sábado, 29 de março de 2008

EDITORIAL


MENOS «AIS»



Se é certo que a juventude pesa numa selecção que estava habituada à maturidade da geração de 1991, os jovens que hoje compõem a equipa das «quinas» têm talento mais do que suficiente para enfrentarem os grandes colossos do futebol mundial. Mas há um senão: com exibições destas, muitos «ais» dirá o povo em Junho.




Na fase de qualificação para o campeonato da Europa de selecções, que a passos largos se aproxima, Luiz Felipe Scolari deixou o aviso: esta já não é a selecção que tanto orgulho deu a este pais à beira-mar plantado em 2004 e 2006. Um rejuvenescimento (precoce?) passou a dominar as convocatórias do seleccionador, com a entrada em campo de uma nova geração plena de categoria e qualidade, mas ainda sem a experiência de um grupo de atletas onde pontificam nomes como Figo, Rui Costa, João Pinto, Vítor Baía ou Fernando Couto.

Ainda assim, isso não é, por si só, motivo para os portugueses assistirem a exibições pobres e sofríveis em cada jogo que a Selecção disputa desde a fase de qualificação para o Euro 2008. Se é certo que a juventude pesa numa selecção que estava habituada à maturidade da geração de 1991, os jovens que hoje compõem a equipa das «quinas» têm talento mais do que suficiente para enfrentarem os grandes colossos do futebol mundial. Mas há um senão: com exibições destas, muitos «ais» dirá o povo em Junho.

Muito honestamente, não sabemos quais as razões para uma tal quebra de ritmo. A selecção mudou, mas vários jogadores que brilharam na Alemanha, há dois anos, fazem ainda parte das escolhas de Scolari. Será da falta de entrosamento entre atletas que se espalham por muitos cantos da Europa? Será da - normal - imaturidade de muitos jovens que saem das «fornadas» dos clubes portugueses? Será culpa de Scolari, pouco habituado a lidar com essas «fornadas» consecutivas de atletas que se começam a destacar nos seus respectivos clubes?

Várias razões poderiam ser apontadas para o fraco nível exibicional da Selecção Nacional. No entanto, só Scolari pode responder a tudo isto, preparando uma equipa capaz de reencher de orgulho um país que, progressivamente, se vai afastando do seu representante mais ilustre no mundo do futebol. Resta a esperança de um futuro próximo mais risonho. Já no Euro 2008.

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