sexta-feira, 30 de maio de 2008

ESTA SEMANA, ESCREVO EU...

VISEU RIMA COM EUROPEU
MAS NÃO COM ORGANIZAÇÃO




Terá sido Viseu uma boa escolha? Não creio. Contudo, o mal não é da cidade, mas sim da organização. Mais atenção a esses aspectos é o que se pede numa nação que está de corpo e alma com a Selecção!



PATRÍCIA MARTINS


O estágio da Selecção Nacional em Viseu não foi, de todo, bem organizado. A Federação alegou o chamamento de turismo à região interior para a escolha do local onde a equipa das quinas está a estagiar no pouco tempo que resta antes do início da prova do Europeu de 2008. No entanto, o que se verifica em Viseu é pouco interesse nas pessoas que vêm de fora com o intuito de ver de perto os craques nacionais.

O gabinete de comunicação não conseguiu, sobretudo nos primeiros dias, fazer passar a informação de forma correcta. Em jornais e páginas web lia-se que, para obter ingressos para assistir aos treinos que são, supostamente, à porta aberta, as pessoas se deviam dirigir à Câmara Municipal de Viseu. Ora, a verdade é que quando se chega à autarquia dizem nunca ter tido bilhetes para treinos disponíveis lá e mandam as pessoas dirigirem-se à Associação de Futebol de Viseu.

No tal local, por sinal perto do estádio do Fontelo onde se costumam realizar as preparações das tropas de Scolari, um papel de aviso bem visível diz que os convites para assistir aos treinos estão esgotados. Repare-se que foram todos distribuidos por escolas e instituições de Viseu.

Nada contra a cidade querer proporcionar aos seus habitantes, em especial às crianças, a oportunidade de visionar as estrelas, mas parece-me que essa mentalidade de tudo para a cidade vai chocar um pouco com a outra alegação de impulsionar o comércio no interior de Portugal.

Outro ponto deve ser destacado, desta vez da responsabilidade da Federação Portuguesa de Futebol e não da autarquia de Viseu: Muitas pessoas acumulam-se desesperadamente na entrada do Fontelo, junto às grades, com a esperança de conseguir entrar e assistir às ordens de Scolari e, no interior do complexo desportivo, o cenário verificado são bancadas vazias, com muitos lugares disponíveis.

Estou de acordo quando dizem que Portugal necessita de alguma tranquilidade para apreender as tácticas dadas pelo «mister». No entanto, não seria preferível menos treinos com assistência de público, mas que fossem, de facto, à porta aberta? Na minha opinião, sim. Poucos treinos com entrada disponível para todos enquanto houvesse espaço seguramente disponível e todos os outros com tranquilidade total.

Isto porque ao passar pelos portões de entrada e ao vermos tanto colorido e um conjunto de vozes que se levantam em prol dos jogadores e ao trespassar o portão de acesso ao estádio nos deparamos com um cenário pouco composto. Não se pode deixar de sentir uma sensação de frustração e alguma desilusão.

Terá sido Viseu uma boa escolha? Não creio. Contudo, o mal não é da cidade, mas sim da organização. Mais atenção a esses aspectos é o que se pede numa nação que está de corpo e alma com a Selecção!

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