sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

ESTA SEMANA, ESCREVO EU...

OS TRÊS MAGOS DO SÉCULO XXI


Ronaldo está cada vez mais completo e ser eleito o Melhor do Mundo é uma simples questão de tempo.


PEDRO ROCHA


Saiu por estes dias a votação para eleger o melhor jogador do mundo este ano. Confesso que venceu o meu preferido. Mas, efectivamente, qualquer um dos três mereceria o prémio. Os três representam a magia que se espalha todos os fins-de-semana por este mundo fora. Os três explicam porque um jogo de futebol consegue captar, ainda, milhares de anónimos ao estádio.

Passo a analisar:

Messi
A sua altura e leveza indicariam à partida que se trataria de um jogador tecnicista sim, mas que ao mínimo toque cairia e passava a ser daquele tipo de jogadores que passa mais tempo colado ao relvado que propriamente a pisá-lo. Puro engano. Messi consegue, sozinho, representar todo o universo futebolístico argentino. Garra, velocidade, técnica. Estes são os seus principais atributos. Conduz a bola em velocidade como poucos, passo a passo vai deixando adversários no chão, e no fim ainda tem a clarividência de rematar colocado para o golo. Isto é Messi. Isto é futebol. Quando não tem a bola transforma-se. O fino jogador de classe torna-se num operário até recuperar a posse de bola. Messi fez uma época em cheio tanto no Barcelona, como na selecção. E muitas outras se adivinham. O futuro é risonho, contem com ele.

Cristiano Ronaldo
O wonder boy português tem crescido no futebol como poucos. Do menino do Sporting já “só” resta os malabarismos que faz com a bola. Hoje é um homem. Aliás é O homem de Manchester capaz de impor respeito a qualquer defesa que o tenha de enfrentar. No um para um é imparável. A velocidade é cósmica. A finalização é inconfundível. Ronaldo espelha o artista do século XXI. Abusa da finta mas sempre com um único objectivo: o golo. Não sendo um ponta de lança está rapidamente a tornar-se num goleador. A época passada passou a fasquia dos 15 golos. Esta temporada já leva 13 (8 para a Premier/5 na Champions). Faz golos de todas as formas: ora em remates de fora de área, ora em jogadas individuais, ora em livres ou penáltis e até de cabeça. Ronaldo está cada vez mais completo e ser eleito o Melhor do Mundo é uma simples questão de tempo.

Káka
Káka personifica quase tudo o que o típico jogador brasileiro não é. Nasceu numa família abastada de S. Paulo com todas as condições para realmente crescer. O futebol foi, desde logo, a sua paixão. Dentro de campo Káka é, hoje, o jogador completo. No Milan é Káka e mais 10. O jogador brasileiro conduz a equipa italiana. É ele quem desequilibra. Quando a bola chega aos seus pés espera-se sempre algo de extraordinário. E o extradionário em Káka parece simples. Faz uma assistência mortal com a simplicidade de quem atrasa uma bola para o guarda-redes. Já as arrancadas de Káka é algo que de tanto vermos tornou-se normal. Por outro lado, é o primeiro defesa no rígido sistema italiano. Cobre a sua zona e coloca-se à espreita da oportunidade de roubar a bola para lançar algum ataque perigoso. Pensa o jogo como ninguém e executa com uma rapidez notável. Isto é Káka.

Por estes factos os três mereciam o prémio. Mas, como só um o pôde ganhar; então, felizmente, foi Káka.

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