sábado, 12 de julho de 2008

EDITORIAL


ESTRATÉGIA (S)



Batemos no fundo. Quando um órgão da importância do Conselho de Justiça, último degrau hierárquico de decisão, se deixa influenciar por pressões exteriores, temos todos o direito de pedir explicações e de duvidar da integridade moral dos seus elementos. Não só de Gonçalves Pereira; também dos restantes conselheiros. Porque a(s) estratégia(s) partiram de todos os lados.



«Déja vu». O triste episódio que abalou mais uma novela do futebol português e que tomou lugar na passada sexta-feira, tendo como cenário uma sede da Federação Portuguesa de Futebol envolta em tumulto, veio, uma vez mais, demonstrar o quão instáveis e tremidas se encontram as bases jurídicas deste desporto no nosso país. Infelizmente habituados a tais casos, todos os que se envolvem neste mundo cada vez mais regulado pelo interesse particular deste ou daquele clube já não se admiram. Ou, por outra, admiram-se: com o facto de essas bases ainda não terem entrado em colapso e provocado uma derrocada fatal do nosso futebol.


Os últimos dias fizeram subir à superfície o que muitos jornalistas apelidaram de “situação muito grave” e que terá ocorrido naquela sexta-feira. De facto, faltou seriedade, independência e competências específicas para se decidirem dois casos que determinariam o futuro do futebol em Portugal e, qui ça, no panorama internacional. E nenhum dos membros do actual CJ tomou isso em linha de conta. Imagine-se.


Batemos no fundo. Quando um órgão da importância do Conselho de Justiça, último degrau hierárquico de decisão, se deixa influenciar por pressões exteriores, temos todos o direito de pedir explicações e de duvidar da integridade moral dos seus elementos. Não só de Gonçalves Pereira; também dos restantes conselheiros. Porque a(s) estratégia(s) partiram de todos os lados.


O que nos reservam os próximos dias, semanas, meses, anos? Boavista e Jorge Nuno Pinto da Costa já avançaram com providências cautelares junto de tribunais administrativos para evitar a ratificação das decisões saídas do CJ. O próximo episódio de toda esta novela pode muito bem passar pela perda do estatuto de utilidade pública concedido à Federação Portuguesa de Futebol e à Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Mais: as sanções «uefeiras» ao nível de clubes e selecções nacionais podem avançar caso todo este imbróglio não seja clarificado o mais rapidamente possível.


Aguarda-se com ansiedade o parecer de Diogo Freitas do Amaral. Para que tudo seja clarificado e para que as decisões – sejam elas quais forem – possam ser tomadas. Definitivamente e para bem do futebol português.


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