sexta-feira, 21 de novembro de 2008

ESTA SEMANA, ESCREVO EU…


CLAQUES: UM MAL NECESSÁRIO?





Sou a favor da operação fair-play precisamente para podermos “distinguir o trigo do joio” e os portugueses pararem finalmente de tomar a parte pelo todo. Precisamente pelo mesmo motivo sou contra a cobertura que a comunicação social faz de tudo o que se relaciona com as claques, influenciando inevitavelmente a opinião pública geral. Se devem noticiar o que está mal, porque não fazer o mesmo quando existem boas prestações? Afinal, a imparcialidade é um dos valores do jornalismo.



PATRÍCIA MARTINS



Não tolero a violência gratuita. Não tolero droga. Não defendo nem justifico o lado mau das claques. Mas será que o futebol pode (ou deve) viver sem elas?

Não creio. Numa época em que cada vez menos pessoas se deslocam aos estádios, são estes grupos organizados de adeptos que se deslocam pelo nosso país, de norte a sul, a apoiar as suas equipas e a colorir os estádios. Não fossem os Ultras e o futebol nacional estaria num estado de decadência ainda mais avançado.

Muito se falou esta semana da operação Fair-Play e da polémica à volta da claque benfiquista No Name Boys. Uma desculpa perfeita para os Ultras saltarem de novo para as capas de jornais pelos piores motivos e para que novamente os pseudo-intelectuais voltassem ao velho assunto de cavaqueira em que todos os elementos das claques são criminosos.

É de salientar que cada vez é mais fácil de comprovar que no seio desses núcleos existem todo o género de pessoas. Se há, de facto, os criminosos que provavelmente até nem querem saber dos clubes para nada e isso é apenas um degrau para poderem soltar tudo de mau que têm interiorizado, há também pessoas normais que pretendem unicamente apoiar o clube de uma forma activa.

Sou a favor da operação fair-play precisamente para podermos “distinguir o trigo do joio” e os portugueses pararem finalmente de tomar a parte pelo todo. Precisamente pelo mesmo motivo sou contra a cobertura que a comunicação social faz de tudo o que se relaciona com as claques, influenciando inevitavelmente a opinião pública geral. Se devem noticiar o que está mal, porque não fazer o mesmo quando existem boas prestações? Afinal, a imparcialidade é um dos valores do jornalismo.



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