sexta-feira, 20 de junho de 2008

ESTA SEMANA, ESCREVO EU...


ALMA LUSITANA





Estão de parabéns os portugueses pelas manifestações de apoio e carinho pelo país, que têm demonstrado ao longo deste tempo. Um ressalvo muito grande para os lusitanos espalhados pelo estrangeiro, emigrantes que tomaram relevo na Suíça com este Europeu de 2008: esses estão preocupados com as cores nacionais e não em culpar Scolari ou o guarda-redes.



PATRÍCIA MARTINS



Portugal tombou nos quartos de final, diante da selecção que tem mais títulos conquistados – Alemanha. Mas fora das quatro linhas há muito mais para ver: os adeptos. As emoções têm sido fortes nos últimos anos. As cores de Portugal pintam as caras e saem à rua, as bandeiras esvoaçam nas janelas e o nacionalismo (pelo menos no que se refere a futebol) nunca foi tão exaltado como a partir do Euro 2004 realizado em território nacional.


Com o agrado de uns e as críticas de outros uma coisa é certa: foi Scolari que conseguiu motivar os lusitanos para a adesão a uma paixão tão exacerbada. Em nenhuma outra ocasião (e quase me arriscaria a dizer que em nenhum outro país) as pessoas sairam à rua interrompendo todo o trânsito e criando autênticas filas para ver simplesmente um autocarro – o que transporta os novos heróis de Portugal – passarem.


O que recebeu em troca? Críticas! E porquê? Porque quis apostar numa equipa renovada, vencedora e que, acima de tudo, formasse um balneário coeso, como uma verdadeira equipa, em vez de se abaixar perante os “senhores” dos clubes e tudo o que lhes interessava! Colocou PORTUGAL à frente de PORTO, BENFICA ou SPORTING… e isso doeu a muita gente.
Mas verdade seja dita, felizmente ainda houve muita gente – e creio que seja a maioria – a festejar com um sorriso aberto as vitórias da selecção e a chorar com sentimento as derrotas. Esses são os verdadeiros portugueses – e os que interessam!


Estão de parabéns os portugueses pelas manifestações de apoio e carinho pelo país que têm demonstrado ao longo deste tempo. Um ressalvo muito grande para os lusitanos espalhados pelo estrangeiro, imigrantes que tomaram relevo na Suíça com este Europeu de 2008: esses estão preocupados com as cores nacionais e não em culpar Scolari ou o guarda-redes.


E, tocando no ponto sensível, se de Scolari falei para dizer tudo o que fez pelo nosso país, não posso deixar de falar em Ricardo. O número 1 que tanta polémica tem gerado ao longo dos últimos anos, sempre dignificou a camisola de Portugal. Merece ele o tratamento que acaba sempre por ter dos portugueses (ou dos que sofrem de clubite aguda - doença que provoca muita comichão e dor em certas localidades dos membros superiores)? Não. Amado por uns e odiado por outros, a verdade é que Ricardo apurou Portugal para o mundial de 2002 (sendo relegado para o banco na fase final da prova na qual nem passámos a fase de grupos), realizou um Euro 2004 espectacular – todos se recordam dos penalties frente à Inglaterra – feito repetido no Mundial 2006 realizado na Alemanha. Em todas as ocasiões, Ricardo regressou ao topo, sobre muita pressão e calou todas as bocas amargas que falaram mal dele. Não podemos culpar as pessoas ao mínimo erro, só porque estão no lugar onde gostariam de ver outro.


Em geral, a mensagem que fica é de agradecimento aos portugueses que vibraram com o vermelho-sangue e verde esperança da nossa selecção. Obrigada ainda a toda esta verdadeira equipa (comandada por Scolari) que nos trouxe tantas alegrias que sem dúvida alguma se sobrepõem à desilusão que todos sentimos quando não alcançamos os sonhos. Todos erram. Mas só alguns ficam na história dos países. Esta Selecção (englobando os jogadores dos dois campeonatos anteriores) ficou!


Não esqueçam os nossos heróis…!


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