sábado, 15 de novembro de 2008

EDITORIAL


ALERTA VERMELHO PARA A REBOLEIRA
E PARA OUTRAS PARAGENS



O caso do Estrela da Amadora é paradigmático. E reincidente. E não só da época anterior, como toda a gente se lembra. O que se passa actualmente na Reboleira demonstra, tão simplesmente, que o copo já transbordou e que o futebol, se ainda não bateu no fundo, para lá caminha em velocidade-cruzeiro.





Não é nada de novo. Mas temos que falar sobre isso. Infelizmente, o futebol português já nos habituou a semelhantes episódios nos últimos anos. Haja ou não uma crise, muitos clubes portugueses apresentam – e apresentarão – sempre resultados “estranhos” nas suas contas anuais. Fruto de gestões danosas (ou danadas?), emblemas há que não conseguem cumprir com as suas obrigações perante o Fisco, Segurança Social, e, até mesmo, com a própria Liga de Clubes.

Depois, os danos colaterais. Funcionários administrativos que não vêem a cor do dinheiro há largos meses, mas que continuam a ter que regressar para as suas famílias ao final de cada dia. Jogadores em risco de serem despejados de suas casas, confessando aos jornalistas, em off-the-record, que apenas comparecem às partidas oficiais para poderem ter “uma ou duas refeições de jeito”.

O caso do Estrela da Amadora é paradigmático. E reincidente. E não só da época anterior, como toda a gente se lembra. O que se passa actualmente na Reboleira demonstra, tão simplesmente, que o copo já transbordou e que o futebol, se ainda não bateu no fundo, para lá caminha em velocidade-cruzeiro.

Os atletas e o Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) estão à beira de fazer parar os campeonatos em Portugal e a Liga de Clubes encolhe os ombros. Dois anos de gestão de Hermínio Loureiro tiveram o seu ponto alto na decisão do mega-processo Apito Final enquanto que o flagelo dos salários em atraso continua a fazer tremer os alicerces do futebol em Portugal.

Os regulamentos, que tanto servem para muitos clubes se atingirem uns aos outros, são agora remetidos para segundo plano. Não interessa aos dirigentes uma coabitação com mais medidas para punir as suas irresponsabilidades financeiras. Belenenses, Vit. Setúbal, Boavista, Estoril, U. Leiria e, nas competições não-profissionais, o Olivais e Moscavide, são os senhores que se seguem.

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