sexta-feira, 9 de maio de 2008

APITO FINAL: AÍ ESTÃO AS DECISÕES





ANDRÉ MATOS LEITE



Foi esta tarde que Ricardo Costa, Presidente da Comissão Disciplinar da Liga de Clubes, anunciou a decisão do processo “Apito Final”. O Boavista foi punido com a descida de divisão, o F.C. Porto e a U. Leiria perdem, respectivamente, 6 e 3 pontos na classificação final. Já em termos de dirigentes, João Loureiro fica suspenso nos próximos quatro anos, Pinto da Costa durante dois anos e João Bartolomeu somente por um ano. No entanto, em princípio, todos os punidos devem recorrer da decisão, para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol.

Os sete processos disciplinares dizem respeito à época 2003/04 e as respectivas decisões foram agregadas em uma só punição para cada acusado considerado como culpado. O caso mais mediático foi o que envolveu o Boavista. A Comissão Disciplinar considerou a Boavista, SAD como culpada de coacção, ilícito que foi punido com a despromoção para a Liga de Honra e uma multa de 180 mil euros, enquanto que João Loureiro, Presidente da instituição à data dos factos, foi penalizado com quatro anos de suspensão e 25 mil euros de multa. Já no caso que envolve os campeões nacionais, o F.C. Porto viu-se punido com 6 pontos e uma multa de 150 mil euros. Pinto da Costa, dirigente dos "dragões", é punido com dois anos de suspensão e uma coima de 10 mil euros. Estas penas são relativas a dois jogos: em relação ao encontro F.C. Porto – Estrela da Amadora, foram punidos, ainda, os árbitros Jacinto Paixão, com quatro anos de suspensão, e os assistentes José Chilrito e Manuel Quadrado com dois anos e meio de suspensão. No caso do Beira-mar – F.C. Porto, foi Augusto Duarte a sofrer uma suspensão de seis anos. Em relação às irregularidades verificadas no jogo Leiria – Belenenses, a Leira, SAD foi punida com 3 pontos na classificação final e uma multa de 40 mil euros enquanto que o seu dirigente, João Bartolomeu, recebeu um ano de suspensão e uma coima de 4 mil euros. Em relação à equipa de arbitragem, apenas o assistente Bernardino Silva foi penalizado com dois anos e meio de suspensão. Houve, ainda assim, mais uma punição, relativa à partida que opôs Marítimo e Nacional da Madeira, com o ex-árbitro Martins dos Santos a ser sancionado com três anos de suspensão de todas as actividades relativas a agente de arbitragem.

Durante a conferência de imprensa em que o Presidente da Comissão Disciplinar da Liga de Clubes divulgou as decisões finais do processo “Apito Final”, Ricardo Costa aproveitou para explicar alguns pontos relativos ao mesmo, adiantando que as diferenças entre os clubes que perderam pontos e aqueles que desceram de divisão se prendia com a diferença entre corrupção e coacção: enquanto que na primeira é necessário provar que existiu a consumação do acto, na segunda basta que se prove intenção parcial de quem ameaça, ou seja, do clube perante o árbitro. Devido a esta diferença de gravidade, a tentativa de corrupção é apenas penalizada com a perda de três pontos enquanto que a coacção leva à imediata descida de divisão. Ricardo Costa falou, ainda, de casos em que o processo não resultou em nenhuma acusação pois, nos regulamentos da Liga de Clubes, não estão consagrados como ilícitos os casos de tráfico de influências, algo que o Presidente da Comissão Disciplinar pretende mudar no futuro: “Vamos propor uma revisão dos regulamentos. Ilícitos como o tráfico de influências têm que ser incluídos nos regulamentos e é sobre isso que vamos deliberar na próxima reunião plenária da Comissão Disciplinar na próxima Terça-feira”.

A punição do Boavista causou alguns tumultos à porta da LPFP, com vários adeptos dos “axadrezados” a tentarem invadir o átrio, situação que a PSP e a segurança privada presentes no local conseguiram sanar.

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