SPORTING 1-1 (p) F.C. PORTO
TAÇA DE PORTUGAL - 4ª ELIMINATÓRIA
ESTÁDIO DE ALVALADE, LISBOA
“DRAGÃO” PREMIADO
NOS PENALTIS
ANDRÉ MATOS LEITE
Depois de saírem ambos vitoriosos da semana europeia, era certo que um cairia na Taça de Portugal. Sporting e Porto foram os protagonistas de um encontro repleto de emoção em que ambas as equipas mostraram vontade de vencer. No final, o “dragão” prevaleceu nos penaltis e o “leão” pagou a factura dos golos desperdiçados no primeiro tempo. Ficou, também, o registo de um jogo muito faltoso e de temperamentos exaltados em que se viu Caneira, Pedro Emanuel e Hulk serem expulsos.
Paulo Bento colocou uma linha defensiva em que Caneira retomou a sua posição de origem (central), ficando Veloso com a lateral esquerda. Na linha da frente, Postiga e Liedson foram uma ameaça permanente para os visitantes. Já Jesualdo Ferreira avançou com Pedro Emanuel e Fucile nas laterais e deixou Rodríguez no banco fazendo Mariano González alinhar de início para acompanhar Hulk e Lisandro no ataque. A aposta, na primeira parte, foi ganha pelo Sporting que dominou durante 45 minutos. Postiga esteve completamente “endiabrado” e, muito por sua culpa, o Porto viu-se frequentemente a defender as suas redes dos ataques liderados pelo seu antigo jogador. Não foram poucas as vezes em que se viu o internacional português envolvido em jogadas que podiam ter dado o golo aos da casa. No entanto, foi num lance aparentemente inofensivo que os verde e brancos se colocaram em vantagem. Com 29 minutos decorridos, Postiga joga para Izmailov que cruza da esquerda com a bola a viajar para Fernando. O trinco dos “dragões” aliviou mal e acabou por lançar Liedson. Pedro Emanuel, apanhado em contra-pé, parou um segundo que foi o suficiente para o “levezinho” cabecear para o 1-0. Hulk tentou restabelecer a igualdade antes do intervalo, mas ainda não tinha chegado a sua hora de marcar.
Com o reatamento da partida e o Sporting em vantagem, começou a ver-se mais Porto e o jogo passou a ficar dividido. Ambas as formações trocavam ataques e ocasiões para marcar e um jogador se mostrava cada vez mais ao público: Hulk. O avançado brasileiro carregava sobre a baliza de Rui Patrício e, embora muito individualista, acabou por ser recompensado. Minuto 59, contra-ataque dos “dragões” com um incrível sprint de Hulk a culminar num potente remate que deixou o guardião leonino sem hipóteses de defesa. Rochembach ainda tentou travar o compatriota, mas nem tentar conseguiu tal foi a corrida do atacante com o nome do monstro verde. Passados três minutos Hulk tentou a repetição do golo, mas desta vez foi travado por Polga, num lance que deixou muitas dúvidas quanto à existência ou não de penalti. Foi então que chegou à altura da primeira expulsão: aos 68’ Rui Patrício derruba Hulk na área quando Caneira aliviava a bola. Na sequência, o central português tropeça no avançado e, durante a queda, acerta com o pé no brasileiro. Os ânimos exaltaram-se e Bruno Paixão resolveu a situação com um amarelo para Caneira e outro para Hulk. O “leão” já tinha visto um amarelo (curiosamente, por falta sobre o jogador com quem agora se desentendia) e recebeu ordem de expulsão. Paulo Bento colocou Veloso ao centro e fez entrar Pedro Silva para a faixa esquerda, mas nem com menos um jogador e um lateral no lado errado o Sporting desistiu. Mais sufocados pelos visitantes, é certo, mas sempre aproveitar todas as abertas para sair a atacar. Só aos 83’ se restabeleceu a igualdade numérica. Pedro Emanuel viu o segundo amarelo por entrada dura sobre João Moutinho. Até ao final do tempo regulamentar continuou-se a assistir a um grande jogo em que nenhuma das equipas deixou de procurar um novo tento.
O destino, contudo, estava traçado. Com a igualdade a um golo no marcador, chegava a altura de se jogar os 30 minutos do prolongamento. Apesar de os “leões” apresentarem maior desgaste (jogaram quinze minutos em inferioridade numérica), até ao intervalo foram o conjunto que mais argumentos mostrou para chegar à vitória. À semelhança do que aconteceu no tempo regulamentar, a segunda parte foi mais equilibrada. Foi também na segunda parte que o cartão vermelho voltou a ser mostrado. Desta feita foi Hulk que viu o segundo amarelo por simular um penalti aos 117’. Ainda assim, o Sporting não conseguiu marcar o segundo e o jogo ficou para decidir na marcação de grandes penalidades. Lucho falhou o primeiro, mas no fim foi o Porto a ganhar. O herói da noite? O guarda-redes azul e branco Helton que encaixou dois penaltis para dar a vitória à sua equipa.
O árbitro da partida, Bruno Paixão, teve uma noite para esquecer. Com muitos erros de avaliação, incluindo alguns lances que dariam penalti, o juiz internacional não conseguiu acalmar os ânimos dos jogadores, nem para isso contribuiu, por vezes exagerando na mostragem do cartão amarelo e outras vezes deixando a cartolina (pelo menos a certa) no bolso.
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