domingo, 6 de janeiro de 2008

CRÓNICA GAZETA DO FUTEBOL


BOAVISTA 2-0 SPORTING

“LEÕES” (QUASE) FORA DO TÍTULO




ANDRÉ MATOS LEITE



A defesa de betão “axadrezada” contra a intranquilidade leonina. Foi este o jogo a que se assistiu no Bessa. Nem os erros de arbitragem salvaram a turma de Paulo Bento de mais uma derrota neste campeonato. Jaime Pacheco soube criar uma barreira quase intransponível para os jogadores do Sporting e arriscou tudo no contra-ataque para atingir a vitória por 2-0. Saldo final: o Boavista deu um passo importante para a manutenção na Primeira Liga ao passo que os “leões” vêem o campeonato fugir-lhes quase definitivamente.

No início da partida já se desenhavam os contornos do que foi o jogo. O Sporting atacava (principalmente pelo flanco direito) sem conseguir levar as jogadas até à baliza de Peter Jehle; o Boavista em contra-ataque fazia tremer a linha defensiva verde-e-branca. A primeira ocasião de golo (mesmo no início do encontro) foi resultado desta mesma fórmula com Fary a rematar para fora, mas a deixar a ameaça às redes de Rui Patrício. As “panteras” conseguiam conter os “leões” na sua metade do campo sem, no entanto, apresentarem perigo à baliza contrária. Só com 18 minutos decorridos Vukcevic (quem mais senão o recente salvador de Alvalade) consegue o primeiro remate para o Sporting. Um belo momento individual do montenegrino. O resto da primeira metade da partida não parecia querer mostrar mais nada. Até que a seis minutos do intervalo, surge o primeiro golo. Jorge Ribeiro marca o canto, Ricardo Silva cabeceia no meio da confusão e Marcelão, esquecido na grande área, aproveita bem para rematar para o 1-0. Pouco tempo depois, na sequência de um livre, Ronny tenta repor a igualdade, mas Jehle realizou uma importante defesa para canto.

A segunda metade do jogo trouxe outro Sporting. Com Izmailov a substituir Romagnoli, parecia que Paulo Bento tinha encontrado uma fórmula para inverter a tendência do jogo. Durante mais de 15 minutos “choveram” oportunidades para o Sporting. Dois remates de Liedson, um de Vukcevic e uma bola ao poste após cabeceamento de Purovic mostravam uma melhor coordenação atacante e uma melhor atitude leonina. Só Jehle (grande noite do guarda-redes “axadrezado”) e alguma sorte mantinham a vantagem do Boavista no marcador. Jaime Pacheco estava atento e consolidou a defesa com a entrada de Rissutt para o lugar de Fary. A jogar sem ponta-de-lança, mas com dois avançados móveis, Jorge Ribeiro começou a jogar mais subido no terreno para colocar a bola em Mateus e Zé Kalanga no contra-ataque. No entanto, quando faltavam sete minutos para os noventa, foi a situação inversa que deu o segundo golo ao Boavista. Foi o angolano Zé Kalanga a assistir Jorge Ribeiro para um remate cruzado. Os “leões” ainda procuraram reduzir, mas o destino do jogo estava já traçado.

A equipa de arbitragem liderada por Bruno Paixão não teve um dos momentos mais brilhantes. Dois foras-de-jogo muito mal assinalados contra o Boavista, algumas faltas por assinalar (principalmente ao Sporting), entre outros lances foram erros demasiado graves para o trio comandado por um árbitro internacional.

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