CRÓNICA GAZETA DO FUTEBOL

VIT. GUIMARÃES 1 - 0 LEIXÕES
LIGA SAGRES - 11ª JORNADA
ESTÁDIO D. AFONSO HENRIQUES, GUIMARÃES

LIDERANÇA DO LEIXÕES CAI NO BERÇO

GUILHERME BRAZ

O Vitória de Guimarães venceu, esta tarde, o até agora líder do campeonato Leixões. Num jogo que teimava em não sair do 0-0, Fajardo foi o desbloqueador da partida, com um golo tardio que deu aos vimaranenses a primeira conquista em casa.

O Vitória de Guimarães apostou num onze mais ofensivo do que o habitual, relegando João Alves para o banco de suplentes e apostando no criativo Nuno Assis. Lionn estreou-se na Liga Sagres e Marquinhos manteve um lugar no onze inicial. Na equipa de Matosinhos, poucas surpresas, com Wesley a liderar uma equipa “talhada” para o contra-ataque. O Vitória de Guimarães entrou forte na partida, jogando sobre o meio-campo do leixões que, nem a espaços, conseguia sair para o ataque. Logo aos 3’, Desmarets, após boa combinação entre Lionn e Nuno Assis, surge isolado mas Beto saiu-se bem. Aos 10’ e aos 13’ o Guimarães voltou a criar perigo, sempre com cruzamentos de Desmarets. Primeiro Roberto, e depois Marquinhos, não deram a melhor sequência aos lances. Foram 15 minutos de sentido único no Afonso Henriques, com o Leixões a vacilar nas transições ofensivas. A primeira jogada digna desse nome por parte dos comandados de José Mota foi aos 19’, com Wesley a não conseguir emendar com sucesso um cruzamento venenoso de Diogo Valente. No minuto seguinte, Braga rematava para as mãos de Nilson. A partir daí, o jogo ficou mais equilibrado e, embora se jogasse mais perto da área da equipa de Matosinhos, as melhores oportunidades foram para o Leixões… que é como quem diz para Wesley. O avançado brasileiro e melhor marcador da equipa do mar teve nos pés, aos 32’ e aos 37’ a hipótese de desbloquear o nulo inicial. Até ao final da primeira parte, destaque para mais um lance de Desmarets que acabou com um cruzamento-remate perigoso e, já no último minuto da 1ª parte, Moreno bateu o livre, Beto defendeu para a frente e, na ressaca, Wênio rematou rasteiro para defesa do guardião leixonense. Finda a primeira parte, ambas as equipas foram para as cabines com esperanças em quebrar o 0-0 com que iniciaram a partida. Desmarets e Wesley foram os jogadores em destaque do Vitória e do Leixões, respectivamente.


A segunda parte começou da mesma forma que a primeira: com sinal mais para o Vitória de Guimarães que, nos primeiros três minutos, dispôs de duas boas oportunidades. A troca de Momha por Carlitos veio beneficiar, e muito, o jogo dos vimaranenses, não tanto pelo português em si, mas pelo “renascer” de Marquinhos. O brasileiro esteve apagado na primeira parte mas foi o jogador em destaque no início da segunda parte, ao falhar na cara de Beto aos 55’ e, minutos mais tarde, serviu de forma perfeita Roberto que desviou para grande defesa do guardião matosinhense. No minuto seguinte, após grande arrancada de Laranjeiro, o inevitável Wesley rematou forte e colocado, proporcionando a Nilson a defesa da noite. Com o passar dos minutos, a equipa do mar foi crescendo na partida e Zé Manel teve mesmo nos pés, à passagem do minuto 67, a melhor oportunidade de todo o jogo para a equipa dos Leixões. Remate fantástico do ex-Braga, com o esférico a bater na barra. A verdade é que as substituições vieram mexer ainda mais um jogo, por si só, muito mexido. A partir do minuto 75, altura em que Morais, e depois Bruno China, causaram algum “frisson” junto da área do Vitória, o jogo desceu claramente de ritmo. Numa fase em que o Vitória já só atacava com o coração, surge o golo. Aos 88’, Nuno Assis trabalha bem na área, serve Lucas que não consegue rematar mas a bola chega a um isolado Fajardo que, no segundo poste, rematou sem problemas para o fundo da baliza. O golo do ex-Naval veio premiar um Guimarães que nunca desistiu e penalizou um Leixões que, nos minutos finais, abdicou do ataque para tentar trazer um ponto da cidade berço. Minutos depois, Pedro Proença apitava pela última vez no Afonso Henriques.

Finda a partida, o Guimarães conquista três preciosos pontos para subir na tabela classificativa, naquela que foi a primeira vitória caseira dos pupilos de Manuel Cajuda. O Leixões “caiu no Berço”, e perdeu, após várias jornadas em primeiro, a liderança da Liga Sagres para o Benfica.