sábado, 1 de março de 2008

EDITORIAL


ALGO CORRE MAL NA CIDADE DO LIS



Más exibições e maus resultados. Pouco (ou nenhum) apoio dos adeptos que ainda restam. Um presidente reaccionário e extemporâneo. Indisciplina no balneário. Tudo ingredientes indigestos aos quais se junta uma troca de treinadores como guarnição e se consegue um repasto explosivo.



Leiria era, até há bem pouco tempo atrás, um terreno em que era frequente a perda de pontos por parte de numerosas equipas da Liga Portuguesa. Ir até à cidade do Lis significava, na maior parte das ocasiões, escorregadelas e enormes dificuldades para arrancar, pelo menos, um empate. Que o digam até os três «grandes» do nosso futebol.


Hoje em dia, infelizmente, isso já não se verifica. A estória da época dos leirienses escreve-se num tom melodramático: última posição no campeonato de uma equipa que, na pré-época, chegou a andar por palcos europeus, e uns incríveis 8 pontos amealhados em 60 possíveis.


Más exibições e maus resultados. Pouco (ou nenhum) apoio dos adeptos que ainda restam. Um presidente reaccionário e extemporâneo. Indisciplina no balneário. Ingredientes indigestos aos quais se junta uma troca de treinadores como guarnição e se consegue um repasto explosivo.


As más exibições e os maus resultados resultam de um evidente erro de casting na altura da constituição do plantel. A juntar a isso, sem um apoio mínimo de adeptos, nada feito. Como motivar uma equipa deprimida com apenas 500 pessoas presentes no Magalhães Pessoa? Impossível. Depois, um presidente que não se inibe de discutir assuntos internos do clube na praça pública, ao qual podemos juntar, como se de um apêndice se tratasse, a indisciplina que reina no balneário. Falta ainda a «dança» de treinadores, sempre nefasta para a tranquilidade de qualquer plantel profissional.


É curioso como uma equipa que se aguentou tanto tempo no principal escalão do futebol português, desde que subiu à I Divisão, na longínqua época de 1994/1995, se vê, agora, catapultada para uma descida praticamente assegurada. Algo vai mesmo mal pelos lados do Lis.

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