propriamente brilhante…


SLB, CONFUSÃO, FCP
. Mas a partida até começou sob o domínio do Benfica, com os comandados de Camacho a imprimirem uma acutilância e uma pressão altamente complicadas de lidar por parte do adversário. A superioridade numérica no «miolo», traduzida numa luta desigual entre 5 jogadores do SLB contra apenas 3 do FCP, era o segredo de uma boa troca de bola e que tinha em Rui Costa o expoente máximo (que novidade!) de toda a produção futebolística. A juntar a isto, de fazer referência à velocidade que as alas «encarnadas» lá iam conseguindo arranjar, para desespero tanto de Bosingwa como de Fucile (muito desapoiados). No entanto, seria sol de pouca dura. Fosse pelo nervosismo latente de cada jogador ou a noção da importância do jogo que perdurava no subconsciente de todos, o jogo arrastou-se, de forma progressiva, para um enclausuramento que nada augurava de bom: jogava-se muito a meio-campo, num espaço reduzido de 30-40 metros, com sucessivas perdas de bola e uma enorme confusão à mistura. As duas equipas raramente conseguiam sair desta teia, não se conseguindo orquestrar mais do que dois passes de forma consecutiva. Ainda assim, esta seria a fase que catapultaria o FCP para o seu melhor período de jogo. Os «dragões» colocaram a mão na consciência, aperceberam-se do muito que tinham a ganhar em arriscar só mais um pouco e, paulatinamente, aproximaram-se da área do SLB, com uma boa e rápida troca de bola e com a ajuda fiel dos erros (tantos, tantos, tantos!) da defensiva adversária. E o golo haveria de nascer dessas mesmas falhas: aos 41’, Quaresma é servido, na direita, e sem a oposição de um muito adiantado Léo, entrou na área, ludibriou David Luiz e bateu Quim. 1-0, Camacho abria os braços e vociferava contra os seus jogadores, e o FCP chegava ao golo através de… erros de casting.


GESTÃO. No reatamento da partida, em nada mexeram os treinadores. Camacho decidiu-se por insistir na tecla dos dois trincos (era já claro que o 4x2x3x1 há muito tinha dado o estoiro) e ainda deixou Cardozo no banco a arrefecer. Jesualdo manteve a estratégia que tantos frutos lhe tinha dado na metade anterior, pois o 4x3x3 dava segurança e possibilidade de saídas em contra-ataque com maior rapidez e espaço. Certo é que o SLB voltou a entrar a todo o gás e Nuno Gomes desperdiçou, logo a abrir, um golo certo que Helton negou de forma sensacional depois de o avançado ter aparecido isolado perante as redes «azuis-e-brancas». A equipa da Luz pressionava em cima do adversário, de forma continuada, enquanto que o FCP se limitava a gerir, no seu sector defensivo, as ofensivas que vinham do outro lado, e, de quando em vez, sair com perigo na contra-resposta. Quando chegou a altura de mexer no xadrez de uma e outra equipa, Jesualdo preferiu manter as suas apostas estratégicas, fazendo trocas por trocas (o SLB pressionava mas, por enquanto, não marcava), enquanto que Camacho demorou a encontrar a fórmula correcta para o sucesso… que nunca chegaria. As entradas de Cardozo e Di Maria só começaram a render quando o “jogador-fetiche” entrou em campo: Adu veio dinamizar e alargar a frente de ataque «encarnada» - o 4x4x1x1 era agora a aposta de Camacho – mas nem assim os remates desferidos, ora por Petit ora por Rodriguez, deixavam de sair ou à figura de Helton, ou ao lado dos postes. No fim, a gestão portista sobrepôs-se à emoção com que os benfiquistas encararam o jogo, a partir do golo de Quaresma, e a vitória acabou por ser justa para uma equipa que soube quando atacar, como o fazer de forma eficaz e, mais do que tudo, como aproveitar o pormenor de um erro contrário para colocar a bola no fundo da baliza.


No global, boa arbitragem de Jorge Sousa e seus pares, com um excelente controlo emocional junto dos jogadores e uma boa análise dos lances mais polémicos (poucos, diga-se de passagem) da partida.



FICHA DE JOGO

BWIN LIGA - 12.ª JORNADA

BENFICA-FC PORTO

Estádio da Luz, em Lisboa

Hora: 19:45

Árbitro: Jorge Sousa (Porto)


BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, David Luiz e Léo; Petit, Katsouranis, Maxi Pereira, Rodriguez e Rui Costa; Nuno Gomes.

Suplentes: Butt, Edcarlos, Cardozo, Binya, Di María, Nélson e Adu.

Treinador: José Antonio Camacho.


FC PORTO: Helton, Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel e Fucile; Paulo Assunção, Raul Meireles e Lucho González; Tarik Sektioui, Quaresma e Lisandro López.

Suplentes: Nuno, Stepanov, Cech, Mariano, Bolatti, Postiga e Kazmierczak.

Treinador: Jesualdo Ferreira.

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