sábado, 13 de dezembro de 2008

CRÓNICA GAZETA DO FUTEBOL


LEIXÕES S.C. 0–0 (a.p.) S.L. BENFICA (5–4 g.p.)
TAÇA DE PORTUGAL - OITAVOS-DE-FINAL
ESTÁDIO DO MAR, MATOSINHOS





A IMPORTÂNCIA DOS PORMENORES
EM JOGO DE FRACA QUALIDADE




JOSÉ PEDRO PINTO




Muito disputado, com equilíbrio de parte a parte, mas… sem claras oportunidades de golo e com ambas as equipas receosas de uma partida a eliminar. Assim se pode sintetizar um jogo que se estendeu por quase três horas, muito para lá do aceitável para o nível exibicional evidenciado. Os pormenores determinaram as melhores oportunidades da partida (mesmo sem perigo) e até no derradeiro processo de decisão, na lotaria de grandes penalidades, eles apareceram. Matosinhos levou a melhor, com Beto no momento de todas as decisões. E o sorteio dos quartos-de-final da Taça de Portugal é já esta quarta-feira.

A 1ª PARTE AINDA MEXEU... Com Leixões e S.L. Benfica assentes nos seus esquemas habituais (4x3x3 e 4x4x2, respectivamente), desde cedo se percebeu que esta seria uma partida difícil de decidir. Ambas as formações “chocavam”, desde logo, no meio-campo, jogando grande parte do tempo útil de jogo nesse pedaço de terreno. Os «encarnados» entraram melhor, anulando as investidas dos extremos leixonenses (Valente e Braga) com relativa facilidade, mas os matosinhenses respondiam também com a anulação quase perfeita do ataque adversário: Aimar, de novo colocado fora da sua posição, como segundo avançado, jamais conseguiu escapar das marcações cerradas da defesa do Leixões, o que encravava o processo ofensivo benfiquista. Mesmo assim, sem grandes chances de golo, o S.L. Benfica usufruiria do lance mais perigoso dos primeiros 45’: Sidnei, à boca da baliza, depois de um canto, não conseguiu bater Beto.

… A 2ª, NEM POR ISSO. Mota e Quique tinham, ao seu lado, no banco de suplentes, jogadores mais do que capazes para pegar numa partida que ficava cada vez mais enclausurada à medida que os minutos passavam, mas a intenção passava mesmo por não arriscar em demasia e aproveitar os erros do outro lado da barricada. Por isso, a 2ª Parte foi bem pior. O SLB tinha mais posse de bola, é certo, mas não traduzia a estatística em jogadas de perigo, enquanto que o LSC conseguia controlar, embora que de forma sofrida, os poucos ataques dos «encarnados». O receio de perder a eliminatória apoderou-se do subconsciente dos 22 jogadores presentes em campo, na hora de processar jogadas de ataque, mas do lado dos bancos também houve erros: Quique não soube aproveitar Aimar na sua posição ideal, trocando-o por Nuno Gomes; Mota tirou Valente, quando Braga era mesmo o elo mais fraco e introduziu um Zé Manuel parco em soluções.

NO PROLONGAMENTO? O JOGO PARTIU. Com a resistência física e psicológica dos jogadores no limite, a partida haveria mesmo de quebrar todos os cânones tácticos e estratégicos. As oportunidades acabaram por aparecer, mesmo ao cair do pano, através de bolas paradas, mas o resultado não sofreria alterações. Pelo menos até às grandes penalidades…

BETO, HERÓI DE SERVIÇO. Com o «penalty » convertido por Chumbinho, o score da ingrata lotaria fixava-se em 5-4, à quinta ronda. Reyes tinha sobre a cabeça o peso de toda uma eliminatória e Beto encarregou-se de colocar o Leixões nos quartos-de-final da Taça de Portugal. O seu nome seria entoado em uníssono pelo Estádio do Mar, após o arrumar da tenda.


Olegário Benquerença teve uma noite tranquila. Não obstante alguns erros – mínimos – na análise de alguns lances divididos, o juiz leiriense exibiu-se a um bom nível. Assim como os seus assistentes.




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