quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Os desportos de sonho dos americanos

Se há país que se sobressai a nível mundial, são os Estados Unidos da América (EUA). Pelo menos tem sido assim até agora.

Ao nível desportivo, o cenário não se altera muito, quando vemos, por exemplo, os EUA a ficarem quase sempre no topo das tabelas olímpicas de quatro em quatro anos. Ou pelo menos tem sido assim nas últimas décadas, se esquecermos Pequim.

Então hoje vou debruçar-me um pouco, não sobre o impacto daquele país no desporto, mas sim sobre as modalidades mais vistas e aplaudidas no próprio território norte-americano. Deixo desde já o esclarecimento que, apesar das críticas que se seguem, limito-me à visão do espectador; além disso, já assisti com gosto a vários desafios de cada uma das quatro modalidades, com excepção da primeira.

Comecemos precisamente pelo basebol, a Major League Baseball (MLB): muito tempo parado. E com uma musiquinha a meio do sétimo inning, ou período, se preferirem. Mas é assim que eles se divertem, pronto.

A National Football League (NFL), conhecida por cá como futebol americano. Três ou quatro horas no estádio para ver um jogo de sessenta minutos. Muita estratégia (ou tentativas de algo parecido). Muito estilo e vários festejos ridículos só por mandarem alguém ao chão. Treinadores a tapar a boca quando dão orientações, talvez com a ideia que escondem planos militares para a Guerra Fria. Violência a mais.

Segue-se a National Basketball Association (NBA). Duas horas e mais alguma coisa no pavilhão para ver 48 minutos de jogo. Ou seja, mais jogos com imenso tempo parado. Noto isso quando estou a assistir a um período no qual faltam cinco minutos para o fim e, depois de ver durante dez minutos um outro canal qualquer, volto à Sporttv e ainda faltam três minutos para o mesmo período terminar. Pouco tempo útil. Depois, há outro aspecto: considerem-me oficialmente maluco, mas continuo a achar que não há assim tanta qualidade naquela liga. Muitas perdas de bola, inúmeros lançamentos falhados… Já vi vários jogos europeus que se revelaram mais entusiasmantes. E não adianta usarem o argumento do “olha para os resultados finais: as equipas marcam quase sempre mais de cem pontos!”, porque respondo logo: “olha para a duração dos jogos: eles têm praticamente mais um período do que nós!”

Por fim, a «grande» National Hockey League (NHL), ou hóquei em gelo. Não hesito: muita violência. Acho muito curioso quando ouço um comentador português a dizer algo do género: “Há muita gente que pensa que o hóquei em gelo é um desporto violento, mas estão enganados!” – pois, devem estar. Eu também estou, já agora. Devo ver mal, porque assisto muitas vezes a jogadores a serem quase esmagados contra o muro, segundos depois de passarem o disco a um colega. Ou então quando assisto àqueles combates de boxe deveras ridículos em plena partida de hóquei, nos quais os árbitros se limitam a observar e que deixam em delírio aquele povo norte-americano tão parolo. Preciso mesmo de ir ao oftalmologista. Além disso, apesar da grande dinâmica e ritmo desta modalidade, há vários momentos confusos e atabalhoados, pode jogar-se com o patim e com a mão, depois aqueles passes estranhos para a equipa adversária, discos enviados propositadamente para trás da baliza contrária para poderem efectuar a troca de linhas…enfim, jogadas desagradáveis e tempo perdido para quem está a ver. Mas eles divertem-se. E se houver porrada, é o culminar da festa!

Após todas estas indicações, congratulo a Sporttv por oferecer mais uma vez a diversidade desportiva que tanto gosto, apesar de ainda se centrar muito no futebol. Além da NBA e da final da NFL, para esta época adicionaram a NHL. No início, iria ser apenas um jogo por cada sete dias, mas essa oferta alargou-se poucas semanas depois. Fiquei agradado com isso. Só falta a MLB…
Por: Nuno Miguel

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