sábado, 22 de março de 2008

EDITORIAL


UMA NOVA ESTRATÉGIA

PARA A TAÇA DA LIGA



Hermínio Loureiro terá que se debruçar sobre esses dois «dossiers»: um modelo mais atractivo e que potencie a competição no sentido do futebol-espectáculo, e uma maior rentabilização financeira para os clubes participantes. Sem isso, nada feito. Batemos outra vez na estaca zero.




É já daqui a poucas horas que se disputa a primeira final da Taça da Liga portuguesa. Setúbal e Sporting trilharam a estrada até ao Algarve de forma quase exemplar, com exibições acima da média e (porque não dizê-lo?) alguma sorte à mistura.


Ainda assim, a primeira edição da Carslberg Cup não fica marcada pelo espectáculo. Este esteve sempre na linha da frente no que às expectativas do Presidente da Liga de Clubes diz respeito, mas importa salientar o longo caminho que Hermínio Loureiro tem ainda a percorrer para trazer sucesso a esta nova competição, nomeadamente no que ao modelo e à parte financeira diz respeito.


Hermínio Loureiro terá que se debruçar sobre esses dois «dossiers»: um modelo mais atractivo e que potencie a competição no sentido do futebol-espectáculo, e uma maior rentabilização financeira para os clubes participantes. Sem isso, nada feito. Batemos outra vez na estaca zero.


É preciso levar mais gente aos estádios, Sr. Presidente da Liga de Clubes. Que fazer somente com 5.000 pessoas em Setúbal para assistir a um Vitória - Benfica? Baixar os preços dos ingressos pode ser meio caminho andado, mas uma melhor publicitação do espectáculo e, sobretudo, a ausência de transmissões televisivas maciças podem levar ao atingir desse objectivo. No entanto, o modelo poderia ainda ser potenciado na totalidade se os «três grandes» não corressem o risco de serem eliminados logo nas primeiras eliminatórias da competição, mas isso seria tema para uma boa conversa de café.


No que toca à rentabilização financeira, a Taça da Liga 2007/2008 gerou 3 milhões de Euros em prémios. Pouco, acha muita gente, e com razão. Quando o parceiro oficial da competição é a UNICER, representante da Carslberg em Portugal, muito mais poderia ter sido conseguido, mesmo em época de estreia. Os clubes da Liga Portuguesa e Liga de Honra ficariam bem melhor ressarcidos dos jogos que lhes preenchem muitas quartas-feiras, para além da motivação extra de verem entrar nos seus cofres verbas um pouco mais elevadas.


Pede-se uma nova estratégia para a Taça da Liga 2008/2009, sr. Hermínio Loureiro. Para bem do futebol português, já cheio de promessas incumpridas e show-off futebolístico, e vazio do que é mais importante: dinheiro e espectáculo garantido.

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