domingo, 15 de junho de 2008

CRÓNICA GAZETA DO FUTEBOL *

SUÍÇA 2-0 PORTUGAL
EURO 2008
GRUPO A - 3ª JORNADA
ST. JACOB'S PARK, BASILEIA


O TRIUNFO DA HONRA





JOSÉ PEDRO PINTO




Os festejos dos jogadores, staff técnico e adeptos suíços acabou por ser o espelho do último jogo de Portugal no Grupo A deste Euro 2008. Não admira: Yakin marcou o primeiro golo helvético, aos 71’, para gáudio dos fãs e do seleccionador Jacob Kuhn, numa demonstração clara do orgulho subjacente a esta partida. Os suíços tinham dito que queriam a vitória para a dedicarem a Kuhn e aos adeptos. Não falharam à promessa. Para as hostes portuguesas, o lado «B» da cassete de Scolari revelou lacunas que o lado «A» não possui, mas, por força do destino já traçado para a equipa lusa - rumo aos quartos-de-final –, esse pormenor acabou por ser relegado para segundo plano.


MUITAS OPORTUNIDADES. O figurino eleito por Scolari trazia oito (!) alterações para a partida de encerramento neste Grupo A. O seleccionador optou por privilegiar a recuperação física dos «onze» habitualmente titulares, e, deste lote, colocou apenas em campo Ricardo, Pepe e Paulo Ferreira, juntamente com os restantes elementos que rodavam e tinham agora oportunidade de mostrar o seu valor, no esquema pré-definido – 4x3x3. Do outro lado, os helvéticos também mexeram (Barnetta no banco, surpreendentemente) mas mantinham-se fiéis ao esquema de 4x4x2. O jogo já nada decidia e isso mesmo acabou por acontecer, nos primeiros minutos: rigorosamente nada. O subconsciente de muitos dos jogadores já apontava para outras paragens e o ritmo inicial deixou muito a desejar, sobretudo nos primeiros 10’. Ainda assim, a equipa das «quinas» tomou a iniciativa e começou a dominar, por força da rapidez do tridente ofensivo (Quaresma x Nani x Postiga) que ameaçava e muito a baliza helvética, mas também beneficiando do facto de a Suíça apresentar um meio campo mais destrutivo que construtivo, sem grande rapidez e demasiadamente “preso”. Os comandados de Kuhn haveriam de nivelar o campo, a meio desta 1ª Parte, fruto de uma maior astúcia e força, tendo ainda algumas oportunidades de inaugurar o score, de pronto salvas por Ricardo.


QUEBRA. A 1ª Metade viu uma Selecção Nacional bem orquestrada e dominadora, com bastantes chances para finalizar, mas a etapa complementar ficou desiludida pela forma evidenciada pelos pupilos de Scolari. Os suíços entraram com mais crença na vitória, pressionaram mais e Portugal recuou as suas linhas, optando por sair para o ataque sob a forma de contra-resposta (ineficaz a toda a linha…). As oportunidades sucederam-se para os co-anfitriões, que faziam da força física a sua arma mais poderosa – sobretudo a meio-campo – para além dos remates de meia distância que ainda assustaram Ricardo por algumas ocasiões. Questionava-se a necessidade de tamanho recuo lusitano, com Meira a assumir uma posição mais perto dos centrais e com Veloso a compensar, em muitos minutos, a posição do companheiro de equipa. E a quebra chegaria ao minuto 71’: entendimento entre Derdiyok e Yakin e o «10» suíço a não perdoar na cara de Ricardo. O 1-0 foi o princípio da derrota de Scolari frente a Kuhn, o brasileiro ainda fez entrar Moutinho para colocar ordem no grande círculo… mas a equipa não arriscava e não subia no relvado. Tanto que Meira haveria de derrubar Barnetta dentro da área. Tanto que Yakin, no seguimento, haveria de sentenciar a partida com uma grande penalidade bem cobrada ao minuto 83’.


O «plano B» que Scolari tirou do banco não serviu para travar a encomenda helvética… mas os «quartos» são já quinta-feira e os oito dias de preparação dos habituais titulares podem decerto apagar a má imagem deixada esta noite, em Basileia. Ah!, é verdade! O jogo que se segue é também no St. Jacob’s Park.


ARBITRAGEM. Konrad Plautz teve uma noite desastrosa. Mal no capítulo disciplinar, errou ao não marcar grande penalidade por derrube de Lichtsteiner a Nani, ainda na 1ª Parte, e por não ter expulso Paulo Ferreira por entrada duríssima sobre Behrami, para além de faltas marcadas ao mínimo contacto. Paupérrimo.



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- devido ao mau tempo que hoje se abateu sobre a cidade do Porto, ficámos impossibilitados de efectuar a reportagem prevista para este Suíça - Portugal. Pelo sucedido, as nossas desculpas.


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