AS DUAS FACES DA MOEDA
A moeda tem sempre duas faces. Quer se queira, quer não, todos erram e ninguém está isento de culpas. Seja o árbitro X, seja o treinador Y ou ainda o presidente Z. Todos têm «telhados de vidro» e todos têm culpas no cartório.
A arbitragem portuguesa atravessa, nos dias que correm, uma crise sem precedentes. Os erros graves acumulam-se e os protestos fazem-se ouvir, um pouco por todo o país futebolístico, onde se vai pedindo a cabeça de variadíssimos juizes como recompensa por pontos perdidos de forma “indirecta”. Ainda assim, poderão muitos treinadores e dirigentes da nossa praça reclamar acerca de erros alheios, quando os cometem numa escala bem maior?
Vítor Pereira não tem feito um bom trabalho à frente da Comissão de Arbitragem. Preparou mal a época para os seus comandados (o curso do Alfeite, em Agosto, traduziu-se num autêntico flop), não tem a mínima noção do que é exercer a tarefa de gestor de recursos humanos (porque também o deve ser) e continua a nomear juizes em baixo de forma para jogos que se convencionaram denominar de «alto risco». Mas os próprios árbitros não estão isentos de culpas: também eles não se preparam da melhor maneira, ao longo da semana, para as partidas que têm que ajuizar e, como se isso não bastasse, não demonstram o tal espírito de equipa que um grupo deve sempre possuir, especialmente em tempo de crise.
No entanto, quem são os treinadores e dirigentes dos nossos clubes desportivos para recriminar seja quem for? São muitos os técnicos que orientam as suas equipas, dia após dia, para chegar a cada domingo e demonstrar falta de qualidade, falta de atitude e falta de profissionalismo. Quem os recrimina ou, por outro lado, quem os confronta com tais situações e lhes pede que abandonem a sua actividade? São muitos os dirigentes que se deslocam ao Brasil para trazer consigo um voo charter a abarrotar de jogadores sem ponta de categoria e são muitos os dirigentes que conseguem afundar um clube inteiro numa tabela classificativa. Quem os recrimina ou, por outro lado, quem os confronta com tais situações e lhes pede que abandonem a sua actividade?
A moeda tem sempre duas faces. Quer se queira, quer não, todos erram e ninguém está isento de culpas. Seja o árbitro X, seja o treinador Y ou ainda o presidente Z. Todos têm «telhados de vidro» e todos têm culpas no cartório.
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