sábado, 27 de setembro de 2008

CRÓNICA GAZETA DO FUTEBOL

BENFICA 2-0 SPORTING
LIGA SAGRES
4ª JORNADA
ESTÁDIO da LUZ, LISBOA, PORTUGAL






DERBY DECIDIDO À REY(ES)


PEDRO ROCHA


Quique ganhou o duelo frente a Bento. O técnico sportinguista não conseguiu bater o recorde de Szabo e acabou por perder na Luz. Três anos foi quanto durou a invencibilidade leonina no estádio do arqui-rival. Numa partida equilibrada e intensa, o Benfica venceu com justiça depois de uma segunda parte de grande nível. Com a derrota leonina – um único ponto separam os três grandes do futebol nacional. E já só falta um clássico nesta primeira volta.

SURPRESAS. Quique surpreendeu Bento ao manter o onze que derrotara o Paços na segunda-feira. Com uma dupla de centrais de 19 anos, o técnico espanhol conseguiu manter as redes encarnadas invioláveis. Jorge Ribeiro e Ruben Amorim mantiveram também a titularidade. Bento usou a equipa esperada com Miguel Veloso no lugar de Izmailov e Postiga a manter a titularidade. O jogo começou de forma frenética. O esperado e habitual receio ficou nos balneários. As equipas mostraram-se frágeis e as oportunidades de golo surgiram a bom nível. Djaló e Nuno Gomes perderam uma oportunidade cada um logo nos primeiros vinte minutos. O Benfica através de ataque continuado ou de bola parada abalou o sistema defensivo leonino. Já os leoninos aproveitaram e bem a velocidade dos seus avançados e com passes longos colocaram a defesa benfiquista em constante sobressalto. Postiga em evidência procurou várias vezes o golo mas sem resultados. Aos poucos o Benfica conseguiu dominar a partida e com Yebda em grande forma terminou o primeiro a tempo melhor que o Sporting ainda que sem colocar em perigo as redes de Patrício.

SAGAZ.Assim foi o técnico benfiquista. Com Amorim em claro sub-rendimento o técnico não esperou e logo ao intervalo colocou Katsouranis em campo. O grego foi o pêndulo que o Benfica precisava e uma das pedras decisivas no ascendente benfiquista. Com o reforço no miolo o Benfica chegou com mais facilidade à baliza leonina. Apesar de um ligeiro ascendente, a equipa encarnada não conseguia desbloquear o resultado. Quique volta a agir e retira um desgastado Nuno Gomes para colocar Aimar. O espanhol voltou a acertar na alteração. O dez argentino conseguiu dinamizar mais o ataque benfiquista, mas o golo continuava sem aparecer. Aí surgiu Reyes. Momento de pura inspiração com o espanhol a tabelar com Aimar e a rematar cruzado de “trivela” para bater Patrício. 1-0 e jogo vivo. Bento coloca imediatamente Derlei mas o Sporting não mais conseguiu reagir. Cinco minutos depois do primeiro as águias ampliam a vantagem. Na sequência de um livre, Sídnei bate Rui Patrício com um golpe de cabeça. O Sporting abalou e nunca mais rugiu no ninho das águias. O técnico leonino lancou Liedson e Pereirinha mas não causou qualquer efeito. O jogo caminhou para o fim sem alterações no marcador e sem reacção leonina. Vitória justa dos benfiquistas face a um Sporting equilibrado mas sem explosão para derrotar um Benfica organizado e inteligente.


Duarte Gomes – Nada a dizer; Quando assim é, o espectáculo sai beneficiado.


1 comentário:

Tommy_Gun disse...

No meu entender (ok, entender de benfiquista que foi ao estádio ver o jogo, mas isso não significa pouca credibilidade!lol), acho que o Benfica foi, no cômputo geral, um justo vencedor do jogo.

A primeira parte foi equilibrada. O Sporting entrou melhor na partida e dominou os primeiros minutos, sendo que o Benfica mais ou menos a meio da primeira parte começou a circular mais acertadamente a bola e a controlar as operações, embora isso não se reflectisse em oportunidades.

Como dás a entender e bem na tua crónica, a chave do jogo esteve em Quique Flores, que soube avaliar no tempo correcto as necessidades da sua equipa, enquanto que Paulo Bento parecia de certa forma contente com o rumo dos acontecimentos. Katsouranis trouxe mais companhia a Yebda (que fez, na minha opinião, um jogo fenomenal,esteve em toda a parte!. Para mim, até agora a melhor contratação da época do Benfica) e equilibrou o sector intermediário, mantendo Carlos Martins o mesmo nivél na direita, enquanto que Reyes continuava a carrilar o jogo na esquerda. Aimar assegurou inteligência e qualidade de passe no centro do terreno (embora tivesse demorado a entrar em jogo).

E foi Reyes a tirar o coelho da cartola, com um golo só ao alcance de alguns. O espanhol começa aos poucos a mostrar valor, assim como Aimar. A ver se não se revelam os inconstantes dos últimos anos... Depois o Sporting foi-se completamente abaixo (ajudado pelo ambiente infernal do Estádio, talvez. eheh), e o Benfica tranquilizou com o golo de Sidnei, não concedendo mais facilidades até final, com o Sporting a tentar a sua sorte através de remates de longe.

É uma vitória importantíssima para o Benfica, que recupera posições no campeonato, e dá moral para o difícil embate de quinta-feira, onde se joga uma boa parte da época.

PS: Ponho apenas uma pequena ressalva na questão de arbitragem: Segundo me pareceu, no lance entre Yebda e Postiga, o árbitro assinalou mão do francês. Mão essa que só surge em consequência do agarrão do avançado.

Em todo o caso, nada que manche uma arbitragem globalmente positiva (mesmo que o Benfica eventualmente não ganhasse, de desculpas de árbitros está o mundo do futebol cheio).