ESTRATÉGIA (S)
Batemos no fundo. Quando um órgão da importância do Conselho de Justiça, último degrau hierárquico de decisão, se deixa influenciar por pressões exteriores, temos todos o direito de pedir explicações e de duvidar da integridade moral dos seus elementos. Não só de Gonçalves Pereira; também dos restantes conselheiros. Porque a(s) estratégia(s) partiram de todos os lados.
«Déja vu». O triste episódio que abalou mais uma novela do futebol português e que tomou lugar na passada sexta-feira, tendo como cenário uma sede da Federação Portuguesa de Futebol envolta em tumulto, veio, uma vez mais, demonstrar o quão instáveis e tremidas se encontram as bases jurídicas deste desporto no nosso país. Infelizmente habituados a tais casos, todos os que se envolvem neste mundo cada vez mais regulado pelo interesse particular deste ou daquele clube já não se admiram. Ou, por outra, admiram-se: com o facto de essas bases ainda não terem entrado em colapso e provocado uma derrocada fatal do nosso futebol.
Os últimos dias fizeram subir à superfície o que muitos jornalistas apelidaram de “situação muito grave” e que terá ocorrido naquela sexta-feira. De facto, faltou seriedade, independência e competências específicas para se decidirem dois casos que determinariam o futuro do futebol em Portugal e, qui ça, no panorama internacional. E nenhum dos membros do actual CJ tomou isso em linha de conta. Imagine-se.
Batemos no fundo. Quando um órgão da importância do Conselho de Justiça, último degrau hierárquico de decisão, se deixa influenciar por pressões exteriores, temos todos o direito de pedir explicações e de duvidar da integridade moral dos seus elementos. Não só de Gonçalves Pereira; também dos restantes conselheiros. Porque a(s) estratégia(s) partiram de todos os lados.
O que nos reservam os próximos dias, semanas, meses, anos? Boavista e Jorge Nuno Pinto da Costa já avançaram com providências cautelares junto de tribunais administrativos para evitar a ratificação das decisões saídas do CJ. O próximo episódio de toda esta novela pode muito bem passar pela perda do estatuto de utilidade pública concedido à Federação Portuguesa de Futebol e à Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Mais: as sanções «uefeiras» ao nível de clubes e selecções nacionais podem avançar caso todo este imbróglio não seja clarificado o mais rapidamente possível.
Aguarda-se com ansiedade o parecer de Diogo Freitas do Amaral. Para que tudo seja clarificado e para que as decisões – sejam elas quais forem – possam ser tomadas. Definitivamente e para bem do futebol português.
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